Ciência
02/07/2022 às 11:00•2 min de leitura
Se você já ouviu falar na frase "quem avisa amigo é", então é melhor nós te contarmos de uma vez por todas: algumas das comidas que você ingere e maquiagens disponíveis no mercado possuem insetos. Mas como assim? É exatamente isso que você leu, esses seres vistos como repugnantes por nós fazem parte de uma indústria gigantesca.
O exemplo mais conhecido de todos é o da cochonilha, um inseto que produz um aditivo de coloração vermelho homônimo. A cochonilha é um composto natural que tem sido usado pelos humanos há centenas de anos e é uma incrível fonte de dinheiro para populações rurais na América Central e do Sul. Descubra mais sobre o assunto nos próximos parágrafos!
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(Fonte: Shutterstock)
Nos rótulos de alimentos e cosméticos, você provavelmente também poderá encontrar a cochonilha com outros nomes: carmim, ácido carmínico, Natural Red 4 ou E120. Esse composto, por exemplo, é usado para dar cor às salsichas de mercado e caranguejos artificiais, além da coloração artificial rosa em doces.
Alguns iogurtes e sucos costumam usar a cochonilha em suas receitas, sendo também bem frequente na composição dos batons e blushes. Justamente por ser uma substância bastante estável na fase de cozimento, congelamento ou em ambientes ácidos, isso faz com que ela seja perfeita para muitos produtores.
Pela reação exacerbada de muitos consumidores, diversas empresas passaram a abandonar a cochonilha como ingrediente, mas isso não significa que ela tenha sumido do mercado. Outro exemplo clássico de como os insetos contribuem para nossas vidas é a cera de abelha — um composto secretado pelas glândulas no rabo desses animais —, que serve para criar protetores labiais e unguentos.
(Fonte: Wikimedia Commons)
As cochonilhas são animais bem esquisitos, porém extremamente minúsculos. Além disso, esses insetos muitas vezes não possuem pernas ou antenas visíveis. Logo, mesmo que você fizesse muito esforço para identificar uma delas em seu alimento, seria basicamente impossível encontrá-las.
O vermelho dessas criaturas vem do ácido carmínico, um corante vermelho natural que repele as formigas e também serve como uma arma predatória na natureza. Para serem usados na indústria alimentícia, as cochonilhas fêmeas são esmagadas e o pigmento é extraído.
Nem uma parte da "carne" do animal é realmente deixada no corante, podendo ser visto como um "suco do inseto". A cochonilha só foi ser descoberta fora da América do Sul nos anos 1500, sendo cada vez mais estudada e obtendo uma participação maior em diversos segmentos.
Por mais que muitas pessoas se assustem por se tratar de um inseto, esses animais são benignos e não causam qualquer tipo de risco de saúde caso sejam ingeridos por seres humanos. Segundo estudos da Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, estima-se que apenas três casos de reações alérgicas tenham surgido por esse motivo nos últimos 10 anos. Portanto, o corante da cochonilha é seguro e de origem natural.