Cientistas japoneses criam ratinhos quase transparentes

07/11/2014 às 05:382 min de leitura

A invisibilidade pode ser, ainda, coisa da ficção, como nos filmes de Harry Potter, mas cientistas do Japão criaram uma forma de deixar camundongos quase totalmente transparentes. 

Usando um método que remove quase completamente a cor dos tecidos — com o inconveniente de que matou as cobaias no processo —, cientistas disseram ter conseguido examinar órgãos do indivíduo ou, inclusive, corpos inteiros sem ter que cortá-los, criando uma visão mais ampla de problemas com os quais trabalham.

As técnicas darão aos cientistas um "novo entendimento da estrutura tridimensional de órgãos e como certos genes são expressos em vários tecidos", disse Kazuki Tainaka, o principal autor de um estudo publicado na revista americana Cell. "Ficamos muito surpresos ao ver que o corpo inteiro de um filhote e de um adulto pudesse ficar quase transparente", afirmou em um comunicado, divulgado pelo instituto japonês de pesquisas RIKEN e seus colaboradores.

O trabalho, que também envolveu a Universidade de Tíoqui e a Agência de Ciência e Tecnologia do Japão, se concentra em um composto chamado heme (ou hemo), o constituinte que dá ao sangue a cor vermelha e é encontrado na maioria dos tecidos do corpo. O processo envolve o bombeamento de uma solução salina no coração do camundongo, retirando o sangue do sistema circulatório, o que provoca a morte do animal.

Em seguida, é introduzido um reagente, que atua para separar o heme da hemoglobina, que permanece nos órgãos do animal. Para completar o processo, o ratinho morto é esfolado e empapado com o reagente por até duas semanas. Um feixe de luz de laser, que pode ser emitido para penetrar até um nível específico, cria uma imagem completa do corpo, assim como uma impressora em 3D cria objetos físicos em camadas.

"Até agora, os microscópios nos permitiam observar as coisas em detalhes mínimos, mas isto também nos privou do contexto do que estávamos olhando", disse Tainaka à AFP. O novo método, que não pode ser aplicado a coisas vivas, "nos dará detalhes, enquanto vai nos habilitar a obter o quadro mais amplo", afirmou.

Hiroki Ueda, que chefiou a equipe de pesquisas, destacou no comunicado que o método "poderia ser usado para estudar como embriões se desenvolvem ou como o câncer e as doenças autoimunes se desenvolvem em nível celular. Espera-se que o método leve "a uma compreensão mais profunda destas doenças e, talvez, a novas estratégias terapêuticas".

Tokyo, Japão

Via Em Resumo

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