Ciência
07/01/2024 às 06:00•2 min de leitura
As cruzes são símbolos milenares carregados de significados. Elas transcenderam fronteiras culturais e religiosas pelos séculos e são representadas por uma enorme variedade de formatos. Cada uma delas carrega significados únicos, seja no contexto do cristianismo, do antigo Egito, da Europa Oriental ou das tradições asiáticas.
Abaixo você irá conhecer quatro tipos diferentes de cruzes e suas simbologias. Provenientes de diferentes culturas e épocas, elas ilustram a diversidade de significados e interpretações atribuídas a um símbolo universal, conectando o espiritual e o histórico.
(Fonte: Wikimedia Commons)
A Cruz do Gólgota se destaca por ser uma variante da Cruz Ortodoxa Russa — também conhecida como Cruz Bizantina ou Cruz Patriarcal — sendo o símbolo da Igreja Ortodoxa Russa, que se diferencia da Cruz Cristã tradicional pela segunda linha horizontal na parte superior e pela linha diagonal perto da base.
Já a Cruz do Gólgota acrescenta alguns elementos a mais. O primeiro deles está do lado esquerdo e é uma representação da Lança do Destino, que perfurou o coração de Jesus. O segundo, no lado direito, representa o vinagre que Cristo recebeu para beber enquanto estava sendo crucificado. Por fim, na parte inferior, um crânio com ossos representa o monte Gólgota, onde Jesus foi crucificado.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Também conhecida como a Cruz de Constantino, a Cruz Chi Rho é um antigo cristograma (letras ou abreviações para o nome de Jesus Cristo) que utiliza as letras gregas "chi" e "rho" para representar Cristo. A sua forma é a sobreposição das duas letras gregas, mas a Cruz Chi Rho se tornou popular quando o imperador romano Constantino adicionou o símbolo ao seu estandarte, no século IV d.C.
O imperador teria visto a cruz em um sonho durante a Batalha da Ponte Mílvia, em 312, e ordenado que ela fosse pintada nos escudos dos seus soldados. Após a vitória, que Constantino atribuiu à intervenção divina, ele se converteu ao cristianismo e o decretou como religião do Império Romano.
O deus Hórus oferece um Ankh ao faraó Ramsés II. (Fonte: Wikimedia Commons)
O Ankh é conhecido como Chave da Vida, e sua origem data de algum momento entre os séculos XXX a XXIX a.C. Trata-se de um símbolo egípcio que significa “vida” e era usado tanto para a escrita quanto em obras de arte.
Era comum ver o Ankh sendo segurado — ou oferecido — às pessoas por deuses e deusas, por exemplo. Séculos depois, quando o Egito começou a ser cristianizado por Constantino, o Ankh foi um dos poucos símbolos que sobreviveu e foi incorporado pela Igreja Católica, sendo usado até hoje como um símbolo copta.
A cruz lituana no Brasão de armas da Lituânia. (Fonte: Wikimedia Commons)
A cruz lituana, também conhecida como "cruz de Vyties", é um dos símbolos oficiais do país e está presente no Brasão de armas da Lituânia. Sua origem data do século XIV, quando o Rei Jogalia da Polônia usava a cruz dupla como uma insígnia pessoal destinada ao seu governo, exército e poder. O símbolo continuou a ser utilizado nos anos seguintes como uma demonstração de que Jogalia havia se convertido ao cristianismo.
Foi ele também quem deu início à expansão polonesa para o norte e leste da Europa, levando o símbolo que acabou sendo incorporado à Lituânia. Mas foi apenas em 1991, quando o país saiu da União Soviética, que a cruz dupla se tornou um símbolo nacional.