Exército japonês usou prisioneiros de guerra como tiro ao alvo

13/02/2023 às 06:353 min de leitura

Muito além do teatro bélico, a Segunda Guerra Mundial foi caracterizada por episódios aberrantes, em que o homem atravessou um processo longo de desumanização enquanto lutava para decidir quem sairia vitorioso do conflito.

O ditado popular "na guerra vale tudo" foi usado de maneira literal entre 1939 a 1945. A instituição do nazismo na Alemanha de Adolf Hitler tentou expurgar os judeus, reunindo milhares de mortes e deixando uma mancha para sempre na História. Os Estados Unidos dizimaram Hiroshima e Nagasaki, matando mais de 200 mil pessoas, com duas bombas atômicas lançadas no final da guerra simplesmente para reafirmar sua soberania americana.

(Fonte: iNews/Reprodução)(Fonte: iNews/Reprodução)

Enquanto isso, o Exército Imperial japonês praticou uma série de atrocidades, inclusive contra o próprio povo, quando estabeleceu a Unidade 731 para pesquisa e desenvolvimento de armas de guerra biológica, fazendo experimentação humana em larga escala.

Quando o ex-presidente dos EUA, George W. Bush, sobreviveu ao infame episódio de canibalismo em Chichijima aos 17 anos, ele se tornou o retrato vivo do que o exército japonês era capaz. Entre servir soldados de comida para generais famintos exercerem sua soberania e poder, o exército japonês usou prisioneiros de guerra para prática de tiro ao alvo.

A queda de Cingapura

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Bárbaro é pouco para descrever o tratamento que os prisioneiros de guerra receberam durante o ano de 1942, considerado o apogeu do conflito. Fotografias recuperadas de registros feitos pelas tropas japonesas quando os britânicos retomaram a cidade de Cingapura – e divulgadas pelo The Sun em 2017 –, mostraram soldados do Regimento Sikh, do Exército Indiano Britânico, ajoelhados em suas orações finais.

O que chamou atenção foi o marcador de alvo pendurado sobre o coração de cada prisioneiro e estacas na frente deles. Cada posição alvo foi marcada com um número correspondente ao soldado que empunhava o rifle. Isso não era um pelotão de fuzilamento, apenas uma diversão sanguinária como prática militar.

Quando Cingapura caiu, em 15 de fevereiro de 1942, mais de 40 mil homens do exército indiano se tornaram prisioneiros de guerra, sendo que 30 mil deles aderiram ao Exército Nacional Indiano (INA). Eles foram encaminhados para campos de concentração para serem torturados de maneira sistemática. A quantidade de homens, no entanto, foi o que levou à ideia de que seria melhor usá-los para algo “útil”, em vez de apenas espancá-los até à morte.

O tratamento perturbador

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Uma matéria de 16 de maio de 1944, do Times of India, relatou o horror sem fim que foi a vida daqueles encaminhados para ilhas do Pacífico, remontando à época da escravidão que destruiu o povo africano.

Os prisioneiros foram impedidos de respirar o ar ou provar da água, portanto, foram confinados mais de 2 mil deles no porão de um navio e alimentados com duas xícaras de água salina a cada 24 horas. Como resultado, a maioria não sobreviveu à jornada.

Os indianos que se recusaram a se juntar ao INA foram embalados como sardinhas e abandonados no fundo do navio Matsui Maru, que levou 56 dias para chegar à Rabaul. Eles foram confinados em um espaço totalmente estreito, sendo que a maioria deles teve que ficar em pé o tempo todo. Nos primeiros 10 dias de viagem, os prisioneiros foram alimentados com arroz e sal e, ocasionalmente, algas marinhas.

Os homens que conseguiam chegar com vida nos campos de concentração poderiam enfrentar uma carga horária de trabalho de até 12 horas, como acontecia em Rabaul. Os prisioneiros só conseguiram resistir roubando gado e pequenas quantidades de arroz.

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Um tratamento ainda mais perturbador foi dirigido aos prisioneiros chineses, assassinados em tiroteios, enterrados vivos, baionetados, decapitados, e submetidos a experimentos médicos. Já os norte-americanos, australianos e britânicos passaram fome, foram brutalizados, canibalizados e forçados ao trabalho.

A estrada de ferro Thai-Burma, com 415 quilômetros de extensão, não é conhecida como “ferrovia da morte” por acaso. O projeto foi construído por prisioneiros de guerra britânicos e australianos severamente desnutridos em condições de trabalho e de tempo extremas. Milhares deles morreram ao longo do trajeto, sendo que muitos foram até sepultados nas redondezas.

No rescaldo final da Segunda Guerra Mundial, os japoneses mataram duas vezes mais chineses do que os nazistas mataram judeus, engrossando o ódio histórico entre as duas nações.

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