Ciência
05/04/2023 às 13:00•2 min de leitura
Recentemente, a ex-presidente do Brasil Dilma Rousseff foi empossada como presidente do banco do BRICS. Isso fez com que muita gente se perguntasse sobre a importância desse grupo, formado por cinco países considerados emergentes no que tange o seu desenvolvimento econômico: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
As nações foram unidas não exatamente por formarem um bloco econômico, mas sim por compartilharem uma situação econômica semelhante, em fatores como índices de desenvolvimento e questões de mercado. Mas para que servem, afinal, os BRICS, e qual a sua importância no futuro dos países?
(Fonte: Guia do Estudante)
A ideia de formar esse grupo foi dada em 2001, em um estudo feito pelo economista-chefe da Goldman Sachs, Jim O'Neil, e intitulado “Building Better Global Economic BRICS”. A sigla se refere às iniciais dos países, ficando por fim a África do Sul, a última nação convidada a entrar no agrupamento, em 2011.
O início simbólico do BRICS se deu em 2006, quando os ministros das relações exteriores dos quatro primeiros países do grupo (Brasil, Rússia, Índia e China) se reuniram em Nova York. Desde então, o BRICS se fixou como uma categoria de análise dentro de meios financeiros, empresariais e acadêmicos.
O BRICS é considerado um bloco de forte peso econômico, uma vez que, entre 2003 e 2007, os países participantes corresponderam a 65% da expansão do PIB mundial — superando o dos Estados Unidos e União Europeia. Em 2010, os países participantes correspondiam a 18% da economia mundial.
Os objetivos do grupo visam o desenvolvimento econômico dos países. Para isso, eles focaram na criação de um banco de reservas financeiras destinadas ao socorro econômico dos participantes. Além disso, as nações se comprometeram em atuar pelo fortalecimento das economias e em cooperar entre si.
(Fonte: People)
Desde o surgimento do grupo, os BRICS sofreram certo estremecimento em suas relações, bem como enfrentaram crises dentro dos países. Neste meio-tempo, Rússia e China se destacaram economicamente e países como o Brasil e a África do Sul se depararam com problemas graves - como a crise econômica e política no Brasil e a recessão trazida pela pandemia. Além disso, a Rússia está envolvida há mais de um ano em um conflito bélico contra a Ucrânia.
O aspecto da guerra da Ucrânia é considerado pelos estudiosos como um ponto de desarticulação do grupo. "Instituições não somem e por isso os BRICS devem seguir funcionando, mas com pouca relevância em termos de definições de posicionamentos e de peso geopolítico. O bloco flerta com a condição de zumbi, não há coesão ideológica e seus membros devem seguir com planos independentes paralelamente ao bloco", afirmou Otaviano Canuto, ex-vice-presidente do Banco Mundial, em entrevista para a BBC Brasil.
Contudo, a nomeação de Dilma Rousseff para representar o Brasil no banco dos BRICS foi vista pelos especialistas como extremamente positiva. “Claramente existiam algumas divergências ideológicas, principalmente durante o governo Bolsonaro, o que criou atrito entre os países. Os membros se afastaram, deixando de ter relações políticas estreitas e de pensar em soluções para o mundo de forma conjunta. Mas agora você tem uma perspectiva completamente diferente”, declarou Pedro Brites, professor do curso de Relações Internacionais da FGV para o Guia do Estudante.