Artes/cultura
04/01/2017 às 06:32•2 min de leitura
O Titanic — certamente um dos navios mais famosos de todos os tempos — afundou no dia 15 de abril de 1912 em sua viagem inaugural de Southampton, na Inglaterra, a Nova York, nos EUA. O naufrágio, segundo todos sabem, ocorreu depois de a embarcação, a maior já construída até então, se chocar contra um iceberg e ter parte de seu casco danificada abaixo da linha da água.
Suposto iceberg contra o qual o Titanic teria se chocado
No entanto, de acordo com o portal The Telegraph, evidências descobertas recentemente sugerem que algo mais podia estar acontecendo no interior do Titanic antes de ele afundar. Segundo a publicação, o jornalista Senan Malony, que há 30 anos se dedica a pesquisar o desastre, teve acesso a fotografias raras da embarcação e identificou marcas suspeitas na lateral direita do navio — ou a estibordo —, ao longo do casco.
De acordo com Malony, as fotografias foram clicadas pelo engenheiro elétrico chefe da embarcação no estaleiro de Belfast, na Irlanda, antes de o Titanic partir para sua trágica viagem. Segundo o jornalista, as marcas possuem cerca de 9 metros de comprimento e indicam que um grande incêndio estava ardendo no interior do navio antes mesmo de ele zarpar para a Inglaterra.
Titanic antes de partir de Southampton
Coincidentemente, as marcas podem ser vistas na lateral direita do Titanic, isto é, justamente no lado em que a embarcação atingiu o iceberg. Vários peritos analisaram as imagens e confirmaram que as marcas possivelmente foram provocadas por um grande incêndio, o que significa que o casco do navio poderia estar bastante fragilizado quando se chocou com o bloco de gelo.
As evidências indicam que o incêndio aconteceu em um compartimento situado atrás da sala das caldeiras de número 6, usada para armazenar centenas de toneladas de carvão que seriam utilizadas durante a viagem. Os especialistas explicaram que o fogo provavelmente foi iniciado espontaneamente e mantido sob controle, embora tenha permanecido ativo durante vários dias e alcançado temperaturas entre os 500 e os mil graus Celsius.
Existem rumores de que os oficiais do Titanic teriam recebido ordens de J. Bruce Ismay, presidente da companhia que construiu a embarcação, de não revelar a situação a nenhum dos 2,5 mil passageiros a bordo do navio. Além disso, quando o Titanic ancorou em Southampton para receber os viajantes, ele teria ficado com a lateral direita voltada para o mar, de forma que ninguém pudesse ver as marcas enegrecidas no casco.
Conforme explicou Malony, peritos em metalurgia disseram que as temperaturas registradas durante o incêndio teriam enfraquecido o aço com o qual o casco do navio foi construído, tornando-o até 75% menos resistente. Curiosamente, a história do fogo já era conhecida, mas ninguém havia investigado as tais marcas até agora.
Titanic ainda atracado em Belfast, na Irlanda
Um antigo secretário da British Titanic Society,David Hill, teria revelado que certamente ocorreu um incêndio a bordo, e 12 homens lutaram dia e noite para mantê-lo sob controle — alimentando as caldeiras que punham os motores em funcionamento com o carvão em chamas. Ademais, existem suspeitas de que o Titanic viajava mais depressa do que o recomendado, apesar dos alertas de icebergs.
De acordo com o jornalista, a embarcação jamais deveria ter saído de Belfast nessas condições, mas as investigações oficiais sobre o Titanic concluíram que o naufrágio foi uma fatalidade. Por outro lado, as novas evidências sugerem que, na verdade, o desastre aconteceu como consequência de uma combinação de fatores, entre elas, a negligência.