Ciência
11/05/2017 às 05:20•2 min de leitura
No que diz respeito a inventar formas de provocar e prolongar o sofrimento alheio, a humanidade pode ser incrivelmente criativa. Ao longo da História, o homem desenvolveu os mais horripilantes métodos de tortura e execução, e nós do Mega Curioso inclusive já falamos sobre uma (vasta) variedade deles por aqui — você pode encontrar uma seleção de matérias através deste link.
Pois hoje vamos contar um pouco sobre o Lingchi, um tipo de punição capital que surgiu na China durante a Dinastia Tang (que durou de 618 a 907) e, pasme, se manteve em uso até o finalzinho da Qing — que se estendeu de 1644 até 1912. Isso significa que o castigo foi empregado até, bem dizer, o outro dia! Mas, e que método seria esse? Bem, a tradução do nome significa “morte por mil cortes”, então você já pode ir imaginando no que a coisa toda consistia.
De acordo com Krissy Howard, do site All That Is Interesting, a punição — basicamente — começava com prender o castigado em um tronco e ir fatiando sua pele pouco a pouco. A ideia era aplicar a maior quantidade de cortes possível antes que a pessoa acabasse perdendo a consciência ou sucumbindo aos ferimentos.
Castigo sangrento
Segundo Krissy, geralmente os cortes começavam pelo peito, onde a pele e os músculos eram meticulosamente removidos até que as costelas ficassem praticamente expostas. Depois, o “açougueiro” prosseguia para os braços — cortando bons pedaços de carne fora — e, por último, o foco passava a ser as coxas do infeliz sendo executado.
É óbvio que a coisa toda, além de brutal e incrivelmente dolorosa, era um macabro banho de sangue, e os condenados raramente sobreviviam até que os algozes começassem a fatiar as pernas. Mas, o castigo não terminava por aí. Depois que a pessoa morria, seu corpo era decapitado e desmembrado, e seus braços e suas pernas eram colocados em um cesto. O motivo? O confucionismo reprovava esse tipo de prática.
O Lingchi não era um castigo aplicado por qualquer motivo. Ele era imposto àqueles que cometiam os piores crimes — segundo a cultura chinesa —, como matar os próprios pais, realizar atos de traição e assassinatos em massa. No entanto, podia acontecer de pessoas condenadas por outras infrações também serem sentenciadas à “morte por mil cortes”.
Muita crueldade
De qualquer forma, não havia uma lei específica que determinasse como o Lingchi deveria ser aplicado, portanto a duração e o grau de crueldade variavam bastante. Conforme contou Krissy, existem relatos de condenados que foram executados em menos de 15 minutos, assim como de casos em que os carrascos tomaram cuidado para que o castigado permanecesse vivo pelo maior tempo possível — e registros de pessoas que suportaram várias horas de tortura e receberam mais de 3 mil cortes.
É evidente que a duração e brutalidade do castigo dependiam de fatores como a habilidade do algoz e do crime cometido. Além disso, podia acontecer de a família do acusado pagar para que ele tivesse uma morte rápida — se possível, já no primeiro corte — ou de, no caso de condenações por crimes menos graves, os próprios carrascos sentirem pena do executado.
Pois, apesar de o Lingchi soar como um daqueles métodos de tortura usados na Antiguidade ou, no máximo, durante a Idade Média, essa forma de punição foi utilizada até o ano de 1905, quando ela foi finalmente banida. Inclusive existem imagens da última execução levada a cabo em Pequim — você pode procurar na internet por sua própria conta e risco! Ela foi aplicada a um homem chamado Fou Tchou-Li, acusado de assassinar seu mestre, um príncipe mongol. Para o azar do infeliz, esse método foi banido apenas duas semanas depois.
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