Artes/cultura
01/10/2024 às 09:00•2 min de leituraAtualizado em 01/10/2024 às 09:00
No dia 15 de abril de 1912, o RMS Titanic afundava após atingir um iceberg a sudeste da Ilha de Newfoundland, no Canadá. 112 anos depois, notícias continuam aparecendo sobre esse assombroso naufrágio, que vitimou cerca de 2.224 pessoas.
E uma delas envolve uma curiosidade. Os destroços submersos do Titanic foram redescobertos em setembro de 1985. Mas, nessa ocasião, nenhum vestígio humano foi encontrado. E por isso aconteceu?
Essa constatação foi exposta pelo próprio James Cameron, diretor do famoso filme Titanic, de 1997, que visitou e explorou os restos do navio 33 vezes. Ele declarou em 2010 ao The New York Times: “Não vi nenhum resto humano. Vimos roupas. Vimos pares de sapatos, o que sugeriria fortemente que havia um corpo lá em algum momento. Mas nunca vimos nenhum resto humano".
Uma vez que a tragédia ocasionou a morte de tanta gente (incluindo o momento do naufrágio, mas também depois), é até esperado que isso gere uma série de teorias de conspiração, mas também explicações sobre o que teria acontecido.
A primeira justificativa são os coletes salva-vidas que eram usados por muitos passageiros e tripulantes. Infelizmente, eles não ajudaram a salvar muitas vidas, mas fez com que os corpos permanecessem flutuando sobre as águas. Isso teria feito que uma tempestade após o naufrágio levasse os cadáveres para longe.
Já os corpos que ficaram presos dentro do próprio navio devem ter desaparecido por conta dos "catadores" presentes nas águas, como os peixes e outros animais. Mas então por que não restaram os ossos das vítimas?
Diferente do que ocorreu em outros naufrágios, não foram encontrados ossos dos corpos no Titanic. A resposta dessa dúvida pode ter a ver com a profundidade com que o famoso navio afundou.
"O problema com o qual você tem que lidar é que, em profundidades abaixo de cerca de 3.000 pés (914 metros), você passa abaixo do que é chamado de profundidade de compensação de carbonato de cálcio. E a água no fundo do mar está subsaturada em carbonato de cálcio, que é do que os ossos são feitos. Por exemplo, no Titanic e no Bismarck, esses navios estão abaixo da profundidade de compensação de carbonato de cálcio, então, uma vez que as criaturas comem sua carne e expõem os ossos, os ossos se dissolvem", explicou o oceanógrafo Robert Ballard em entrevista ao NPR.
Há ainda os especialistas que acreditam que, nas partes seladas do navio, como a sala de máquinas, onde a água doce permanece rica em oxigênio, ainda pode haver alguns corpos preservados. Mas 112 anos depois do naufrágio, isso certamente parece improvável.