Ciência
04/12/2022 às 07:00•3 min de leitura
A ideia da pobreza estar presente na humanidade é tão antiga quanto a história das civilizações, ainda que ela mude de forma.
Se, por um lado, ela permitiu com que aqueles que detinham uma melhor condição subjugassem e explorassem os demais, também fez com que os desdobramentos resultantes da má condição de vida da população menos favorecida mudassem o curso da história. Confira seis momentos em que a pobreza gerou grandes impactos.
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Na Idade Antiga, a noção de que a sociedade deveria ser dividida em estratos sociais "justificava" o trabalho compulsório de povos conquistados em guerras e daqueles que estavam em condições desfavoráveis. Por um lado, isso permitiu que grandes civilizações, como o Egito, construíssem grandes monumentos como as pirâmides.
Mas, por outro, também colocava aqueles que não tinham privilégios numa condição desumana. Em Roma, por exemplo, as pessoas escravizadas não eram vistos como indivíduos, mas como uma propriedade, sem direitos políticos e sem qualquer direito sobre a sua vida ou morte.
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Na Idade Média, a pobreza foi presente para boa parte da população que não fazia parte das camadas mais privilegiadas. A divisão da casta social do período era baseada pelo nascimento, dificultando a mudança de status.
Além da exploração e do pagamento de impostos serem parte da realidade de boa parte das pessoas, a fome, a falta de acesso à higiene adequada e a desigualdade social, conjuntamente, tornaram muito mais difícil o controle das doenças que se espalharam. Isso resultou em um elevado número de fatalidades, afetando toda a população. Estima-se que a peste negra, que iniciou em 1347, tenha sido responsável por até 200 mil mortes na Europa.
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A revolução industrial, que aconteceu na Inglaterra no século XVIII, desempenhou papel importante para o desenvolvimento da tecnologia e contribuiu com a remuneração da mão de obra. Isso não ocorreu, porém, sem um alto custo para os trabalhadores, que cumpriam jornadas extensas com baixa remuneração – o que ainda hoje é presente em locais que buscam maximizar o lucro na produção.
Além de contribuir com a exploração da população, o movimento também acabou por aumentar a desigualdade entre os povos e, ao longo do tempo, a perpetuar a diferença de poderio econômico entre os países que desenvolvem as tecnologias e aqueles que atuam na confecção de produtos de baixo valor agregado.
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Sonhar com um futuro melhor podia ser uma opção para países tidos como desenvolvidos. Mas não para os povos da África, que sofreram com a exploração durante o período das Grandes Navegações, tendo seu desenvolvimento comprometido e afetando gerações até hoje. Em meio a falta de recursos naturais na Europa, as principais potências se viram atraídas pela possibilidade de voltar ao continente africano para a realizar a exploração das suas terras.
A Conferência de Berlin, de 1884, teve papel decisivo, determinando a ocupação de 13 países nas regiões africanas. O reflexo disso pode ser visto nos mapas dos países do continente, que contêm traçados retos frutos da partilha feita pelos europeus. Na prática, isso resultou na morte de milhões de africanos, perda de minérios e em divisões de faixas territoriais que ainda hoje sofrem conflitos.
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A pobreza que se espalhou após a derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial foi devastadora, tornando a inflação astronômica, dificultando o acesso aos alimentos mais básicos e tornando a população mais vulnerável diante de discursos populistas que prometiam devolver a grandeza e pregavam a adoção de ideias nacionalistas. Trata-se do nazismo, uma ideologia que defendia a superioridade alemã e da raça branca sobre as demais.
Como resultado, a ascensão de Hitler ao poder, a partir de 1934, foi responsável não apenas pela onda de extremismo que tentou justificar a morte de povos perseguidos, como os judeus, mas também da morte de parte da própria população alemã em uma guerra que devastou o continente europeu.
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Um dos momentos em que a pobreza no mundo se fez mais dolorosa foi durante a pandemia da covid-19 nos últimos anos, onde foi perceptível que os países com mais recursos tiveram acesso mais rápido a vacinas, máscaras e formas de tratamento. Ainda hoje, muitos dos reflexos que teremos no futuro permanecem sendo uma incógnita.
Nos locais menos privilegiados, essas nuances ficaram ainda mais evidentes para a população, pois mesmo que falta de recursos fosse diferente de lugar para lugar, ela se manifestou, principalmente, em diversas situações do dia a dia. Seja na presença de meios de transporte superlotados que não oferecem a segurança necessária ou na ocorrência de hospitais sem capacidade de atender a população carente nos momentos mais críticos.