Artes/cultura
18/03/2018 às 06:00•2 min de leitura
Os submarinos são ótimos recursos militares de qualquer frota naval, pois permitem que países infiltrem linhas inimigas e coletem informações preciosas sem serem detectados. Porém, se você estiver a uma distância perigosa de sua base, é melhor não ter que emergir, devido ao risco de ser descoberto e afundado.
Os submarinos foram usados pela primeira vez na Primeira Guerra Mundial, mas foi na Segunda Guerra Mundial que eles ganharam destaque e foram vitais para promover ataques e defender territórios. E embora eles fossem considerados recursos estratégicos, os submarinos não foram desenhados para oferecer o mínimo conforto aos seus tripulantes.
O espaço era extremamente limitado, o mau cheiro, quase insuportável, e havia apenas dois banheiros para toda a equipe. Os submarinos alemães eram ainda piores: não existiam tanques de armazenamento para os toaletes, o que significava ter que jogar os dejetos diretamente na água.
Dessa forma, a única maneira de se livrar de toda a “produção” da equipe do submarino era quando o veículo emergia na superfície. E como obviamente a tripulação precisava ir ao banheiro enquanto o submarino estava submerso, isso resultava em uma quantidade abundante de resíduos espalhados pelas salas. Se o cheiro já era ruim normalmente, nessa condição chegava a níveis repugnantes.
Os submarinos foram modernizados anos depois, com a chegada do modelo U-1206, mas isso não significou grandes alterações para os banheiros. A única modificação foi no aumento na pressão dos toaletes, permitindo que as descargas dos vasos fossem mais intensas. Porém, o processo se tornou tão complexo que alguns membros da tribulação tiveram que ser treinados para realizar a tarefa.
Em determinada ocasião, o capitão Karl Adolf Schlitt precisou usar o banheiro quando o submarino que ele comandava estava há uma semana posicionado a 200 pés abaixo da superfície próximo à costa escocesa. Ele tentou dar a descarga, mas, devido à dificuldade do manual de instruções, acabou chamando um dos especialistas.
Ele, então, abriu a válvula exterior, enquanto a interior ainda estava aberta, permitindo que uma torrente de água constante entrasse no submarino. Infelizmente, a água encharcou as baterias, espalhando gás clorado dentro do recinto, o que era absolutamente fatal. A fim de evitar um desastre, o capitão Schlitt tomou a corajosa decisão de levar o submarino para a superfície de modo receber ar respirável.
Entretanto, eles foram vistos por uma aeronave, que atirou e danificou o submarino de tal forma que eles não puderam mais submergir novamente. O saldo final foi um membro morto a tiros, três afogados, trinta e seis resgatados por pequenas embarcações da vizinhança e dez capturados pelas forças de oposição.