Mahatma Gandhi: o brutal assassinato do ícone indiano

05/05/2022 às 10:002 min de leitura

O dia 30 de janeiro de 1948 ficou marcado na lembrança dos indianos como uma verdadeira tragédia. Naquele dia, Mahatma Gandhi, o ativista não violento que havia liderado a independência do país da dominação britânica meses antes, foi assassinado de maneira surpreendente na frente de milhares de pessoas.

Com a conquista da independência, o país havia ficado dividido entre duas frentes de batalha que tentavam assumir o poder, e muitos habitantes culpavam Gandhi pela violência que se instaurou em terras indianas — inclusive com extremistas o culpando de ter tomado partido. Entenda mais sobre o caso nos próximos parágrafos!

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Últimos momentos de vida

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Após a saída dos britânicos da Índia, Gandhi se mostrou contrário à ideia de dividir o território do país em linhas religiosas. Esse modo de pensar, entretanto, não agradou muitas pessoas. Era possível ouvir os grupos que discordavam do líder político indiano gritando pelas ruas: "Deixem Gandhi morrer!"

No seu último dia de vida, Mahatma estava com corpo fraco por estar fazendo jejum e andava acompanhado pelos jardins de Birla House, local onde morava. Uma multidão cercava a casa em uma tentativa de cumprimentar o pacifista e entre eles estava Nathuram Godse, um fanático hindu que acreditava que Gandhi havia traído seus companheiros hindus ao assumir posições pró-muçulmanas.

Godse se aproximou do ativista pacifista e fingiu uma reverência. Após se curvar por alguns instantes, o rapaz então levantou e atirou três vezes à queima-roupa no estômago e no peito de Gandhi. Antes de cair no chão, Mahatma levantou as mãos em um gesto de saudação hindu, falecendo na frente de suas sobrinhas-netas.

Funeral e legado

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Em meio ao caos instaurado pelo assassinato de Gandhi, Godse tentou se matar na frente dos demais presentes. Entretanto, uma multidão de partidários o cercou e impediu que o suicídio acontecesse. Foi aí que as autoridades locais conseguiram capturá-lo e prendê-lo. Em 1949, o tribunal indiano condenou o assassino à pena de morte — Godse foi enforcado em novembro daquele ano. 

Em menos de uma hora, notícias sobre a morte de Gandhi já haviam tomado conta de todos os noticiários da Índia. Na mesma noite, o primeiro-ministro do país, Jawaharlal Nehru, fez um comunicado à nação alertando que o funeral aconteceria no dia seguinte. "Gandhi saiu de nossas vidas e há escuridão em todos os lugares”, disse Nehru durante o anúncio.

A morte de um ícone havia chocado um país inteiro e muitas pessoas quiseram viajar até Déli para uma última despedida. Quase meio milhão de pessoas fizeram fila para o cortejo fúnebre de Gandhi, que levou o corpo da capital indiana até o rio Jumna. A procissão de 8 km durou cinco horas e teve aviões jogando flores na multidão. Ao fim, Gandhi foi queimado em uma pira funerária de sândalo. 

Mesmo que Mahatma tivesse sido um ativista pela paz ao longo de sua vida, sua despedida não abraçou a mensagem. Diversos tumultos, incêndios e confrontos entre grupos de extremistas ganharam espaço nos dias subsequentes — um péssimo momento para alguém que sempre prezou pelo bem da humanidade.

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