Enquanto muitos sofrem com a altitude, os tibetanos mostram como a adaptação humana ainda acontece à em pleno vapor.

Sabemos que o corpo humano precisa de oxigênio para funcionar, e em altitudes elevadas, onde o ar é rarefeito, isso se torna um grande desafio. Alpinistas enfrentam mal-estar e doenças quando escalam montanhas, pois o ar fino compromete o transporte de oxigênio pelo sangue. No entanto, comunidades no Planalto Tibetano, que vivem a mais de 3.500 metros acima do nível do mar, parecem desafiar essas limitações e prosperam onde a maioria teria dificuldades.Por mais de 10 mil anos, os tibetanos têm se adaptado ao ambiente extremo, desenvolvendo características fisiológicas únicas que os ajudam a lidar com a falta de oxigênio. A evolução não parou — ela está acontecendo agora, e cientistas estão estudando esses casos para entender como o corpo humano se ajusta a condições tão desafiadoras.<ul><li style="text-align:justify;">Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128826-virus-de-15-mil-anos-e-descongelado-de-geleiras-no-tibete.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Vírus de 15 mil anos é descongelado de geleiras no Tibete</a></li></ul><h2 style="text-align:justify;">Adaptação ao ar rarefeito</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/24/24180353477322.jpg" alt="Os tibetanos transportam oxigênio de forma eficiente, sem sobrecarregar o coração, mesmo em grandes altitudes. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>Os tibetanos transportam oxigênio de forma eficiente, sem sobrecarregar o coração, mesmo em grandes altitudes. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>A antropóloga Cynthia Beall, da Case Western Reserve University, tem estudado as adaptações dos tibetanos à hipóxia, ou seja, à falta de oxigênio em grandes altitudes. Em vez de sofrerem com o ar rarefeito, como ocorre com a maioria das pessoas, os tibetanos desenvolveram uma maneira eficiente de transportar oxigênio pelo corpo sem sobrecarregar o coração. Isso porque, diferentemente de outros grupos em altas altitudes, eles não apresentam níveis excessivamente altos de hemoglobina, a proteína responsável por transportar oxigênio no sangue.Níveis muito altos de hemoglobina poderiam espessar o sangue e exigir mais do coração, mas os tibetanos possuem uma quantidade intermediária dessa proteína, o que evita esse problema. Além disso, o que realmente faz a diferença é a alta saturação de oxigênio no sangue dessas pessoas, o que permite que mesmo uma menor quantidade de oxigênio no ar seja usada de forma eficaz para abastecer os órgãos e tecidos do corpo.<ul><li style="text-align:justify;">Leia mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128856-sera-que-um-ima-realmente-forte-poderia-afetar-o-nosso-sangue.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Será que um ímã realmente forte poderia afetar o nosso sangue?</a></li></ul>Esse equilíbrio é crucial para a sobrevivência e, mais importante, para o&nbsp;sucesso reprodutivo. Mulheres tibetanas com valores ideais de hemoglobina e alta saturação de oxigênio tendem a ter mais filhos, perpetuando essas características vantajosas para as futuras gerações.<h2 style="text-align:justify;">Seleção natural em ação</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/24/24180435835323.jpg" alt="Mulheres tibetanas com maior sucesso reprodutivo apresentam ventrículos maiores no coração, o que melhora o bombeamento de sangue oxigenado, uma adaptação essencial para viver em grandes altitudes. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>Mulheres tibetanas com maior sucesso reprodutivo apresentam ventrículos maiores no coração, o que melhora o bombeamento de sangue oxigenado, uma adaptação essencial para viver em grandes altitudes. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Outro fator interessante observado por Beall e sua equipe é que as mulheres com maior sucesso reprodutivo possuem ventrículos maiores no coração, o que aumenta a capacidade de bombear sangue oxigenado para o corpo. Isso significa que o&nbsp;corpo delas está ainda mais adaptado para funcionar em altitudes elevadas, garantindo uma maior eficiência no transporte de oxigênio.<ul><li style="text-align:justify;">Leia mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128852-o-potencial-ainda-pouco-explorado-de-celulas-tronco-no-sangue-menstrual.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">O potencial ainda pouco explorado de células-tronco no sangue menstrual</a></li></ul>Apesar de fatores culturais, como o início precoce da reprodução e casamentos longos, influírem no número de filhos, os traços físicos são determinantes. Beall afirma que "essa é uma evidência clara de seleção natural em andamento", mostrando como essas adaptações estão sendo passadas de uma geração para a outra.Entender como essas populações se ajustam a ambientes extremos não apenas revela o processo contínuo de evolução humana, mas também nos ajuda a compreender os limites e as capacidades do corpo humano diante de desafios ambientais únicos. A evolução, ao que parece, está longe de ser coisa do passado.

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Evolução humana não é coisa do passado: no Tibete, ela está acontecendo agora!

Para entender uma inundação dramática do lago da cratera, pesquisadores estão examinando a dinâmica da erupção vulcânica do Changbaishan

O vulcão Changbaishan, na fronteira da Coreia do Norte com a China, foi declarado Reserva da Biosfera pela UNESCO em 1979, e é hoje um dos principais destinos do vulcanoturismo mundial. Ele ficou conhecido por protagonizar uma das maiores erupções vulcânicas dos últimos 10 mil anos: a “Erupção do Milênio”, ocorrida no ano 946 d.C.A erupção foi tão poderosa que, ao liberar dezenas de quilômetros cúbicos de magma, causou o colapso do topo do vulcão, formando uma grande caldeira vulcânica a 2,2 mil metros de altura. Esta caldeira depois se encheu de água, formando o atual Lago Celestial (Tianchi em chinês, ou Cheonji em coreano). Com área oval de quase 10 km², o lago contém cerca de 2 km³ de água cristalina.<ul><li>Veja mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126877-erupcao-vulcanica-pode-ter-causado-a-era-da-terra-bola-de-neve-ha-700-milhoes-de-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Erupção vulcânica pode ter causado a Era da 'Terra bola de neve' há 700 milhões de anos</a></li></ul>Como o Changbaishan (Baeku em coreano) pode entrar em erupção de novo, os vulcanólogos querem ter uma exata compreensão dos possíveis riscos envolvidos. Em um estudo recente, propriamente chamado de “Reconstrução da dinâmica de uma inundação catastrófica no lago da cratera”, pesquisadores da Universidade de Jilin, na China, geraram um modelo da tragédia no lago.<h2>Reconstruindo a inundação do lago</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/22/22135746374170.jpg" alt="Paisagem do Changbaishan hoje. (Fonte: Clube Med/Divulgação)"><figcaption>Paisagem do Changbaishan hoje. (Fonte: Clube Med/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Para "reconstruir" a história da inundação catastrófica ocorrida logo depois da Erupção do Milênio, a equipe de geólogos e engenheiros liderada por Shengwu Qin, cavou para examinar as diferentes camadas de material vulcânico e sedimentos.<ul><li>Conheça:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/desastres-naturais/98001-7-maiores-explosoes-vulcanicas-da-historia-da-humanidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">7 maiores explosões vulcânicas da história da humanidade</a></li></ul>Sua hipótese é que pelo menos um quilômetro cúbico de água pode ter sido derramado da caldeira do vulcão, o equivalente a duas vezes o lago Paranoá, em Brasília. Isso causou uma erosão imediata dos segmentos, à razão de 34 metros por hora, durante três horas.&nbsp;Segundo os pesquisadores, a erupção ocorreu em duas fases, e a grande inundação pode ter ocorrido entre as duas. Contra uma corrente de especialistas que defende que a erupção rachou a borda do vulcão, os autores atuais argumentam que o sedimento encontrado deveria estar mais espalhado se fosse de fato uma explosão repentina.<h2>Três cenários para uma catástrofe</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/22/22131603061147.jpg" alt="A antiga caldeira do Changbaishan voltou a se encher de água. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A antiga caldeira do Changbaishan voltou a se encher de água. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Para explicar uma taxa de incisão da brecha de 30-38 metros por hora, com liberação de cerca de 1,2 km3 de água, os autores construíram três diferentes cenários. No primeiro deles, a água simplesmente transborda em virtude do fluxo de magma subindo debaixo dela, e escorre pela borda da antiga caldeira.No segundo cenário, o vulcão provoca um terremoto que faz desmoronar uma parede interna da caldeira, causando o transbordamento por deslocamento da água. Na terceira projeção, chuvas intensas anteriores ao evento enchem a caldeira até sua capacidade máxima: a água acaba rompendo a borda da cratera e vaza.<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/afinal-alguem-sobreviveu-a-erupcao-do-vesuvio-em-pompeia-1" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Afinal, alguém sobreviveu à erupção do Vesúvio em Pompeia?</a></li></ul>Para os autores, uma correta compreensão da dinâmica dessa catástrofe é crucial para orientar populações vulneráveis a se prepararem convenientemente para possíveis desastres naturais futuros, não só na jusante do Lago Celestial, mas também em outras áreas de influência vulcânica espalhadas pelo mundo.&nbsp;A pesquisa foi publicada na revista Advancing Earth and Space Sciences.

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Erupção de vulcão antigo pode explicar inundação em lago celestial 

Este raro elemento não é deste mundo, mas chegou à Terra trazendo pistas de antigas explosões estelares que influenciaram o Sistema Solar.

O ferro-60 é um isótopo radioativo que intriga cientistas há décadas. Encontrado em sedimentos terrestres e lunares, ele não deveria estar por aqui de forma natural. A única explicação? Ele veio do espaço, resultado de explosões de estrelas massivas, as supernovas. A pergunta que fica é: quando e como ele chegou ao nosso planeta?A Terra, assim como o restante do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128411-6-descobertas-incriveis-sobre-o-nosso-sistema-solar-feitas-em-2023.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sistema Solar</a>, foi moldada por materiais provenientes dessas explosões cósmicas. Mas o ferro-60 tem uma particularidade que o torna especial: ele é radioativo, mas sua meia-vida de 2,6 milhões de anos permite que rastros dele ainda sejam detectados hoje. Isso torna o isótopo uma pista fundamental para entender eventos cósmicos que aconteceram milhões de anos atrás.<ul><li style="text-align:justify;">Conheça:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128411-6-descobertas-incriveis-sobre-o-nosso-sistema-solar-feitas-em-2023.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">6 descobertas incríveis sobre o nosso Sistema Solar feitas em 2023</a></li></ul><h2 style="text-align:justify;">O nascimento do ferro-60</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/22/22195611510377.jpg" alt="O ferro-60 se teve origem nas supernovas, explosões que marcam o estágio final da vida de estrelas de grande porte. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>O ferro-60 se teve origem nas supernovas, explosões que marcam o estágio final da vida de estrelas de grande porte. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>A origem do ferro-60 está ligada às supernovas, grandes explosões que ocorrem no fim da vida de estrelas gigantes. Nessas explosões, elementos como ferro, cobalto e níquel são espalhados pelo espaço em enormes quantidades. O ferro-60, criado nessas supernovas, acabou viajando pelo cosmos até atingir a Terra e outros corpos do Sistema Solar.<ul><li style="text-align:justify;">Você sabe?&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/afinal-com-que-frequencias-estrelas-morrem-na-via-lactea" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Afinal, com que frequências estrelas 'morrem' na Via Láctea?</a></li></ul>No nosso planeta, a presença de ferro-60 em sedimentos sugere que, há milhões de anos, a Terra foi bombardeada por partículas desse isótopo. Os cientistas acreditam que essas partículas chegaram até nós em eventos de explosão estelar relativamente próximos. Além disso, o mesmo fenômeno foi detectado em amostras coletadas na Lua, confirmando a origem extraterrestre do ferro-60.O que torna o ferro-60 tão importante para os cientistas é que ele não apenas aponta para o passado das supernovas, mas também oferece pistas sobre a formação do Sistema Solar. Ele serve como uma "assinatura cósmica" deixada por esses eventos e nos ajuda a reconstruir a história de nosso canto do universo.<h3 style="text-align:justify;">Impactos no planeta</h3><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/22/22195859403381.jpg" alt="O ferro-60 não causaria mudanças climáticas, mas os raios cósmicos poderiam ter aumentado a cobertura de nuvens, impactando o clima. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>O ferro-60 não causaria mudanças climáticas, mas os raios cósmicos poderiam ter aumentado a cobertura de nuvens, impactando o clima. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>As descobertas de ferro-60 em sedimentos terrestres revelaram picos em sua concentração, que datam de períodos específicos da história da Terra. Estima-se que esses picos tenham ocorrido há cerca de 3,4 a 1,7 milhões de anos, com outro grande pico por volta de 8 milhões de anos atrás. Esses períodos coincidem com eventos de supernovas próximas, que podem ter jogado grandes quantidades de material radioativo na direção do nosso planeta.Esses picos de ferro-60, curiosamente, também coincidem com períodos de resfriamento global. Alguns cientistas especulam que o material cósmico, acompanhado por raios cósmicos, pode ter influenciado o clima da Terra, embora isso ainda seja uma hipótese em investigação. O próprio ferro-60 não seria responsável pelas mudanças climáticas, mas os raios cósmicos poderiam ter contribuído para o aumento da cobertura de nuvens, afetando o clima global.<ul><li style="text-align:justify;">Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/mesmo-a-16-mil-kmh-por-que-nao-sentimos-a-terra-girando-1" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Mesmo a 1,6 mil km/h, por que não sentimos a Terra girando?</a></li></ul>Outra questão levantada é se esses eventos podem se repetir no futuro. Embora o ferro-60 encontrado na Terra e na Lua seja um vestígio de explosões passadas, novas supernovas e outras explosões estelares continuam a acontecer em nossa galáxia. E, quem sabe, talvez mais vestígios desse isótopo misterioso voltem a atingir nosso planeta, trazendo novas pistas sobre a dinâmica do universo.

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Extraterrestre: de onde veio o isótopo ferro-60?

Pesquisadores chilenos lançaram uma nova vacina descrita como primeira do gênero com o objetivo de esterilizar cachorros por um único ano. 

Você sabia que o seu cachorro não precisará mais perder os testículos? No Chile, uma inovação veterinária está chamando a atenção: uma vacina capaz de castrar cães temporariamente por um ano. A injeção, chamada Egalitte, acaba de ser lançada e promete evitar os filhotinhos indesejados que surgem quando seus cães se relacionam sem proteção.&nbsp;<ul><li>Saiba mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122242-como-a-retirada-dos-testiculos-afeta-homens-e-animais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Como a retirada dos testículos afeta homens e animais?</a></li></ul>Segundo o pesquisador Leonardo Saenz, da Universidade do Chile, essa é a primeira vacina desse tipo para cães no mundo. "É uma opção menos drástica e muito esperada pelos tutores," comenta ele. Com um preço de US$ 50 por dose, a vacina já está disponível em clínicas veterinárias do Chile e possui patentes registradas em 40 países, incluindo Brasil e Estados Unidos.<h2>Tchau bisturi, olá picadinha!</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/23/23192609171410.jpg" alt="Nova vacina se mostrou capaz de "><figcaption>Nova vacina se mostrou capaz de "desligar" o sistema reprodutor canino por um ano. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>O projeto de criar uma alternativa menos invasiva para castração começou em 2009, e depois de anos de testes, os cientistas finalmente conseguiram criar uma fórmula que "desliga" os hormônios sexuais dos cães por um ano. "Tudo é bloqueado: atividade sexual e fertilidade," diz Saenz, que não escondeu a empolgação com o sucesso do projeto. E o melhor: ao contrário de uma cirurgia, que é para sempre, a vacina oferece a chance de testar o “celibato canino” por um tempo limitado.<ul><li>Leia também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128870-as-racas-de-caes-com-a-vida-mais-longa-segundo-a-ciencia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">As raças de cães com a vida mais longa, segundo a ciência</a></li></ul>Para muitos tutores que ficam com o coração na mão só de pensar em levar o cãozinho para o bisturi, essa nova solução soa como música para os ouvidos. “A maioria dos donos tem medo da cirurgia,” disse a veterinária Mariela del Saz, que frequentemente vê tutores preocupados com os riscos de anestesia e complicações, em entrevista à Science Alert. Agora, em vez de encarar uma operação, basta uma picada — e um petisco de recompensa, claro.E as novidades não param por aí. Até agora, a outra opção temporária disponível para castração de cães era um implante hormonal sob a pele, mas ele vem com o risco de efeitos colaterais. A Egalitte, ao que tudo indica, é um sopro de alívio para quem quer evitar problemas e manter o cachorro feliz e saltitante.<h2>Donos animados com a novidade</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/23/23192841454415.jpg" alt="Pesquisadores planejam deixar castração cirúrgica para trás em futuro próximo. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Pesquisadores planejam deixar castração cirúrgica para trás em futuro próximo. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>O lançamento da vacina já está ganhando fãs, como Ivan Gutierrez, um estudante de 27 anos que levou seu cãozinho Franchesco para testar a novidade. “Eu não queria que ele passasse por uma operação,” desabafou o tutor ao afirmar que escolheu a vacina para evitar o bisturi. Se depender dele e de outros tutores preocupados, a Egalitte vai ser um sucesso absoluto.<ul><li>Veja também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/4-fatos-sobre-a-importancia-das-vacinas-nos-ultimos-50-anos" rel="noopener noreferrer" target="_blank">4 fatos sobre a importância das vacinas nos últimos 50 anos</a></li></ul>Se a vacina conquistar o mercado mundial, pode ser que, em breve, a picadinha que castra temporariamente se torne tão comum quanto a vacinação anual. E quem sabe, esse passo na medicina veterinária não ajude a mudar para sempre a forma como pensamos no controle reprodutivo de nossos amigos de quatro patas?&nbsp;Até lá, os cachorros do Chile já podem curtir a novidade e a expectativa é que, em breve, os cães brasileiros também possam. E você, o que achou? Uma coisa é certa: o seu pet certamente te agradecerá por ter poupado suas partes íntimas!

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Bolinhas protegidas! Vacina pode castrar cães temporariamente por um ano

De acordo com o cineasta Simon Holland, ciência estaria próxima de encontrar vida fora da Terra e anúncio ocorreria em breve; Investigadores desmentiram o caso. 

Recentemente, um cineasta lançou uma bomba ao afirmar que cientistas que vasculham o céu em busca de vida inteligente encontraram uma “tecnossinatura” alienígena. A promessa é que o mistério será revelado ao público em breve, levantando a pergunta: será que encontramos mesmo aliens?A empolgação veio após o projeto Breakthrough Listen, que busca evidências de vida fora da Terra, detectar um sinal incomum em dados coletados pelo radiotelescópio Parkes, na Austrália, em 2019. O sinal, vindo da estrela vizinha Proxima Centauri, intrigou os pesquisadores e foi chamado de BLC-1.<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/mudancas-climaticas-podem-ter-acabado-com-civilizacoes-alienigenas" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Mudanças climáticas podem ter acabado com civilizações alienígenas</a></li></ul>A descoberta deixou os cientistas animados – mas com um pé atrás. O sinal era estreito e na frequência de 982 MHz, algo não produzido por fontes naturais conhecidas. Além disso, o sinal sumiu quando as observações foram desviadas da fonte, sugerindo que ele talvez não tivesse vindo da Terra. “O evento não se enquadra na faixa de qualquer interferência de radiofrequência local conhecida”, dizia o primeiro artigo sobre o BLC-1, acendendo as esperanças de que poderia ser uma comunicação de outra civilização.<h2>Sinal intrigante, mas origem terrena</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/23/23195209656435.jpg" alt="Entusiastas alegaram que o suposto sinal alienígena teria vindo de Proxima Centauri. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Entusiastas alegaram que o suposto sinal alienígena teria vindo de Proxima Centauri. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Embora a descoberta inicial tenha despertado o interesse dos cientistas que buscam sinais alienígenas, uma análise mais profunda esfriou os ânimos. Segundo Dr. Andrew Siemion, do projeto Breakthrough Listen, o BLC-1 foi “sem dúvida um dos sinais mais intrigantes já vistos”. Porém, equipes independentes que revisaram os dados descobriram que se tratava de uma interferência local, possivelmente de algum dispositivo eletrônico próximo, como osciladores comuns.<ul><li>Saiba mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/113211-segundo-planeta-e-encontrado-no-sistema-mais-perto-da-terra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segundo planeta é encontrado no sistema mais perto da Terra</a></li></ul>Os resultados mostraram que o sinal provavelmente era uma tecnoassinatura – mas de origem humana. “Descobrimos que o BLC-1 não é uma tecnoassinatura extraterrestre, mas sim um produto de intermodulação eletrônico de interferências locais”, explicou uma das equipes em um segundo artigo. A conclusão de que o sinal vinha de uma fonte terrestre, e não de Proxima Centauri, foi reforçada por dezenas de outras instâncias de interferências semelhantes, o que sepultou as expectativas de uma descoberta alienígena.<h2>Controvérsia e novas alegações</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/23/23195235734437.jpg" alt="Membros do projeto Breakthrough Listen desconversaram sobre possível encontro de sinais alienígenas. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Membros do projeto Breakthrough Listen desconversaram sobre possível encontro de sinais alienígenas. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Apesar de a comunidade científica ter descartado o BLC-1 como sinal alienígena, o cineasta Simon Holland reacendeu o debate com novas alegações. Segundo ele, um administrador de telescópio europeu compartilhou informações indicando que a análise de dados do SETI (Busca por Inteligência Extraterrestre) em casa encontrou cinco sinais promissores. Holland afirmou em vídeo que “eram assinaturas incomuns que poderiam ser uma tecnoassinatura de inteligência não-humana”.<ul><li>Veja mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116990-o-surgimento-de-vida-inteligente-e-extremamente-raro-no-universo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">O surgimento de vida inteligente é extremamente raro no Universo</a></li></ul>Holland também disse ao Daily Mirror que equipes ainda estão investigando os sinais, incluindo o BLC-1, e podem divulgar novos detalhes em breve. Entretanto, Dr. Siemion, do Breakthrough Listen, reafirmou que não houve novas detecções ou desenvolvimentos que alterassem a conclusão original. “A equipe continua a observar estrelas próximas, incluindo Proxima Centauri, mas não houve re-deteções do BLC-1 que mudassem os resultados publicados em 2021”, afirmou ele ao IFLScience.No fim, o sinal alienígena ainda parece ser uma miragem, mas a possibilidade de novas investigações mantém o público de olho no céu. Afinal, o universo é grande demais para não guardar algumas surpresas. Será que a próxima descoberta vai nos levar para mais perto de responder à velha pergunta: estamos sozinhos no cosmos?

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Será? Sinais alienígenas podem estar prestes a serem revelados para o grande público

Descubra o que se passa na cabeça do seu bichano quando ele faz sons engraçados para os passarinhos do outro lado da janela.

Se você já pegou seu gato na janela, encarando um passarinho e fazendo uns sons estranhos, quase como se estivesse “conversando”, saiba que ele não está ficando maluco. Esses sons são completamente normais! E por mais engraçado que seja, há uma razão evolutiva muito interessante por trás disso.<h2>O caçador ainda vive dentro do seu gato</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/21/21160740827244.jpg" alt="O instinto de caçador do gato se revela ao observar presas do lado de fora. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O instinto de caçador do gato doméstico se revela ao observar presas do lado de fora. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Apesar de todo o conforto de casa, caminhas aconchegantes e petiscos que o seu gato recebe, ele ainda é um caçador nato. E não importa quantas vezes você o alimente, aquele <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/69909-por-que-os-gatos-trazem-animais-mortos-para-casa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">instinto de predador</a> feroz entra em ação quando ele vê uma potencial presa do lado de fora.<ul><li>Descubra:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/69909-por-que-os-gatos-trazem-animais-mortos-para-casa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Por que os gatos trazem animais mortos para casa?</a></li></ul>Nessas horas, parece até que o seu gatinho está tentando "conversar" com os pássaros que ele vê pela janela, não é mesmo? Mas, afinal, o que o bichano está tentando dizer quando faz esses sons diferentes?O chilrear é um som agudo, quase como um “piado” rápido, que muitos gatos fazem quando observam algo que desperta seu instinto. Segundo especialistas em comportamento felino, eles provavelmente estão tentando imitar o som das aves para se aproximar delas sem serem percebidos.<ul><li>Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123004-chilrear-os-sons-estranhos-que-gatos-fazem-para-suas-presas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Chilrear: os sons estranhos que os gatos fazem para suas presas</a></li></ul>Já o tagarelar — aquele som frenético que parece que o gato está batendo os dentes — geralmente acontece quando a frustração toma conta. É como se ele estivesse dizendo: “Ah, se essa janela não estivesse aqui...”. É o som da expectativa e da excitação quando ele percebe que, apesar de estar tão perto de uma presa, não pode atacá-la.<h2>Entre felinos domésticos e selvagens</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/21/21161306172247.jpg" alt="O comportamento do gato doméstico é semelhante ao dos grandes felinos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O comportamento do gato doméstico é semelhante ao dos grandes felinos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>É importante lembrar que esses comportamentos não são exclusivos dos gatos domésticos. Na verdade, grandes felinos, como chitas e leões, também fazem sons semelhantes enquanto caçam.Então, quando seu gatinho faz aquele chilrear ou tagarelar enquanto observa um pássaro pela janela, ele está apenas agindo como os seus primos maiores e selvagens, que usam esses sons para potencializar suas habilidades de caça.<ul><li>Saiba também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118759-15-fatos-curiosos-sobre-os-gatos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">15 fatos curiosos sobre os gatos</a></li></ul>A diferença é que, em vez de estar na savana perseguindo uma gazela, o seu gato está na segurança do seu sofá, tentando caçar um passarinho do lado de fora. E, claro, essa atividade pode ser muito divertida de assistir!Ou seja, ele não está só “fazendo graça” quando começa a chilrear e tagarelar para os pássaros lá fora. Esses sons tão característicos, na verdade, revelam o quanto seu felino está ligado aos seus instintos.Mesmo que ele viva no conforto da sua sala de estar, o “modo caça” é ativado sempre que ele se depara com algo pequeno e rápido do lado de fora.

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Por que os gatos fazem sons estranhos ao verem pássaros ou outras presas?

Muitas vezes, pesquisadores já se questionaram o que impulsiona a criação de conhecimento científico. Eis aqui a resposta.

Todos os anos, a comunidade científica produz milhões de artigos dentro das mais diversas áreas, como ciência, tecnologia, engenharia, matemática e medicina. Dá a impressão de que os cientistas nunca param de descobrir coisas novas, das mais simples às mais complexas.E não é só impressão. Desde 1900, o número de artigos científicos costuma dobrar a cada 10 e 15 anos. E será que realmente as descobertas nunca vão acabar? E o que será que causou esse boom nos últimos séculos?<ul><li>Leia mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128686-6-maravilhas-da-arquitetura-e-engenharia-que-voce-precisa-conhecer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">6 maravilhas da arquitetura e engenharia que você precisa conhecer</a></li></ul><h2>A evolução do conhecimento científico</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/22/22195758913380.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>Por um tempo, imaginou-se que o aumento da produção científica seria prejudicial à humanidade. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>No entanto, essa expansão extraordinária já foi considerada insustentável. Um influente livro publicado em 1963, chamado Little Science, Big Science, do historiador da ciência Derek de Solla Price, lançou o conceito de cienciometria, que é a análise da infometria de dados relacionados a publicações científicas.Price previu que o mundo chegaria no fim dos seus recursos e nos talentos para a pesquisa. Para o autor, a consequência seria um declínio em novas descobertas e crises em potencial para a medicina, a tecnologia e a economia. A tese do livro foi bem aceita na época.<ul><li>Saiba também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121738-7-coisas-que-voce-nem-imagina-se-nao-for-medico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">7 coisas que você nem imagina se não for médico</a></li></ul>Mas, felizmente, a previsão de Derek de Solla Price estava incorreta. Em vez de estagnar, a ciência caminhou para frente, e agora o mundo vivencia uma explosão de produção científica. Mas o que será que causou esse crescimento?<h2>O que explica o aumento na produção científica global?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/22/22195727392379.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>Sociólogos defendem a ideia de que as universidades impulsionaram as descobertas científicas. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Na obra Global Mega-Science: Universities, Research Collaborations, and Knowledge Production, os sociólogos David P. Baker e Justin J.W. Powell oferecem algumas explicações para esse crescimento rápido das descobertas científicas.&nbsp;Normalmente, quando se pensa nisso, quem é “responsabilizado” são eventos como crescimento econômico, guerras, corridas espaciais e competição geopolítica. Eles têm a sua importância, claro. Mas, segundo os autores do livro, sozinhos eles não dão conta de explicar por que o conhecimento científico aumentou tanto.<ul><li>Descubra:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119953-como-foi-decidido-o-fim-da-corrida-espacial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Como foi decidido o fim da Corrida Espacial?</a></li></ul>A hipótese defendida pela obra é que a capacidade científica do mundo foi construída sobre as aspirações educacionais de jovens adultos que começaram a buscar o ensino superior. Os autores explicam: nos últimos 125 anos, o aumento da demanda e do acesso ao ensino superior desencadeou uma revolução global na <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao" rel="noopener noreferrer" target="_blank">educação</a>. Agora, mais de dois quintos dos jovens do mundo com idades entre 19 e 23 anos estão matriculados nessas instituições de ensino.Este teria sido o “motor” que impulsionou a capacidade de produção de pesquisas científicas. Contabiliza-se que, hoje, mais de 38 mil universidades e outras instituições de ensino superior em todo o mundo tenham participação crucial das descobertas da ciência, nas mais diferentes áreas.<ul><li><a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Leia mais sobre Educação no Mega Curioso!</a></li></ul>Por isso, o financiamento do ensino superior (seja em bolsas para os alunos, salários de professores e custeio de projetos) desempenha um papel fundamental nos avanços da ciência. Ou seja, a educação é a verdadeira impulsionadora da pesquisa científica mundial: os docentes universitários contribuem com 80% a 90% das descobertas publicadas a cada ano em milhões de artigos.Esta é uma das razões que explicam por que defender as <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/99638-saiba-quais-sao-as-10-melhores-universidades-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">universidades</a> vai muito além do aspecto da docência, que é um dos três pilares do ensino superior, ao lado de extensão e pesquisa. O crescimento destas instituições significa também uma melhora na vida de todos, por meio das tantas descobertas científicas que são feitas nelas.

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Por que as descobertas científicas parecem não ter fim?

A invenção dos lasers é fruto de décadas de ciência quântica e abriu portas para diversas tecnologias essenciais.

A invenção do laser foi uma verdadeira <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119938-galileu-galilei-a-revolucao-causada-pelas-descobertas-sobre-a-lua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">revolução científica</a>, e como em muitas descobertas importantes, várias mentes brilhantes contribuíram para o seu desenvolvimento. Embora a ideia de feixes de energia tenha povoado a ficção científica por décadas, foi no início do século XX que a ciência por trás dos lasers começou a tomar forma.&nbsp;Tudo começou com a teoria quântica, proposta por Max Planck em 1900, e se aprofundou com os trabalhos de Albert Einstein, que, em 1917, descreveu o conceito de emissão estimulada — um dos princípios fundamentais que permitiriam a criação dos lasers.Nos anos seguintes, a ideia de emissão estimulada ficou na obscuridade, até que, nas décadas de 1940 e 1950, o interesse por tecnologias de micro-ondas trouxe essas teorias à tona novamente.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Excitando moléculas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/23/23080958472001.jpg" alt="O laser é uma das grandes obas da humanidades. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O laser é uma das grandes invenções da humanidade. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Físicos como Charles Townes e Arthur Schawlow, que trabalhavam em espectroscopia de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120145-afinal-de-contas-como-o-microondas-esquenta-sua-comida.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">micro-ondas</a>, perceberam o potencial das micro-ondas para excitar moléculas, abrindo caminho para o que seria o precursor do laser: o maser.&nbsp;O maser funcionava amplificando micro-ondas em vez de luz visível, e foi um importante avanço, mas Townes acreditava que era possível ir além e explorar a emissão estimulada para comprimentos de onda mais curtos, como o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/pequeno-predador-mosquitos-usam-infravermelho-para-encontrar-humanos" rel="noopener noreferrer" target="_blank">infravermelho</a> e a luz visível.Foi com essa ideia em mente que Townes e Schawlow começaram a trabalhar no conceito de laser (Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation, termo em inglês para "Amplificação de Luz por Emissão Estimulada de Radiação"). Em 1958, publicaram um artigo descrevendo como a emissão estimulada poderia ser usada para criar um feixe de luz coerente, e dois anos depois, obtiveram a patente para essa tecnologia.&nbsp;<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/23/23082104315004.jpg" alt="Artur Schawlow foi uma das mentes por trás da criação do laser. ((Fonte: Wikimedia Commons/ Reprodução)"><figcaption>Arthur Schawlow foi uma das mentes por trás da criação do laser. (Fonte: Wikimedia Commons/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>No entanto, enquanto eles ainda trabalhavam na teoria, Theodore Maiman, um engenheiro da Hughes Aircraft, foi o primeiro a construir um laser funcional em 1960, usando um cristal de rubi e uma lâmpada de xenônio para estimular os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121413-modelos-atomicos-como-a-materia-e-construida-e-organizada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">átomos</a>. Esse laser produzia um feixe vermelho e pulsante, marcando o início da era dos lasers.<h3 style="text-align:justify;">Laser nos tribunais</h3>O desenvolvimento do laser gerou uma série de batalhas judiciais, especialmente por parte de Gordon Gould, que também havia trabalhado em projetos de laser. Embora Gould tenha entrado com seu pedido de patente logo após Maiman, ele só obteve os direitos legais décadas depois, em 1988, após uma longa disputa.&nbsp;O trabalho de Townes, Schawlow e Maiman foi rapidamente reconhecido pela comunidade científica, rendendo prêmios Nobel e consolidando o laser como uma das inovações mais importantes do século 20.<h2 style="text-align:justify;">Como os lasers realmente funcionam?&nbsp;</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/23/23082417290005.jpg" alt="Hoje os lasers são usados em diversas situações. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Hoje os lasers são usados em diversas situações. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>A base está na ideia de excitar elétrons em átomos para que eles "saltem" para níveis de energia mais altos. Quando esses elétrons retornam aos seus níveis originais, eles liberam fótons — <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/teoria-da-luz-cansada-volta-a-assombrar-tese-do-big-bang" rel="noopener noreferrer" target="_blank">partículas de luz</a>. O laser aproveita esse processo, gerando um feixe de luz onde todos os fótons têm a mesma energia e direção.&nbsp;Para fazer isso, é necessário alcançar um estado conhecido como "inversão populacional", onde há mais átomos excitados do que em seus estados normais. Quando a emissão estimulada é gerada, todos esses átomos começam a liberar fótons em uníssono, criando um feixe de luz altamente concentrado.Desde sua invenção, o laser encontrou aplicações em quase todos os setores da sociedade. De <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/os-perigos-das-cirurgias-para-mudar-a-cor-dos-olhos" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cirurgias oculares</a> a sistemas de telecomunicações, os lasers são usados para cortar, soldar, medir distâncias, realizar cirurgias e até em entretenimento, como nos leitores de CD e DVD e nos dispositivos para brincadeiras com gatos.&nbsp;O impacto dessa tecnologia é incalculável, e o futuro promete ainda mais inovações à medida que os lasers se tornam cada vez mais potentes e acessíveis.

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Do raio ficcional ao mundo real: a história fascinante dos lasers

Durante décadas, o debate sobre o enigma matemático deixou especialistas divididos e revelou o impacto da intuição humana em problemas de lógica. 

Imagine que você está participando de um jogo valendo um carrão novinho. Você tem três portas à sua frente. Atrás de uma delas está o prêmio dos seus sonhos, e, atrás das outras duas, apenas bodes. Depois de escolher uma porta, o apresentador revela o que tem atrás de outra porta – um bode – e te dá a opção de trocar de escolha. Parece fácil, né? Mas acredite: esse dilema virou um dos maiores barracos da história da&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/109635-15-fatos-legais-e-divertidos-sobre-matematica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">matemática</a>.Tudo começou em 1975, quando o estatístico americano Steve Selvin lançou esse enigma. Durante anos, o problema foi discutido por acadêmicos, mas nada de mais aconteceu. Até que, em 1990, o dilema chegou à coluna "Ask Marilyn", onde Marilyn vos Savant, que já foi considerada a pessoa mais inteligente do mundo, deu uma resposta surpreendente: a melhor estratégia é trocar de escolha, já que as chances de ganhar aumentam para 2 em 3. A partir daí, o circo estava armado.<h2>Debates matemáticos e machismo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/22/22183506479345.jpg" alt="Mesmo com um cálculo embasado, Marilyn vos Savant foi questionada por acadêmicos por décadas. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Mesmo com um cálculo embasado, Marilyn vos Savant foi questionada por acadêmicos por décadas. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>A resposta de Marilyn provocou uma onda de reações nada amigáveis. A coluna foi bombardeada com cartas de leitores – muitos deles <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/121946-phd-6-das-pessoas-mais-novas-do-mundo-a-conquistar-um-doutorado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">PhDs</a> – que achavam a resposta absurda. Teve matemático dizendo que "não faz diferença trocar ou não", que "as chances são de 50/50". Outros foram bem arrogantes, dizendo que ela "meteu os pés pelas mãos" e que estava "propagando o analfabetismo matemático".Alguns foram além e passaram dos limites, com comentários misóginos. Um leitor chegou a sugerir que “talvez mulheres vejam problemas matemáticos de forma diferente dos homens”. Marilyn respondeu com paciência, dedicando três colunas seguidas para explicar o raciocínio por trás de sua resposta. Mesmo assim, alguns continuavam batendo o pé e dizendo que ela estava errada.A confusão toda veio da forma como o problema foi originalmente enunciado. Muitas pessoas achavam que a porta escolhida pelo apresentador era aleatória, mas não era bem assim. Na verdade, ele sempre revelava um bode, e esse detalhe mudava tudo no cálculo das probabilidades.<h2>A razão por trás dos cálculos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/22/22183602632347.jpg" alt="Cálculos indicam que aceitar a troca é sempre a melhor opção no dilema das três portas. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Cálculos indicam que aceitar a troca é sempre a melhor opção no dilema das três portas. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Para entender melhor, imagine três cenários possíveis: você escolhe o prêmio, o Bode 1 ou o Bode 2. Se escolher o prêmio, trocar será uma péssima ideia, mas, se escolher um dos bodes, trocar é a melhor opção. Como duas das três possibilidades são vantajosas para quem troca, a probabilidade de ganhar passa a ser de 2 em 3.No fim das contas, a história deu razão a Marilyn. Pesquisas mostraram que, em 1992, a maioria dos leitores e até dos acadêmicos já concordava com ela.&nbsp;Um dos críticos mais ferrenhos, Robert Sachs, chegou a escrever para se desculpar, dizendo que "tirou o pé da boca e estava comendo um belo pedaço de torta de humildade".Então, da próxima vez que ouvir alguém duvidando do poder das <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127640-cara-ou-coroa-jogo-com-moeda-nao-tem-50-de-probabilidade-de-sair-cada-lado-segundo-a-ciencia-entenda-o-motivo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">probabilidades</a>, lembre-se deste caso: até as mentes mais brilhantes podem tropeçar quando o assunto é matemática. E, se um debate sobre bodes e portas pode virar uma polêmica dessas, quem disse que a matemática não tem emoção?

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Enigma dos bodes: o debate matemático que virou um barraco histórico

O estudo conclui que a injeção de partículas de diamante de 150 nm poderiam reduzir as temperaturas globais em até 1,6°C.

Na tentativa desesperada para<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/clima-extremo-deve-afetar-70-da-populacao-mundial-em-20-anos" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;mitigar de forma rápida as mudanças climáticas</a>, alguns pesquisadores estão propondo realizar intervenções climáticas diretamente na estratosfera, a segunda camada principal da atmosfera terrestre. A ideia é injetar nesse local, entre 10 e 50 km acima da superfície da Terra, algumas toneladas de partículas para funcionar como um “guarda-sol” gigante.Em um estudo publicado recentemente na revista Geophysical Research Letters, uma equipe internacional de cientistas, liderados por pesquisadores da prestigiada ETH Zurique, da Suíça, propõe “um modelo global de química-clima com microfísica interativa de partículas sólidas”, no caso, cinco milhões de toneladas de partículas de diamante de 150 nm cada.A expectativa é que, se tudo corresse conforme os planos da equipe, essa riquíssima poluição seria capaz de reduzir as temperaturas globais em até 1,6&nbsp;°C. Esse número é impressionante, pois é maior até do que o teto de 1,5&nbsp;°C acima dos níveis pré-industriais proposto no Acordo de Paris em 2015.&nbsp;<h2>Testando aerossóis estratosféricos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/22/22182022921332.jpeg" alt="x. (Fonte S. Vattioni et al., 2024/Divulgação)"><figcaption>Esquema gráfico da injeção de dióxido de enxofre na atmosfera. (Fonte S. Vattioni et al., 2024/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Originalmente, a injeção de aerossol estratosférico deveria ser feita com partículas de dióxido de enxofre (SO2), um gás incolor, fedorento, mais pesado que o ar e, por incrível que pareça, altamente poluente. Para piorar a situação, testes mostraram que o elemento químico teve um efeito oposto, ou seja, aqueceu a estratosfera.&nbsp;Para testar alternativas ao SO2, os autores desenvolveram um modelo climático 3D para simular a reação de diferentes aerossóis na atmosfera. Foram testados os seguintes elementos: alumínio, calcita, carboneto de silício, anatase e rutilo, além dos citados diamante e dióxido de enxofre.O teste abrangeu diversas características, como a capacidade de cada material em absorver ou refletir calor, quanto tempo eles passam na atmosfera (sedimentação) e sua tendência de se manterem juntos ou separados ao longo do tempo (coagulação). Após a simulação de 45 anos, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/quanto-mais-perto-do-sol-mais-frio-o-fascinante-paradoxo-das-montanhas" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o diamante provou ser o melhor em refletir a radiação solar</a>, e o SO2 o pior.<h2>É possível injetar pó de diamante na atmosfera?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/22/22182727956338.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O custo de espalhar diamantes na atmosfera seria o dobro do PIB mundial. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/diamantes-sao-criados-do-zero-em-15-minutos-em-novo-processo-cientifico-revolucionario" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Após o diamante ter se destacado como a melhor opção</a> entre as seis partículas e o gás de dióxido de enxofre, surgiu um obstáculo, e é bem grande: a conta.&nbsp;Em entrevista à Science, o primeiro autor do artigo, Sandro Vattioni explicou que, para chegar à meta de 1,6&nbsp;°C, seriam necessárias cinco milhões de toneladas de partículas por ano, com um custo, até o final do século 21, de US $ 200 trilhões, ou R$ 1,1 quatrilhão.Só para ter uma ideia do que representa essa quantia, basta lembrar que a soma de todos os bens e serviços finais produzidos no mundo em 2023, ou seja, o PIB global foi de US$ 105,44 trilhões, segundo dados do Bando Mundial. Então, teremos que trabalhar o dobro só para ter diamantes em nossa estratosfera.

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