Estilo de vida
22/07/2023 às 07:00•3 min de leitura
A primeira explosão nuclear na história de nosso planeta aconteceu no dia 16 de julho de 1945, a centenas de quilômetros ao sul de Los Alamos, no Novo México. Apelidado de Trinity, o teste fazia parte do Projeto Manhattan — o qual introduziu o mundo à era das armas nucleares, ou Era Atômica.
Desde então, os Estados Unidos realizaram mais de mil novos testes nucleares por aí, as cidades de Hiroshima e Nagasaki foram bombardeadas e diversos outros países desenvolveram seus próprios arsenais atômicos, o que cada vez mais coloca a humanidade em uma posição perigosa. E para entendermos mais sobre esse movimento, existem cinco lugares da história nuclear que você pode visitar. Veja só!
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(Fonte: Wikimedia Commons)
Para quem quer saber onde tudo começou, atualmente é possível visitar a base militar de White Sands Missile Range, onde aconteceu o teste da bomba atômica Trinity. O passeio é conduzido por um grupo de militares que escoltam os turistas por um portão no lado sudeste do alcance dos mísseis até o Trinity Site.
A bomba Trinity é considerada prima da infame Fat Man, a qual foi detonada três semanas depois do teste sobre Nagasaki, no Japão, matando entre 40 e 75 mil pessoas imediatamente.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Criado no Condado de Nye, nos Estados Unidos, o Cofre do Banco Atômico foi uma estrutura fundada em 1957 para receber o impacto de uma bomba atômica de 37 quilotons. O projeto foi ideia de Edwin Mosler, que convenceu a Administração Federal de Defesa Civil dos EUA e deixá-lo erguer um cofre de banco blindado perto do epicentro atômico.
A ideia era que tal estrutura aumentasse a confiança do público na resistência da economia nacional, caso acontecesse uma troca nuclear com a União Soviética. Até hoje o Cofre de Mosler permanece intacto no Nevada Test Site, nas proximidades de Las Vegas.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Utilizada como o maior campo de testes nucleares pelos Estados Unidos por conta de sua localização distante, as Ilhas Marshall viram mais de 105 testes serem conduzidos em seu território. Contudo, no final dos anos 1970, militares norte-americanos precisaram encontrar uma forma de limpar os detritos radiativos deixados por essas explosões.
Foi assim que uma cratera de 106 metros de largura, criada duas décadas antes por um teste nuclear de 18 quilotons, foi transformada em um "lixo radioativo gigante". Chamado de Runit Dome, o poço atualmente guarda mais de 84 mil m³ de solo radioativo e pode ser visitado — embora não seja recomendado.
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(Fonte: Wikimedia Commons)
Para quem pretende ver o Runit Dome nas Ilhas Marshall, outro passeio histórico pela região é o Atol de Bikini, uma cadeia de ilhas da Micronésia usada para 23 testes de bombas nucleares. O lugar, que deveria ser uma ilha paradisíaca, teve seus residentes realocados à força pelo governo dos Estados Unidos e serviu como laboratório ao ar livre em 1946.
Desde que as explosões aconteceram, a vida vegetal cresceu sem controle na região e o ar é considerado puro. Alguns restos visíveis de casas, cidades e cemitérios dão a ilusão de que a civilização ainda existe, mas a realidade é diferente. Embora seja seguro visitar a ilha, comer qualquer coisa que tenha nascido ali é bastante perigoso.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Escolhida por sua localização remota, a cidade de Oak Ridge foi estabelecida pelo governo dos EUA em 1942 para servir como base para o Projeto Manhattan — o programa de pesquisa e desenvolvimento que produziu as primeiras bombas atômicas usadas na Segunda Guerra Mundial.
Atualmente, quem deseja visitar a região pode fazer uma excursão organizada pelo Museu Americano de Ciência e Energia, que inclui uma visita aos antigos reatores de grafite, bem como o museu Y-12 em uma instalação governamental operacional – que apresenta um outdoor do lado de fora para lembrar os funcionários que aquela operação deveria ser mantida em segredo.