Artes/cultura
01/10/2019 às 05:00•2 min de leitura
Escavações realizadas no antigo campo de concentração nazista de Lety, localizado cerca de 65 quilômetros ao sul de Praga, capital da Tchéquia, revelaram provas do genocídio de mais de trezentas pessoas do povo roma, popularmente conhecidos como ciganos, entre elas a cova de uma mãe e seu bebê. Além dos restos mortais, foram encontrados objetos pessoais como botões e espelhos.
O campo de concentração de Lety foi construído após a invasão dos alemães no país, que se deu em 1939. Apesar de mais conhecidos pelo extermínio de judeus, os campos de concentração nazistas serviram como local de tortura e assassinato de ciganos, sérvios, comunistas, homossexuais, deficientes, intelectuais poloneses, entre outros tantos grupos que também foram alvo do fascismo alemão durante a guerra.
(Campo de concentração de Lety / Foto: Museu da Cultura Romani)
Nas escavações foram atestadas as mortes de 327 pessoas do povo roma, sendo 241 crianças. Em análise, estima-se que cerca de quinhentos mil romani foram assassinados por nazistas no total durante a Segunda Guerra Mundial. A perseguição causou a morte de quase 90% dos romani tchecos durante a ocupação do país.
Entre agosto de 1942 e maio de 1943, estima-se que mil e trezentas pessoas tenham sido levadas para este campo nazista em Lety. Ele era a última parada para prisioneiros que depois seriam enviados para Auschwitz, na Polônia, onde eram realizados extermínios em massa com câmaras de gás.
(Cova encontrada em Lety | Foto: Pavel Vareka - University of West Bohemia)
O termo "cigano" é considerado pejorativo por muitas pessoas, pois a origem da palavra está ligada à preconceitos comuns contra este povo. Os termos "rom" (homem), "roma", e "romani" são usados em seu lugar. Na língua romani, o idioma falado pela maioria desta população, "roma" significa "homens" ou "povo".
Segundo o arqueólogo Pavel Vareka, da University of West Bohemia, os túmulos encontrados nas escavações foram analisados sem que os restos mortais fossem removidos, a pedido da comunidade roma, que acredita que os corpos precisam ser deixados onde estão para permanecer em paz.