O que estaria por trás de nossa obsessão pelos zumbis?

21/03/2018 às 04:002 min de leitura

Em 2015, a série “The Walking Dead” ficou em segundo lugar entre as mais pirateadas em todo o mundo, de acordo com o site TorrentFreak. Esta não é exatamente uma surpresa, já que o programa conta com uma enorme quantidade de fãs que adoram as histórias envolvendo os zumbis mais populares da televisão hoje em dia.

Mas de onde vem essa fixação por esses monstros? A escritora nova-iorquina Julia de Guzman tenta entender essa obsessão pelo tema, que é responsável pela crianção séries, filmes, quadrinhos, jogos e até mesmo pegadinhas pra lá de sinistras. Neste artigo, você pode saber um pouco mais sobre curiosidades e origens desses seres que insistem em “viver” mesmo depois de mortos.

Apesar de estarem na cultura pop há bastante tempo, foi apenas recentemente que eles foram catapultados ao sucesso. Julia relembra, porém, que as origens são bem mais antigas. No século 19, os africanos tinham os nzumbi, que não metiam muito medo; afinal, eram controlados por feiticeiros que dominassem a magia negra.

Hoje em dia, esses monstros desenvolveram uma espécie de vontade própria, dispostos a destruir tudo e matar todos que encontrarem pelo caminho. “O zumbi serve como uma figura de interrupção normativa: sua única motivação é a fome, e não há códigos comuns de comportamento para impedi-los de satisfazer essa necessidade”, analisa a escritora.

Série "The Walking Dead" ajudou a popularizar os zumbis

Reflexo do medo

Kelly Murphy, professora de religião e filosofia da Universidade de Michigan, nos EUA, diz que os zumbis refletem os nossos medos e por isso evoluíram ao longo das últimas décadas. De acordo com ela, os zumbis originais refletiam o medo da sociedade em se tornar escravizada, diferente dos atuais, que refletem o medo mais sobrenatural.

Julia de Guzman cita que, no livro “American Zombie Gothic: The Rise and Fall (and Rise) of the Walking Dead in Popular Culture”, o autor Kyle Bishop mostra como a insegurança e a incerteza cresceram nos EUA após os ataques de 11 de setembro, a gripe aviária, o furacão Katrina e os surtos de antraz. Tudo isso em um intervalo de pouco mais de cinco anos, o que coincide com as narrativas envolvendo os zumbis.

A ideia de encarar o medo nas artes remonta à Grécia Antiga, já que a população se mantém mais estável quando enfrenta aquilo que a aflige. Ao assistir ao caos nas telonas e telinhas, compreendemos como seria um mundo sem leis e passaríamos a aceitar mais confortavelmente o mundo real em que nós vivemos. Tanto que filmes como “Meu Namorado é um Zumbi” e séries como “iZombie” já mostram uma nova realidade: a de zumbis interagindo com a sociedade de maneira positiva.

"Meu Namorado é um Zumbi" mostra a relação de uma jovem com um morto-vivo

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E aí, você concorda com a autora de que o aumento da exploração do tema é reflexo do nosso próprio interesse em vermos um mundo dominado pelo caos para podermos enfrentar os problemas reais? Fica a reflexão!

*Publicado em 29/12/2015

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