Artes/cultura
27/03/2022 às 09:00•2 min de leitura
Pensando que mais de 6,5 mil idiomas diferentes são falados na Terra todos os dias, a existência de símbolos, emblemas e logotipos que sejam comuns entre os povos é uma verdadeira ajuda para preencher a enorme lacuna entre essas culturas. Por isso, algumas simples imagens podem ser facilmente reconhecidas independente do lugar do planeta onde você nasceu.
No entanto, algumas das imagens mais familiares associadas a ideias, produtos ou movimentos modernos foram criadas pelos nossos ancestrais e adaptadas para a nossa realidade. Pensando nisso, nós criamos uma lista com cinco símbolos cujos contextos modernos não podem ser comparados às suas origens antigas. Veja só!
(Fonte: Shutterstock)
Desde a criação dos smartphones, é difícil conhecer uma pessoa que não conheça o tradicional símbolo em formato de "B" do Bluetooth. O que poucas pessoas sabem é que o símbolo foi inspirado nas antigas runas vikings, o alfabeto escrito usado pelos povos germânicos do norte da Europa no primeiro milênio d.C.
O criador da tecnologia sem fio, Jim Kardach, inspirou-se na história de Harold Gormsson, um rei que governou tribos na Dinamarca e na Noruega durante a Era Viking. Apelidado de Harold Bluetooth, o monarca foi responsável por unir as tribos dos dois povos — sendo o símbolo uma combinação das letras "H" e "B" no alfabeto etrusco.
(Fonte: Shutterstock)
Conhecida como um símbolo global da Medicina, a Vara de Asclépio retrata uma serpente enrolada em um cajado. Essa era a marca dada ao semideus grego Asclépio, conhecido por seus poderes de cura e aptidão médica incomparável. Segundo a mitologia, ele recebeu essa sabedoria por meio dos sussurros de cobras.
Tradicionalmente, a vara é um símbolo de autoridade, enquanto a serpente significa renascimento, rejuvenescimento e revitalização. Por fim, a cobra também representa a dualidade da profissão: a vida e a morte. Ao mesmo tempo que o veneno mata, ele também pode curar. Curioso, né?
(Fonte: Wikimedia Commons)
Desde que foi adotada pelo Terceiro Reich na Segunda Guerra Mundial, a suástica se tornou um símbolo de medo, ódio e morte. Entretanto, nem sempre esse foi um símbolo nazista. Na verdade, a suástica também é um símbolo sagrado na Ásia por milênios e mantém imenso significado espiritual até hoje.
A palavra "suástica" deriva do sânscrito "svastika", que significa “conducente ao bem-estar”. O primeiro exemplo conhecido desse símbolo apareceu há 15 mil anos na Europa. Entretanto, sua apropriação por Adolf Hitler acabou fazendo que ficasse conhecido negativamente pelo mundo.
(Fonte: Shutterstock)
O trevo é um dos emblemas mais conhecidos de toda a Irlanda. O trevo-de-três-folhas representa a santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. Inclusive, o padroeiro da ilha, São Patrício, supostamente usou o trevo em seus ensinamentos para converter o povo da Irlanda ao cristianismo no século V.
Entretanto, poucos sabem que esse símbolo, na verdade, nasceu com a deusa mãe-terra celta Danu, uma divindade da fertilidade, da sabedoria e do vento. Acredita-se que as três folhas representaram seu status de donzela, mãe e anciã da Irlanda. Porém, não confunda nada disso com o trevo-de-quatro-folhas, que tem um significado completamente diferente.
(Fonte: Shutterstock)
O símbolo flor de lis é usado hoje em todos os contextos como um elemento puramente decorativo, bem como uma representação de luz, vida e perfeição. No entanto, esse é um símbolo com associação católica, significando Santíssima Trindade e pureza, quase sempre ligado à Virgem Maria.
O mais curioso, no entanto, é que o símbolo flor de lis foi encontrado em cilindros mesopotâmicos, cerâmica micênica, baixos-relevos egípcios, tecidos sassânidas, moedas gaulesas e mamelucas, emblemas japoneses, roupas indonésias e totens Dogon. Logo, ele também era associado às deusas sagradas dessas culturas.