Anaconda-verde-do-norte: nova espécie é descoberta na Amazônia em gravação com Will Smith

22/02/2024 às 05:302 min de leituraAtualizado em 12/03/2024 às 15:10

Uma nova espécie de anaconda foi descoberta na Amazônia durante as gravações de uma série do National Geographic com o ator Will Smith. Até então desconhecida, a serpente gigante vive em uma área da floresta seriamente impactada por metais pesados associados à mineração.

Trata-se da Eunectes akayima, ou anaconda-verde-do-norte, como ela foi nomeada pelos autores do estudo publicado na revista Diversity no dia 16 de fevereiro. Segundo a equipe, liderada por cientistas da Universidade de Queensland, na Austrália, a espécie é uma variação da E. murinus, a anaconda-verde, agora batizada de anaconda-verde-do-sul.

(Fonte: Getty Images)
(Fonte: Getty Images)

O grupo, que se acreditava ser o único habitando a Amazônia, vive em áreas da floresta no Brasil, Bolívia, Peru e Guiana Francesa. Já a nova espécie é encontrada em territórios do Equador, Colômbia, Suriname, Venezuela, Trinidad e Tobago, Guiana e Guiana Francesa.

A descoberta da nova sucuri-verde, como a serpente também é chamada, aconteceu durante a expedição ao território indígena Baihuaeri Waorani, na Amazônia equatoriana, em 2022. A viagem faz parte da série Pole to Pole With Will Smith, que será exibida no Disney+.

Diferenças genéticas

(Fonte: Universidade de Queensland/Divulgação)(Fonte: Bryan Fry/Universidade de Queensland/Divulgação)

Na expedição, os cientistas tiveram a oportunidade de estudar vários espécimes da sucuri-verde do norte na área onde vive o povo Waorani, coletando amostras de materiais genéticos das cobras. Foi a partir desta análise que os especialistas notaram diferenças entre os répteis.

Apesar da aparência quase idêntica, há uma diferença de 5,5% no DNA quando comparadas as amostradas das anacondas do sul e do norte, indicando se tratar de espécies distintas. “Para colocar isso em perspectiva, os humanos diferem dos chimpanzés em apenas cerca de 2%”, explicou o professor da universidade australiana, Bryan Fry, em comunicado.

Ainda conforme o líder da expedição, a divergência entre as duas espécies de sucuri ocorreu há cerca de 10 milhões de anos. Elas também apresentam diferenças na dieta e no tamanho, sugerindo adaptações às condições ambientais e ameaças com as quais lidam.

As fêmeas são maiores

(Fonte: Universidade de Queensland/Divulgação)(Fonte: Bryan Fry/Universidade de Queensland/Divulgação)

O estudo revelou, ainda, diferenças significativas entre machos e fêmeas das serpentes. As maiores anacondas são as do sexo feminino, também as mais pesadas — um dos espécimes estudados tinha 6,3 metros de comprimento — mas há relatos dos Waoranis sugerindo a existência de cobras com 7,5 metros e 500 kg.

Por sua vez, os machos chegam à metade do tamanho das fêmeas e pesam menos, se alimentando principalmente de aves limícolas, enquanto elas preferem herbívoros como capivaras e cervos. Outro detalhe é a alta vulnerabilidade de ambos os sexos à degradação ambiental.

A pesquisa também ajudou a acender o alerta para a ameaça causada pela perfuração de petróleo na Amazônia, que está afetando as anacondas e todos os seres vivos da região.

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