Saúde/bem-estar
09/05/2021 às 04:00•1 min de leitura
Em pesquisa publicada no último mês de abril e apresentada na conferência virtual de 2021 da União Europeia de Geociências (EGU), pesquisadores europeus descobriram que a crosta terrestre é mais antiga do que imaginávamos... muito mais antiga!
Utilizando um novo método para rastrear a origem de rochas primitivas, a equipe analisou a barita, mineral que se forma a partir da mistura de sulfato dos oceanos e bário de fontes hidrotermais, e, através dele, descobriu indícios de que a crosta da Terra teria em torno de, pelo menos, 3,7 bilhões de anos — cerca de 500 milhões de anos a mais do que se pensava.
Barita, mineral que se forma a partir da mistura de sulfato dos oceanos e bário de fontes hidrotermais.
Em comunicado, Desiree Roerdink, geoquímica da Universidade de Bergen, na Noruega, que liderou as pesquisas, diz que essa diferença em torno da idade dos continentes teria um grande impacto. "Esse é um grande período de tempo. Essencialmente, tem implicações na maneira como pensamos sobre como a vida evoluiu. A composição de um pedaço de barita, que está na Terra há 3,5 bilhões de anos é exatamente a mesma de quando realmente precipitou. É um ótimo registro para observar os processos na Terra primitiva", explicou a pesquisadora.
Através do desgaste natural dos continentes, nutrientes diversos são derramados nos oceanos. Um desses elementos é o estrôncio. Roerdink e sua equipe calcularam a proporção de isótopos de estrôncio na barita e puderam deduzir a época em que o desgaste da rocha continental se incorporou ao mineral. Para isso, eles estudaram seis depósitos diferentes em três continentes. A conclusão foi de que o desgaste começou há cerca de 3,7 bilhões de anos.