Ciência
06/06/2012 às 11:46•2 min de leitura
Ray Bradbury (Fonte da imagem: Foto por Seve Castillo / Associated Press)
Reuters. Por Christine Kearney e Bill Trott - Ray Bradbury, um gigante da literatura norte-americana que ajudou a popularizar a ficção científica com obras como "Crônicas Marcianas", morreu na terça-feira aos 91 anos, informou seu editor nesta quarta-feira.
Bradbury publicou mais de 500 obras, incluindo "Fahrenheit 451", um romance clássico sobre a censura a livros em uma sociedade do futuro, e outros favoritos, como "O Homem Ilustrado" e "Something Wicked This Way Comes".
"Bradbury morreu pacificamente, ontem à noite, em Los Angeles, após uma longa doença", disse um porta-voz da sua editora, a HarperCollins.
Como escritor de ficção científica, Bradbury disse que não queria prever o futuro -mas às vezes queria evitá-lo. Este era o caso do livro de 1953 "Fahrenheit 451", a história de uma sociedade totalitária, anti-intelectual, onde os livros proibidos são queimados por "bombeiros". O título refere-se à temperatura à qual o papel se inflama.
O romance, que Bradbury escreveu em uma máquina de escrever alugada na biblioteca da UCLA, apresentava um mundo que pode soar familiar para os leitores do século 21 -televisores interativos do tamanho das paredes, sistemas de comunicação auriculares, publicidade onipresente e a tendência de ser politicamente correto.
"Na ficção científica, nós sonhamos", disse ele ao jornal The New York Times. "A fim de colonizar no espaço, reconstruir nossas cidades ... para lidar com qualquer quantidade de problemas, temos de imaginar o futuro, incluindo as novas tecnologias que são necessárias."
"A ficção científica também é uma ótima maneira de fingir que você está escrevendo sobre o futuro, quando na realidade você está atacando o passado recente e o presente."
Mas para um futurista, Bradbury nem sempre abraçou a tecnologia. Ele chamava a Internet de uma fraude perpetrada por empresas de informática, desdenhava caixas automáticos e rejeitava os videogames como "um desperdício de tempo para homens com mais nada a fazer".
Bradbury trouxe não apenas uma visão futurista, mas a sensibilidade literária para a ficção científica e a fantasia. Seu interesse pela escrita começou quando era garoto e até mesmo em seus últimos anos ele gostava de escrever diariamente -seja um romance, um conto, um roteiro ou um poema.
"O divertido na minha vida tem sido me levantar todas as manhãs e correr para a máquina de escrever porque alguma nova ideia surgiu", disse ele em seu aniversário de 80 anos.