Artes/cultura
07/09/2024 às 21:00•2 min de leituraAtualizado em 07/09/2024 às 21:00
O automobilismo, com suas corridas emocionantes e fãs dedicados, tem sido uma constante há décadas. Contudo, seu status como um "esporte real" é frequentemente questionado por aqueles que veem a atividade apenas como dirigir em alta velocidade. Será que a prática merece ser classificada como esporte, e os pilotos podem realmente ser considerados atletas?
O argumento de que o automobilismo não é um esporte é baseado em uma visão tradicional do que define um esporte. De acordo com essa perspectiva, esportes devem envolver esforço físico significativo, força, e habilidade atlética.
Críticos do automobilismo frequentemente comparam as corridas à experiência comum de dirigir, o que para muitos não exige esforço físico substancial. Essa comparação, porém, ignora as realidades extremas enfrentadas pelos pilotos.
Outro ponto é que, ao contrário de esportes como futebol ou atletismo, as corridas não envolvem o tipo de interação física que caracteriza a maioria dos esportes. Além disso, há quem argumente que a ausência de componentes como ataque, defesa, e a pontuação tradicional enfraquece a definição do automobilismo como esporte.
O automobilismo exige um alto nível de preparo físico exigido dos pilotos, que enfrentam condições extremas dentro dos carros. Durante uma corrida, a temperatura interna dos carros pode exceder 40 °C, fazendo com que os pilotos percam até 4 kg de peso corporal em suor.
Outro ponto é que a frequência cardíaca dos pilotos pode chegar a 190 batimentos por minuto (BPM), similar ao que é experimentado por corredores de maratona. Além disso, há exposição constante às forças g, que colocam pressão imensa sobre seus corpos.
Em um carro de Fórmula 1, por exemplo, as curvas podem gerar forças de 4 a 5 g, fazendo com que o peso da cabeça do piloto, incluindo o capacete, chegue a 36,3 kg. A habilidade de manter o controle do carro sob essas condições extremas requer não apenas reflexos rápidos, mas também uma força física significativa.
Por fim, o Comitê Olímpico Internacional (COI) reconhece o automobilismo como um esporte, o que reforça a ideia de que os pilotos de corrida são, de fato, atletas. Esse reconhecimento é uma validação importante, pois o COI define critérios rigorosos para o que pode ser considerado uma prática esportiva.
Ou seja, as evidências sugerem que, apesar das diferenças em relação às práticas mais tradicionais, o automobilismo merece seu lugar no panteão dos esportes. Portanto, ao próximo som de motores rugindo na pista, vale lembrar que por trás de cada volante há um atleta enfrentando desafios extremos em busca da vitória.