O verme que só foi encontrado com vida após séculos de busca

12/06/2023 às 08:002 min de leitura

Na natureza existem diversos animais que são conhecidos pelos cientistas, mas que ainda não foram vistos com vida. A maioria deles vive em regiões muito remotas, como cavernas ou profundezas dos oceanos, e tudo o que se sabe sobre estas espécies é a partir dos restos que são encontrados.

Em 2017, biólogos de universidades das Filipinas e dos Estados Unidos participaram da descoberta de um verme, que apesar de possuir mais de um metro de comprimento, nunca havia sido visto com vida antes. O Kuphus polythalamia não era novo para a ciência na época, ele já havia sido descrito no século XVIII. Porém, até aquele momento, pesquisadores que estudam esse tipo de animal contavam apenas com fragmentos mortos que chegavam às praias.

A descoberta aconteceu por acaso, quando uma equipe de televisão gravava um documentário sobre moluscos esquisitos que crescem em uma lagoa nas Filipinas. Em uma das cenas, o verme é visto em seu habitat natural, e chamou a atenção de uma pesquisadora. Ela entrou em contato com biólogos que estudam vermes, que confirmaram se tratar de um K. polythalamia.

“Estar presente para o primeiro encontro de um animal como este é o mais perto que chegarei de ser uma naturalista do século XIX”, disse Margo Haygood, microbiologista marinho da Universidade de Utah e uma das pesquisadoras envolvidas no estudo.

Comportamentos esquisitos

Como o animal nunca havia sido visto com vida antes, muito do seu comportamento ainda era um mistério. Sabia-se que esse animal vive em um tubo calcificado que ele mesmo cria a partir do cálcio que secreta da pele. Normalmente, os pesquisadores encontravam apenas o material calcificado.

Outra característica bastante peculiar é que o animal não se alimenta de nada. Para conseguir os nutrientes que precisa, ele vive em simbiose com bactérias que estão localizadas nas suas guelras. São essas bactérias que conseguem absorver dióxido de carbono e transformar o gás em nutrientes. Para isso, eles utilizam outro gás, o sulfeto de hidrogênio — isso faz com que os locais onde eles são encontrados possuam um cheiro muito forte de ovo podre.

“Suas bactérias são mais parecidas com plantas do que os simbiontes de vermes normais”, explicou Haygood. “Embora o verme gigante esteja comendo a comida produzida por essas bactérias semelhantes a plantas – como comemos as plantas que cultivamos – é um relacionamento muito mais íntimo do que nosso relacionamento com a comida”.

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