Estilo de vida
29/10/2018 às 03:00•2 min de leitura
Você já viu algum bichinho tão fofo que a sua vontade era encarnar a Felícia, dos Tiny Toons, e esmagar o coitadinho até os olhos dele saltarem das órbitas? Provavelmente já, não é mesmo? Saiba que você não é o único: esse tipo de comportamento é relativamente comum e está sendo pesquisado pela Ciência.
Um estudo da Universidade Yale, nos EUA, publicado na revista Psycological Science, explica que é normal sentirmos uma euforia positiva quando vemos um filhote de gato ou cachorro, por exemplo. Porém, logo depois, outro impulso, o de morder e apertar até a morte, costuma aparecer como uma forma de neutralizar o primeiro sentimento positivo que está fora de controle.
A essa reação os cientistas chamaram de “cute aggression”, algo como “agressão fofinha”. Ela provavelmente pertence a um tipo paradoxal de sentimentos que são ao mesmo tempo positivos e negativos – algo parecido com o que acontece quando você chora de alegria ou ri de nervoso, por exemplo.
A “agressão fofinha” foi estudada pela primeira vez em 2012. As pesquisadoras Rebecca Dyer e Oriana Aragon deram um pedaço de plástico-bolha para 109 pessoas e depois exibiram imagens aleatórias de animais engraçados, neutros ou lindinhos. Era esperado que os mais bonitos gerassem mais estouros de bolhas, mas as pesquisadoras relatam que os voluntários ficaram insanos!
Apesar disso, parece que essa agressividade aflora muito mais quando os objetos de desejo – cães, gatos e até mesmo bebês fofinhos – estão fora de alcance. Já o novo estudo foi feito com ainda mais pessoas, que primeiramente foram orientadas a lembrar de algum tipo de sentimento bom e de algum ruim e o quão poderosa era essa reação em sua memória.
Com base nas respostas, os cientistas concluíram que os bebês são os que mais despertam a reação de “agressão fofinha”, que inclui até mesmo cerrar os punhos ao ver algo tão bonitinho. Porém, quanto mais agressiva é essa reação, mais rapidamente ela é neutralizada em um sentimento bom.
“A capacidade de regularmos a própria força da resposta emocional é altamente adaptável: ela nos impede de investir muita energia nas coisas”, explica Anna Brooks, pesquisadora em neurociência cognitiva da Universidade Southern Cross, na Austrália. Ou seja, é perfeitamente natural que o bem-estar instantâneo ao ver algo fofinho seja rapidamente “combatido” pelo seu cérebro com algum tipo de sentimento agressivo para tentar neutralizar o excesso de felicidade que você está sentindo.
*Publicado em 8/12/2015