Ciência
23/05/2019 às 08:58•2 min de leituraAtualizado em 26/09/2024 às 11:16
Se você é homem, nunca vai saber como é a dor do parto e, se é mulher, jamais terá noção de como dói um chute nos testículos. Mas, afinal, qual das duas dores é maior? Como é possível compará-las?
Primeiro, é preciso entender o que é, de fato, a dor. Trata-se de uma resposta nervosa a um estímulo físico. Essa resposta se dá por meio de ligações cerebrais que ocorrem através de neurônios.
Existe uma unidade de medida, conhecida como “del”, que calcula os níveis de dor. Segundo pesquisas, o corpo humano consegue aguentar aproximadamente 47 dels. Partindo disso, para se ter um meio de comparação, estabeleceu-se que o parto causa 57 dels, o equivalente a sentir 20 ossos sendo quebrados de uma só vez.
Fonte da imagem: Shutterstock
Por outro lado, o tão temido chute nos testículos poderia causar 9 mil dels. Se você acha que esses números já mostram o que dói mais, está enganado. Primeiro porque essa unidade de medida ainda não é reconhecida pela Ciência, e segundo porque é preciso de outros tipos de comparações para se estabelecer níveis de dor.
Se você é homem e leva um belo chute em sua área de lazer, deve sentir essa dor imensa e incalculável durante alguns segundos, minutos no máximo. Porém, se você é mulher e está dando à luz a um bebê, se prepare para suportar o sofrimento por 8 horas, que é o tempo médio de duração de um parto.
A região dos testículos está cercada por nervos supersensíveis que respondem à dor com muita facilidade. Essas células nervosas fazem conexão com o estômago e, uma vez ativado, esse órgão aperta o botãozinho “central de vômito” e a dor é tanta que chega a causar náusea, sem falar, é claro, no aumento dos batimentos cardíacos, da pressão sanguínea e da produção de suor.
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Por outro lado, o útero está cercado por células que agem da mesma forma que as citadas no parágrafo anterior. É comum, portanto, que mulheres em trabalho de parto sofram com os mesmos sintomas de homens atingidos por golpes baixos.
A verdade é que a dor é relativa e depende, sempre, de como está a sua condição física, seu humor e, claro, suas experiências anteriores relacionadas ao sofrimento. É possível, portanto, que uma mulher em trabalho de parto sinta mais dor do que um homem que levou um chute na região peniana. Da mesma maneira, o contrário também pode acontecer. Não há como definir qual dor é pior ou mais intensa, e talvez doa um pouco em você o fato de que não há remédio: teremos que viver com isso.
*Publicado em 26/04/2013