Ciência
07/10/2023 às 13:00•2 min de leitura
Embora não tenha sido um dos maiores participantes na Segunda Guerra Mundial, é inegável que a Austrália teve uma participação marcante no conflito e seu maior feito, de longe, foi a Operação Jaywick. Entre setembro e outubro de 1943, o país atacou navios no porto de Singapura, o qual estava ocupado por soldados japoneses.
A operação foi comandada por membros das Operações Especiais da Austrália (SOA) da Unidade Especial Z. Ao todo, a equipe era composta por quatro soldados britânicos e 11 funcionários da Marinha Real Australiana — todos comandados pelo Major Ivan Lyon. Historicamente, a missão é considerada uma das maiores operações de sabotagens aliadas ao longo da Segunda Guerra Mundial.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Chamada de "Operação Jaywick", o plano final da missão era atacar navios japoneses ancorados no porto de Singapura com uma equipe de comandos disfarçados como tripulação asiática de um navio pesqueiro: o Krait. Os soldados usariam canoas dobráveis para se infiltrar no porto e colocar minas nos cascos das embarcações.
A Unidade Especial Z, responsável pelo projeto, era uma unidade especializada em reconhecimento e sabotagem formada por oficiais executivos das Operações Especiais Britânicas. Embora o grupo fosse predominantemente australiano, ele também incluía cidadãos britânicos, holandeses, neozelandeses, timorenses e indonésios prontos para fazer a diferença.
A Operação iniciou, de fato, na noite do dia 22 de setembro, quando os soldados chegaram a Pulau Dongas, onde tinham uma visão privilegiada do que acontecia no porto de Singapura. Ao todo, aproximadamente 59 mil toneladas de navios japoneses estavam reunidas no local.
(Fonte: Wikimedia Commons)
No dia 26 de setembro, seis soldados utilizando suas canoas pesqueiras remaram durante a noite em direção aos seus alvos. Apesar de alguns percalços no caminho, o trajeto pareceu tranquilo. Ao chegarem no local, os homens passaram a anexar minas magnéticas aos cascos de sete embarcações japonesas.
Uma vez que o plano estava montado, eles fugiram do ancoradouro sem serem detectados. Na manhã do dia seguinte, seis explosões romperam a escuridão. Foram 35 mil toneladas de metal afundados ou gravemente danificados durante aquele evento. Uma mina, no entanto, não detonou.
Como os Aliados nunca admitiram envolvimento nas explosões, os japoneses procuraram vingança contra os civis de Singapura. As represálias ficaram conhecidas como "Duplo Décimo", uma vez que após o dia 10 de outubro a polícia militar do Japão passou a prender civis em massa.
A miséria causada em Singapura foi uma consequência não intencional da Operação Jaywick e até mesmo levantou questões sobre a sua justificação. Especialmente tento em conta os resultados estratégicos da missão, a finalidade da missão passou a ser questionada. Nos bastidores, no entanto, os Aliados consideravam todo o processo uma grande vitória.
Em 1944, Major Ivan Lyon liderou uma segunda força de 23 homens para tentar bombardear o porto novamente. Contudo, eles acabaram sendo descobertos pelos japoneses nessa oportunidade e todos morreram em batalha ou foram posteriormente executados. Por mais que o Krait seja motivo de orgulho para as forças armadas australianas, sua história inegavelmente assombra os descendentes de seus tripulantes.