Ciência
29/07/2022 às 02:00•2 min de leitura
Você é a mesma pessoa que era há 10 anos? E a 15 anos atrás? E se vivesse por 250 anos? Nós sabemos a resposta: nada permanece o mesmo por séculos, e isso inclui a linguagem. A mudança de linguagem geralmente começa aos poucos, mas com o tempo, ganha grandes mudanças de significado. Isso é natural, pois a linguagem é viva e está a serviço das nossas necessidades de comunicação. Assim como nossas comunidades, culturas, leis e direitos mudam e evoluem, nossa linguagem se adapta às realidades e mudanças do nosso tempo.
Por exemplo, a palavra "histeria" foi criada no início do século XIX para descrever uma suposta doença que atingia as mulheres e as deixava perturbadas e emotivas. A palavra vem do nome grego para útero (como a palavra "histerectomia"), mas essa palavra anatômica deu origem ao nome da doença atribuída às pessoas com o órgão, que por sua vez passou a ser associada à emoção extrema e não àquela velha doença do século XIX. Hoje, muitas pessoas usam "histeria" ou o adjetivo "histérico" em português para "emoção extrema" (como chorar histericamente ou rir histericamente) e provavelmente não percebe que a palavra tem raízes misóginas.
(Fonte: gettyimages)
Novas palavras são criadas o tempo todo, muitas vezes para preencher uma lacuna: há uma nova situação, contexto, avanço ou evolução na forma como pensamos e cuidamos uns dos outros, e uma palavra inédita nos permite fazer referência rápida à nossa nova realidade. Muitas vezes, a nova palavra se refere a algo que nem nossos ancestrais poderiam imaginar, gerações ou séculos atrás.
Também é muito comum que palavras existentes adotem novos significados. Muitas vezes uma palavra tem mais de um significado ou interpretação possível, e um deles se torna mais forte, levando a outros. Como um jogo de telefone sem fio que dura séculos, as mudanças no significado podem ser realmente surpreendentes - mas assim como nossa cultura e sensibilidade evoluem, o mesmo acontece com o significado das palavras!
(Fonte: gettyimages)
A mudança linguística e a inovação linguística são inevitáveis, e isso é bom. Assim como nós evoluímos, os idiomas e a maneira como falamos também passam por esse processo. Muitas vezes, pessoas mais velhas não entendem algumas expressões e gírias que estamos acostumados a falar. E em outras vezes, a linguagem pode ser diferente até mesmo para pessoas que estão na mesma geração, mas em grupos ou localidades diferentes, ocupando uma ''bolha'' linguística regional.
Portanto, lembre-se: cada palavra em seu vocabulário conta uma história, então é sempre interessante estar atento às palavras que você escolher, seja na sua própria língua ou quando estiver aprendendo um novo idioma. No Duolingo, levamos sempre em consideração estes significados, para ensinar o idioma de forma mais didática e verdadeira, condizente com a realidade dos nativos. No app, os alunos têm a chance de experienciar histórias que retratam o dia a dia, com palavras em diferentes contextos.
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Analigia Martins é diretora de Marketing no Brasil de Duolingo, a maior plataforma de aprendizado de idiomas do mundo e o aplicativo mais baixado na categoria de Educação no iTunes e na Google Play. Responsável por aumentar a notoriedade e o crescimento do Duolingo no Brasil, segundo maior mercado da empresa, a executiva tem 20 anos de experiência em marketing de serviços, especialmente na área de Educação no Brasil e nos Estados Unidos. Analigia é pós-graduada em Administração de Empresas pela Universidade Harvard e bacharel em Publicidade pela Fundação Cásper Líbero.