Será que os homens são mesmo infiéis por natureza?

05/07/2012 às 16:572 min de leitura

Fonte: Thinkstock

Um novo estudo causou polêmica nos postulados em que a ciência se baseava para formular a teoria da seleção sexual conforme ela vem sendo entendida desde 1948, aponta o jornal britânico The Daily Mail.

Isso porque pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, revisaram um antigo estudo realizado pelo geneticista inglês Angus John Bateman. As novas descobertas vão de encontro às proposições apresentadas anteriormente e aceitas mundialmente há muitos anos. A principal delas é a ideia de que os homens são naturalmente mais propensos a trair, enquanto as mulheres buscam a monogamia.

Liderado por Patricia Adair Gowarty, professora de Ecologia e Evolução Biológica na Universidade da Califórnia, e com a ajuda dos avanços na análise de DNA, o novo estudo revela que as mulheres podem ser tão promíscuas quanto os homens.

Comumente, as descobertas científicas se constroem a partir da análise, refutação e reformulação de teorias. No entanto, o trabalho de Angus Bateman foi publicado há mais de 60 anos sem que nenhum pesquisador chegasse a questionar os postulados apresentados por ele.

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A Dr. Gowarty acredita que isso se deva ao fato de que as descobertas de Bateman eram tão reconfortantes que, para não abandonar essa zona de conforto, as pessoas simplesmente aceitaram suas ideias sem qualquer questionamento.

Originalmente, o trabalho de Bateman foi executado a partir de moscas frutíferas – três de cada gênero – isoladas em uma jarra. O pesquisador examinou o resultado de suas procriações e começou a esboçar teorias sobre o comportamento de machos e fêmeas.

Em um momento em que a análise de DNA não estava ao alcance, Bateman separou os insetos que nasceram de acordo com as características em comum que apresentavam. Depois de contabilizar todos os animais e cruzar os resultados, o estudioso concluiu que os insetos machos haviam procriado mais vezes e com um número maior de fêmeas. Já as fêmeas tiveram o mesmo número de crias com um ou mais machos.

Assim, estabeleceu-se a ideia de que a promiscuidade e a infidelidade sexual estão postas entre os homens desde sempre. Contudo, a coordenadora do estudo aponta que existe um erro fatal nessas conclusões e declara ao Science Daily: “O estudo de Bateman nunca deveria ter sido publicado”.

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Para provar que os conceitos demonstrados poderiam estar equivocados, Patricia Gowarty e sua equipe refizeram o mesmo teste utilizado por Bateman, porém, contato com os avanços da análise genética. Uma das diferenças encontradas é que muitos filhotes sofriam mutações e tinham poucas chances de sobreviver. Sendo assim, a pesquisadora conclui que esses insetos podem ter morrido antes mesmo de serem contabilizados pelo pesquisador inglês. Isso faz com que o estudo de 1948 perca totalmente o seu valor científico.

Além disso, a coordenadora da pesquisa passou os últimos 30 anos se dedicando ao estudo dos gaios-azuis – uma espécie de pássaro – e suas descobertas apontam que, em espécies monogâmicas, é comum que as fêmeas procurem vários parceiros. Patricia Gowarty acredita que esse hábito seja uma resposta natural à necessidade de sobrevivência – o maior desafio evolucionário que enfrentamos.

O estudo foi financiado pelo National Science Foundation e foi publicado online na Proceedings of the National Academy of Sciences.

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