Ciência
10/04/2018 às 10:30•3 min de leitura
Você já ouviu falar sobre a Marcha da Morte de Baatan? Esse evento acabou entrando para a História como um dos mais terríveis crimes de guerra — e aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial. A marcha aconteceu em 1942, no início da Guerra do Pacífico, e resultou na morte de um número estimado em aproximadamente de 18 mil prisioneiros. Uma verdadeira tragédia humana.
De acordo com Gabby Duran, do site All That Is Interesting, tudo aconteceu nas Filipinas, um território altamente disputado — uma vez que, sua proximidade com o Japão tornava o local extremamente estratégico, sem falar que, na época, ele era parte do território norte-americano. Não é de se estranhar, portanto, que inúmeras batalhas sangrentas tenham sido travadas por lá.
Generais japoneses e norte-americanos negociando a rendição das Filipinas em 1942 (Corbis/Getty Image)
Pois a Batalha de Baatan foi uma delas e terminou, após um período de três meses de violentos conflitos — que contabilizaram cerca de 10 mil mortos entre norte-americanos e filipinos —, com a vitória dos japoneses e na maior rendição registrada na história dos EUA, com quase 80 mil soldados aliados entregando suas armas aos inimigos. Esse número, no entanto, superou em muito o que os japoneses previram e, na falta de veículos para transportar todo mundo aos campos de prisioneiros, o tenente-general Masaharu Homma ordenou que eles marchassem.
Os soldados foram obrigados a se deslocar a pé entre as cidades de Mariveles e San Fernando e, depois, da estação de trens Capas até o Campo O’Donnell, trajeto que, no total, somava por volta de 112 quilômetros. Vale destacar que estamos falando dos “perdedores” de um longo e sangrento conflito, portanto, os homens estavam exaustos, famintos, sedentos e havia muitos feridos e doentes no grupo. Assim, pelo menos do lado dos norte-americanos especificamente, apenas 27 mil estavam listados como efetivos e, desses, um terço tinha contraído malária.
Prisioneiros com as mãos presas às costas (Department of Defense/Wikimedia Commons)
E esses soldados todos foram obrigados a andar e andar, em um calor escaldante e recebendo pouca comida ou água. Muitos eram obrigados a ficar sob o sol inclemente e os que não conseguiam manter o ritmo ou pediam um gole d’água frequentemente eram açoitados, esfaqueados ou baleados — quando não atropelados por caminhões de guerra que passavam pela marcha.
Já entre os mais saudáveis, não demorou até os homens começassem a cair mortos pelo caminho e, dos menos de 20 mil que sobreviveram à marcha da morte e conseguiram chegar até o campo de prisioneiros, muitos sucumbiram devido a doenças, à exaustão e as péssimas condições do local. As imagens que você viu acima e pode conferir a seguir contam um pouco dessa trágica história.
1 – Soldados improvisando macas para transportas os feridos ou os que não aguentavam mais andar
(Wikimedia Commons)
2 – Os prisioneiros eram forçados a ver os corpos de seus companheiros mortos
(The National Museum of the US Air Force)
3 – Este prisioneiro teria sido queimado vivo e enterrado nessa cova
(U.S. Army Signal Corps/Wikimedia Commons)
4 – Soldados carregando companheiros mortos
(The National Museum of the US Air Force)
5 – Um raro momento de descanso durante a marcha
(Bettmann/Getty Images)
6 – Prisioneiros norte-americanos e filipinos durante a marcha
(Bettmann/Getty Images)
7 – Soldados japoneses “guardando” seus prisioneiros
(Department of Defense/Wikimedia Commons)
8 – Oficiais norte-americanos feridos aguardando transferência para um hospital de base
(Corbis/Getty Images)
9 – Sobreviventes da Marcha da Morte
(The LIFE Picture Collection/Getty Images)
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