Ciência
26/03/2014 às 04:40•5 min de leitura
Desde criança estamos condicionados a pensar na Disney World como um lugar mágico, preenchido com pessoas felizes, personagens queridos e construções monumentais — tanto que ir à Disney é o sonho de consumo de muita criança por aí. E, quando elas não podem ir, dedicam a primeira viagem internacional, já na vida adulta, ao parque onde a fantasia é uma realidade. Ou quase.
Nessa adoração irreparável, tendemos a exagerar as qualidades do local — o qual, antes de qualquer fanático atirar pedras, é sim encantador, mas é só mais um lugar no mundo. Um lugar onde pessoas trabalham não tão felizes assim, um lugar onde turistas ficam bêbados e tarados.
Duvida? Então confira alguns fatos que não fazem parte da sua visão fantástica a respeito do parque de diversões mais famoso do mundo. Eles foram publicados no Cracked e fazem parte dos relatos de um ex-funcionário do parque, que não quis se identificar:
Fonte da imagem: Reprodução/Cracked
Tenha sempre em mente uma coisa: apesar de ser um parque imenso, a Disney vive lotada, especialmente em feriados e durante as férias. É comum que quem vá de carro não encontre vaga nos estacionamentos, por exemplo.
O Epcot, um dos parques temáticos da Disney, acaba por ser a última escolha de quem não encontra um lugar para estacionar nas proximidades dos outros parques – fica a dica. O “problema” é que o parque tem um grande estoque de licor e muitos são os espertinhos que se embebedam e, de quebra, conseguem “escapar” levando bebidas pelos outros parques. Ou seja...
Funcionários e visitantes se deparam com pessoas cambaleando e até mesmo dormindo em escadas e jardins. Quem conhece o Epcot não estranha que o lugar tenha a alcunha de “parque bêbado”.
Fonte da imagem: Reprodução/Cracked
Já imaginou como é a sensação de trabalhar vestido como um dos personagens da Disney? Além de precisar sorrir e ser simpático o tempo todo, vale lembrar que as roupas são pesadas, grossas e extremamente quentes.
Imagine quilos de poliéster cobrindo todo o seu corpo e absorvendo cada gotícula de suor que você liberar. Agora imagine essa roupa ao final do expediente. No seu próximo passeio ao mundo dos sonhos, tenha cuidado ao tirar uma foto com o Ursinho Pooh, por exemplo. Dizem que o cheiro não é dos melhores.
Além disso, usar esse tipo de roupa por dias consecutivos pode causar danos ao organismo, principalmente se ela não for lavada com certa frequência. O acúmulo de suor no poliéster pode impedir a respiração dos poros, por exemplo.
Fonte da imagem: Reprodução/Cracked
O pior disso tudo é que as pessoas estão lá, dentro daquelas fantasias imensas e fedidas, muitas vezes com o rosto coberto, e, quando falta pouco tempo para irem embora, sempre tem um turista que não entende que o Ursinho Pooh, a Margarida e o Mickey estão loucos para voltar a serem pessoas normais, que vestem roupas leves e mais finas.
Quando não são as roupas, são os acessórios que atrapalham. A Mégara usa uma peruca tão pesada que muitas mulheres já precisaram de ajuda médica devido à pressão exercida em seus pescoços.
Fonte da imagem: Reprodução/Cracked
Praticamente todo mundo acha superbacana colocar as mãos nos seios da Minnie ou no bumbum do Pateta, por exemplo. Crianças não têm esse costume, felizmente. Mas os marmanjos de plantão curtem fazer poses nada delicadas e, ao que tudo indica, esquecem que há uma pessoa ali, embaixo daquela roupa pesada. Outro detalhe: não importa se você é homem ou mulher, é preciso estar pronto para fazer papéis femininos e masculinos.
Há também os turistas que gostam de perturbar os personagens com empurrões e cutucões, por exemplo. Além, é claro, dos que têm certo fetiche pela pessoa que está ali embaixo daquela fantasia enorme. Freud explicaria.
Fonte da imagem: Reprodução/Cracked
O ex-funcionário contou que precisou se vestir de Minnie várias vezes e que, por isso, ouvia coisas absurdas de homens jovens e até dos mais maduros. Uma das frases que ele não esqueceu foi a de um homem que sussurrou em seu ouvido: “Estou tão feliz por ver você, as crianças ainda não sabem, mas depois dessa viagem eu vou pedir o divórcio”. Outra frase estranha que ele ouviu: “Ainda não contamos para nossos filhos que a mãe deles está com câncer”. Parece que a Minnie é, além de objeto sexual, terapeuta.
Fonte da imagem: Reprodução/Cracked
É lógico que pessoas com algum tipo de necessidade especial têm preferência nas filas das atrações e contam com lugares próprios, que facilitam a sua mobilidade e não impedem que aproveitem tudo normalmente. O problema é quando pessoas sem condições especiais simplesmente fingem ter algum tipo de deficiência para “se dar bem”.
Na Disney, infelizmente, também existe gente com esse comportamento desprezível. Há até sites que oferecem serviços de falsificação de documentos, para que o visitante possa se apresentar como uma pessoa com deficiência. A boa notícia é que, recentemente, o parque adotou novas medidas de controle e tem feito alguns flagrantes bem feios para quem tenta burlar o sistema. Imagine a vergonha!
Fonte da imagem: Reprodução/Cracked
O ex-funcionário conta que uma das mentiras mais comuns que ouvia era a de que a pessoa era “alérgica ao sol”. Segundo ele, essas mesmas pessoas, em muitas situações, estavam bronzeadas. Mas essa é até que uma mentira “leve”. A pior de todas, segundo o depoimento do antigo empregado do parque, foi a de um pai que disse que sua filha havia sido estuprada e que, por isso, eles precisariam entrar sem ficar na fila.
Isso sem falar, é claro, nos pais que fingem que seus filhos têm doenças terminais e precisam furar a fila. Nos EUA, uma ONG chamada Make a Wish costuma bancar a viagem de crianças até o parque. Como identificação, essas crianças usam um broche. O problema é que há falsificadores desse broche, que vendem o item sem a menor dor na consciência. Que pena.
Fonte da imagem: Reprodução/Cracked
Se crianças querem ir à Disney, papais e mamães também querem. Por mais absurdo que pareça, não são raros os casos de pais que simplesmente deixam seus filhos andando sozinhos pelos parques. Cada um vai para um lado e, ao final do dia, encontram-se em um local combinado. E, de repente, Pateta, Pluto e alguma fada aleatória se tornam babás de crianças perdidas e chorosas.
O antigo funcionário contou que já precisou socorrer uma criança ferida que chorava ao ver o sangue saindo de seu machucado e ao perceber que estava perdendo um dos desfiles. É lógico que a garotinha gritava desesperadamente pela mãe que, ops, não estava ao lado dela.
Fonte da imagem: Reprodução/Cracked
Você já deve ter percebido que trabalhar na Disney não é a melhor coisa do mundo, certo? Principalmente se você precisa usar uma fantasia muito quente e pesada. E, conhecendo esses detalhes, você pode se perguntar quem é que, em sã consciência, escolheria trabalhar em um lugar como esses.
A resposta é simples e estranha: por mais difícil que seja o ofício de viver como se fosse a Fera, o Gênio do Aladim ou o Pluto, essas pessoas gostam, de verdade, de fazer isso. Conseguir um emprego desses é muito mais difícil do que parece, e tem muita gente se candidatando às vagas.
Só para você ter ideia, as entrevistas de emprego da Disney incluem até mesmo apresentações de dança, avaliação física e performática, quando o candidato precisa mostrar que sabe agir, andar e falar como se fosse algum dos personagens que existem no parque. Entre as tarefas que devem ser realizadas estão algumas como lavar louça e decorar uma árvore de Natal. Tudo isso, claro, como se fosse um dos personagens.
Fonte da imagem: Reprodução/Cracked
Todo mundo deve ser capaz de dar autógrafos perfeitos também, é claro – se alguém vir um autógrafo do Mickey há 20 anos e um dado ontem, vai reparar que os dois são iguais. Quem for ambidestro vai ter um bônus na hora da avaliação. E, no caso dos personagens com rostos, como príncipes e princesas, quesitos como tons de voz e sotaque também são avaliados.
O fato é que as pessoas que trabalham ali amam o que fazem. Elas não recebem pouco, mas também não ficam ricas. O que eles mais gostam, na verdade, é da possibilidade de alegrar milhares de pessoas todos os dias.
Uma das histórias que o ex-funcionário conta é que certa vez, durante uma apresentação do show de Mickey, ele ajudou uma garotinha de cadeira de rodas a encontrar um bom lugar para ver o espetáculo. Enquanto o pai da menina a segurava no colo para que ela acompanhasse tudo, o antigo empregado correu para o setor de merchandising e pegou um Mickey de pelúcia, colocando-o junto à cadeira da garotinha, sem que ela percebesse. Ela só viu o presente quando o show acabou e, então, olhou para o pai e disse: “Viu? Eu disse que ele era mágico!”.