Artes/cultura
21/04/2023 às 10:00•4 min de leitura
Aprender um novo idioma, independente de qual seja, pode ser bastante desafiador. Afinal, é necessário se adaptar a um novo vocabulário com milhões de palavras novas — e mesmo uma coisa simples, como contar, precisa ser reaprendida. Além disso, há novas estruturas de frase e regras que podem ser totalmente diferentes da nossa língua nativa.
Dito isso, existem alguns idiomas que se destacam por sua complexidade e por características únicas, que podem facilmente confundir quem não é nativo. É o caso das línguas dessa lista.
Mas, antes de mostrar quais são os idiomas mais difíceis de aprender no mundo, é interessante observar que o nosso português não está na lista — nem qualquer outra língua latina "parente" dele. Melhor para a gente, né?
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Os desafios com o mandarim começam pela escrita, já que são milhares de ideogramas para memorizar, e muitos têm traços bastante complexos. Mas, como se não bastasse, a gramática do mandarim é totalmente diferente dos idiomas ocidentais: não há artigos como "o" ou "a" e as frases são montadas de uma maneira bem específica.
O mais difícil, contudo, provavelmente é a questão dos tons: o mandarim tem quatro tons que podem alterar o sentido de uma palavra completamente. Você pode falar "mãe" e "cavalo" com a mesma sílaba, por exemplo. Só muda o tom da sílaba "ma".
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O mandarim é um dos idiomas mais falados do mundo, já que a China é o país mais populoso do mundo — mas o árabe não fica muito atrás, sendo a língua oficial de 26 países e falada por cerca de 400 milhões de pessoas. Sendo tão difundida, há inúmeros dialetos com diferenças na pronúncia, vocabulário e até gramática. Isso complica muito para os aprendizes.
Para nós, ocidentais, outra dificuldade está na escrita, que acontece da direita para esquerda, ao contrário da nossa. Além disso, algumas letras podem ser desenhadas de forma diferente, dependendo de onde estão nas palavras, e as vogais podem ser omitidas.
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Muitas pessoas no Ocidente se dispõem a aprender japonês por gostarem dos animes ou da cultura nipônica, no geral. Mas além da escrita por ideogramas, há dois silabários (hiragana e katakana) e alguns vocábulos no alfabeto romano — e tudo isso pode vir na mesma frase.
Além disso, a estrutura das frases é bem diferente da nossa, com a ordem de sujeito, objeto e verbo. Por fim, o contexto social das frases, com muita atenção às reverências que devem ser feitas de acordo com a hierarquia, é outro desafio para estrangeiros aprendendo japonês.
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Para nós, o coreano, o mandarim e o japonês podem soar parecidos — por serem todos asiáticos. Mas isso seria pior que confundir francês com português, já que elas nem são parte da mesma família. O coreano, por exemplo, é considerado um idioma isolado, quase único no mundo.
A principal complicação aqui é o sistema de escrita hangul, onde há 19 letras consoantes e 21 letras para vogais. Mas em vez de colocar uma após a outra, como no português, os coreanos agrupam os caracteres em blocos e cada bloco corresponde a uma sílaba. Cada bloco tem de duas a seis letras, sendo pelo menos uma de consoante.
Além disso, há o desafio das homófonas (palavras parecidas com significados diferentes), e combinações de sons muito exóticas para quem está acostumado com idiomas ocidentais.
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Esse idioma urálico tem uma gramática bastante única e um sistema de harmonias vocais, onde uma sílaba deve combinar com a outra. Mas o mais confuso, para nós, talvez seja a grande quantidade de casos: são 15. Para comparar, o português tem quatro (nominativo, acusativo, dativo e genitivo/possessivo).
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Assim como o finlandês, o húngaro também é uma língua urálica — de uma família diferente das línguas indo-europeias, como a nossa. Ou seja, há poucos vocábulos parecidos e muitos casos (18). Além disso, o húngaro é uma língua aglutinativa: com vários prefixos e sufixos que são adicionados às palavras para mudar seu significado.
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Esse idioma é falado na região do País Basco, ao norte da Espanha — mas ele não é ligado a nenhum idioma indo-europeu da região, sendo totalmente isolado. E esse é realmente muito isolado, já que há poucos vocábulos semelhantes a outras línguas e uma gramática bastante complexa, com estrutura aglutinativa.
Tente ler um artigo para compreender as aglutinações, o caso ergativo e os verbos auxiliares e veja sua cabeça dar um nó: é uma estrutura completamente diferente.
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Você já ouviu Sigur Rós, que são os outros islandeses famosos além da Björk? As músicas são lindas, mas não dá para entender nada das letras, que são em islandês. A Björk preferiu cantar em inglês mesmo — talvez por saber que seu idioma é tão complicado.
Esse idioma germânico tem raízes comuns com outras línguas nórdicas, mas como a Islândia ficou mais isolada geograficamente, o islandês mudou menos com o tempo. A gramática, por exemplo, tem diversos casos diferentes para cada classe de palavra, com inúmeras regrinhas de declinação. Além disso, há muitos verbos irregulares.
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Há muitos descendentes de poloneses no Brasil que podem discordar desse item da lista, mas a verdade é que esse idioma é bem complicado para quem não é acostumado. Há sete casos para substantivos, adjetivos e pronomes, e as partículas finais de cada palavras podem mudar, de acordo com sua função na frase.
O próprio alfabeto é muito diferente: embora seja baseado no romano, existem diversos sons únicos que exigem consoantes com acento e outras letras. Há três tipos de Z, por exemplo.
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Esse idioma é falado pelos nativos da América do Norte e é tão complicado que, durante a 2ª Guerra Mundial, os aliados o utilizaram para enviar códigos — afinal, era quase impossível que um inimigo aprendesse o navajo para decifrar a mensagem.
Mas qual é a dificuldade? Basicamente, cada uma das dificuldades que listamos até aqui estão no idioma navajo: aglutinação de prefixos e sufixos para formar palavras, um sistema tonal para mudar o sentido das frases, e por aí vai.
Se você sabe falar qualquer um desses idiomas fluentemente, nossos sinceros parabéns!