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25/07/2023 às 02:00•2 min de leitura
Na busca de um estilo de vida mais saudável e ecologicamente correto, é natural que comecemos por melhorar a qualidade do ar que respiramos em nossas próprias casas. Nesse sentido, uma solução atraente e barata tem sido a de utilizar vasos de plantas. Afinal, como aprendemos na escola, nossas amigas verdinhas absorvem dióxido de carbono e liberam oxigênio.
Mas, será que introduzir plantas em ambientes internos para purificar o ar tem algum fundamento científico ou não passa de uma crença? Um importante estudo da NASA de 1989 afirma que plantas colocadas em áreas domésticas podem remover o formaldeído e outros compostos orgânicos voláteis (VOCs) do ar.
No entanto, especialistas ouvidos pela BBC no mês passado alertam que esse estudo foi conduzido em condições controladas de laboratório, não sendo capaz de replicar fielmente os aspectos realistas do ambiente doméstico. De acordo com a reportagem, "uma floresta interna seria necessária para reduzir significativamente os VOCs em uma casa".
Fonte: GettyImages.
Atualmente, quando clientes buscam projetos explorando a capacidade das plantas em melhorar a qualidade do ar doméstico, é necessário um aconselhamento honesto sobre as vantagens e limitações do processo, afirma a engenheira Kavita Kumari à BBC. Diretora-adjunta da consultoria de projetos sustentáveis Cundall, em Londres, ela recomenda plantas para reduzir VOCs, mas reconhece que esses efeitos são pequenos.
Uma dessas plantas de baixa manutenção é muito conhecida no Brasil: a espada-de-são-jorge, que possui a particularidade absorver dióxido de carbono e liberar oxigênio tanto de dia como à noite. Outras plantas populares, como a jiboia, estão sendo trabalhadas por cientistas da Universidade de Washington, nos EUA, para torná-las mais eficientes na purificação do ar, com bioengenharia.
Os genes dessa planta trepadeira estão sendo também ajustados pela distribuidora de plantas de interiores Neoplants para permitir que elas reciclem alguns tipos específicos de VOCs. A empresa parisiense desenvolveu uma nova geração de bactérias benéficas e particularmente eficazes na quebra de VOCs, que ficam nas raízes das plantas. É esse microbioma que produz a limpeza do ar doméstico e não as plantas em si.
Fonte: GettyImages.
Por enquanto, a capacidade real das plantas domésticas para limpar o ar ainda é limitada, e novos estudos são necessários para testar essa hipótese tão popular. É importante destacar que medidas já testadas, como ventilação adequada e uso de purificadores de ar, são mais eficazes na remoção de partículas poluentes e microrganismos indesejados.
Naturalmente, cultivar plantas em ambientes internos traz diversos benefícios, como melhora no humor, na criatividade e no bem-estar emocional e psicológico. Dessa forma, não há dúvida de que ter amigas vegetais em casa melhora a qualidade de vida. Mas não exija delas nada além do que paz, umidade e beleza. E cuide para que elas permaneçam viçosas e saudáveis.