Ciência
30/08/2022 às 08:00•2 min de leitura
Graças as observações científicas feitas diariamente, conseguimos entender cada vez mais as mudanças que afetam o nosso planeta em grande escala. Situações pouco dramáticas, alguns blips no radar ou pequenos movimentos na geografia do globo podem não parecer a causa de grandes alteração em nosso ambiente geológico. Mas, por menor que seja o evento, os resultados podem ser grandes mudanças na composição do lugar onde vivemos.
(Fonte:Shutterstock)
Em uma escala de tempo incrivelmente longa, esses movimentos têm o poder fazer nascer novas cadeias de montanhas, formar novos oceanos ou, como está acontecendo na África, dividir um continente em dois.
Em 2018, um abismo com cerca de 15 metros de largura surgiu de um dia para o outro como uma visão aterrorizante no Grande Vale da do Rifte, uma falha tectônica localizada ao sul do Quênia, logo após alguns tremores e chuvas torrenciais. Agora, especialistas acreditam que essa rachadura, que já se estende por mais de 50 quilômetros, poderá dividir o continente em duas partes.
E explicação para isso envolve as características das placas tectônicas que localizadas na região: elas estão se afastando uma das outras a uma distância entre 1 e 1,5 cm por ano.
A Placa Arábica , e as duas partes da Placa Africana (a Núbia e a Somália) dividindo-se ao longo da Zona do Rift da África Oriental.
Provavelmente, esse movimento cessará quando as forças por trás delas pararem ou, o que é mais possível, quando essas placas se encontrarem com outra.
Já faz muito tempo que ciência tenta entender os limites e o comportamento dos movimentos tectônicos. As pesquisas realizadas nos últimos anos no Grande Vale da Fenda têm um papel fundamental para ajudar os pesquisadores a preencherem várias lacunas, embora mais perguntas sobre o que acontece no interior da Terra continuem surgindo.
O Grande Vale do Rifte, muito provavelmente a fenda mais conhecida da África, constitui apenas uma das diversas formações geológicas que apareceram no continente ao longo das eras graças ao movimento das placas tectônicas.
Por exemplo, o movimento das placas da Somália, Árabe e Núbia foi responsável por provocar a fenda da África Ocidental e do Malawi, bem como criar encosta de Aden e a fenda do Mar Vermelho.
A rachadura que pode dividir a África criando um oceano já tem quilômetros de extensão. (Fonte: Revista Galileu/ Youtube/ Reprodução)
Como essas placas tectônicas estão se movimentando em ritmos e direções diferentes, criando atividade sísmica, vulcões e fissuras, os cientistas têm uma oportunidade única de observar em primeira mão os primeiros passos na criação de uma nova massa de terra e, quem sabe, a formação de um novo oceano, que nesse caso pode levar algo entre 5 e 10 milhões de anos.