Saber o final não atrapalha livros ou filmes, diz pesquisa

15/08/2011 às 08:201 min de leitura

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(Reuters) Se você está com raiva porque algum estraga-prazeres revelou a trama de um filme ou contou o final de um livro, não precisa mais ficar. Um novo estudo de pesquisadores da Universidade da Califórnia mostra que saber os fatos com antecedência pode aumentar o prazer, mesmo para livros marcados pelo suspense ou para enredos de filmes.

Depois de examinar três tipos de histórias -- reviravolta cômica, mistério e literária --, de autores como John Updike, Roald Dahl e Agatha Christie, eles constataram que os leitores preferiam versões que antes tinham um parágrafo que revelava o final da trama. "Fiquei muito surpreso com os resultados", disse o pesquisador Nicholas Christenfeld em uma entrevista. "Como a maioria das pessoas, não dou uma olhada no final do livro para ver quem morre ou o que acontece”.

Para esse trabalho cada história foi lida por até 30 pessoas e apresentada em dois formatos: a versão original e outra com um parágrafo inserido, no qual se revelava o final da trama. Leitores de todas as três histórias preferiram mais a versão estraga-prazeres do que a original. "As tramas são só desculpa para uma grande obra", explicou Christenfeld. "Apesar disso, as tramas são importantes, como um esqueleto ou um 'gancho'. Você precisa delas para mostrar as coisas que são importantes, mas a trama não é por si só algo decisivo."

Quando os espectadores já sabem qual é o final do filme, podem querer vê-lo de novo para observar coisas que fizeram sentido ou não na primeira vez em que o viram. Nesse estudo, a ser divulgado na publicação Psychological Science, os pesquisadores disseram ter descoberto que o sucesso de um entretenimento não está fundamentado tão somente no suspense.

"As histórias são um elemento universal da cultura humana, a espinha dorsal da indústria do entretenimento, que envolve bilhões de dólares, e também o meio pelo qual os valores religiosos e sociais são transmitidos", escreveram. Christenfeld e o coautor Jonathan Leavitt acrescentaram que as constatações do estudo podem significar que as percepções do senso comum sobre o suspense podem estar incorretas.

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