Estilo de vida
11/07/2023 às 06:30•3 min de leitura
Os tempos de entregar seu currículo impresso ficaram para trás — e até mandá-los por e-mail está se tornando algo obsoleto. Agora, a maioria das grandes empresas utilizam ferramentas de recrutamento e seleção online, que também ajudam a filtrar as centenas de currículos que chegam todos os dias. E é aí que entra a inteligência artificial.
A verdade é que muitos currículos nem passam pela análise de um profissional humano: já são descartados pela IA. A ferramenta digital cria filtros e descarta aqueles que não se adéquam às condições da vaga, de acordo com as suas análises.
Isso significa que você pode precisar de algumas alterações no seu currículo, se quiser passar por esse crivo. Só assim você tem a chance de ser visto por um recrutador humano e — quem sabe — ser chamado para uma entrevista de emprego.
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Pensando bem, mandar o mesmo currículo para qualquer vaga já não era recomendado desde antes da inteligência artificial. Mas, agora, isso se tornou um erro ainda maior.
Isso porque, sendo uma ferramenta baseada em texto, a IA vai buscar aquelas palavras-chave relacionadas à vaga no seu currículo. Então, se a empresa busca pessoas com características específicas, vai filtrar os currículos que têm aquelas palavras-chave.
O "pulo do gato" está em identificar esses termos na própria descrição da vaga. A partir disso, você pode incorporar esses termos ao texto do seu currículo — fazendo com que você pareça o candidato ideal para aquela posição.
Mas atenção: também não dá para "forçar a barra" e escrever qualquer besteira, apenas para se encaixar nas palavras-chave da descrição. É importante ter equilíbrio e modificar os textos do currículo, mas sem descaracterizá-lo.
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Muitas pessoas tentam "burlar" o sistema, colocando inúmeras palavras-chave — ou a própria descrição da vaga! — escondida no texto do currículo. Escrevem numa fonte bem pequena, na cor branca, de um jeito que nenhuma pessoa consiga ler, mas a IA consiga.
Mas veja só: a inteligência artificial não é burra e foi programada para captar essa tentativa de ser espertinho. Currículos que fazem isso têm muito mais chances de serem descartados. Isso vai na linha do que falamos sobre não "forçar a barra", logo acima.
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Houve um tempo em que os currículos eram arquivos simples de texto, com as informações do profissional e só. Então, surgiu uma tendência de currículos criativos, com formatação diferente e muitos gráficos coloridos. A partir de agora, o arquivo simples de texto voltou a reinar.
Isso porque as ferramentas de inteligência artificial têm mais facilidade para entender esse tipo de informação. Arquivos em PDF, por exemplo, podem simplesmente passar como imagens — de modo que a IA não vai ler nada do que está escrito neles.
Isso vale, especialmente, para aqueles gráficos que muitas pessoas fazem para ilustrar suas habilidades técnicas. É melhor simplesmente escrever que você têm 50 ou 90% de know-how numa habilidade do que ilustrar isso com gráficos que não serão lidos pela IA.
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Lembra do que falamos sobre as palavras-chave? Elas também são muito importantes nesse lance das habilidades. Por exemplo: não escreva apenas que você "tem habilidade em várias linguagens de programação". Liste as linguagens e seu nível em cada uma. Em muitos casos, esse é um dos filtros da inteligência artificial para aquela vaga.
Isso também vale para projetos e experiências anteriores. Traga resultados em números, liste os projetos e fale sobre os trabalhos com palavras-chave que possam chamar a atenção da IA.
É claro que você não deve fazer um currículo com 10 páginas para isso. Ser conciso continua sendo bem importante. A questão é ser mais incisivo e explícito nos detalhes que importam.
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Muitas pessoas se concentram muito no currículo, mas se esquecem de dar atenção às outras perguntas que as plataformas de recrutamento colocam nos formulários. É essencial responder tudo corretamente, se possível com as palavras-chave relacionadas à vaga.
Para terminar, é claro que o currículo criativo e a "inteligência humana" ainda podem ter seu espaço no mundo do RH, mesmo com a inteligência artificial. Você só precisa entender bem essas diferentes situações e se adaptar a cada uma delas.