Saúde/bem-estar
06/09/2019 às 15:00•2 min de leitura
Nós aqui do Mega Curioso já falamos a respeito da mulher da imagem acima – cujo rosto foi reconstruído digitalmente por um time de pesquisadores há cerca de 2 anos. O nome dela era Lilias Adie e, em 1704, ela foi condenada na Escócia a queimar na fogueira após “confessar” (certamente após ser submetida à tortura) ser praticante de magia negra e amante do "Capiroto".
No entanto, antes de ser executada, Adie foi encontrada morta em sua cela – a pobre senhora deve ter cometido suicídio para escapar do suplício que sofreria – e seu corpo acabou sendo sepultado no condado de Fife, debaixo de uma rocha imensa, possivelmente devido ao medo dos habitantes locais de que a “bruxa” levantasse da cova para assombrá-los. Então, no século seguinte, sua ossada foi desenterrada por especialistas em antiguidades e levada para a Universidade de St. Andrews. Mas esse não foi o fim das desventuras de Adie...
Na verdade, como boa parte das pessoas condenadas por bruxaria era queimada na fogueira, justamente para que seus corpos, incluindo os ossos, fossem completamente consumidos pelas chamas e elas não pudessem voltar para atormentar os vivos, existem pouquíssimos restos mortais desses indivíduos.
A ossada de Lilias Adie mesmo era a única de que se tinha notícia na Escócia, mas, apesar de o esqueleto ter sido desenterrado e armazenado em St. Andrews, ele desapareceu há décadas – e a reconstrução digital foi realizada a partir de fotografias que se tinha dos ossos da mulher. Até onde se sabe, o crânio fazia parte do acervo do museu da universidade, onde ficava em exposição, e chegou a participar da Exibição Imperial que ocorreu em Glasgow em 1938, mas até isso sumiu. O pior é que ninguém sabe quem surrupiou os artefatos, nem porquê.
O dia 31 de agosto passado marcou o 315º aniversário da morte de Lilias Adie e as autoridades escocesas organizaram uma homenagem para a “bruxa”. Afinal, segundo os registros históricos, mesmo sendo submetida à tortura e pressionada para delatar outros supostos praticantes de magia negra, a pobre senhora teria dito que não poderia revelar os nomes de outras mulheres porque elas usavam máscaras de nobres durante os rituais. A acusada só entregou a identidade de pessoas que já haviam sido delatadas antes e não incriminou mais inocentes até ser condenada.
Mas a ocasião em agosto também serviu para que oficiais escoceses aproveitassem para reiniciar a “caça à bruxa” – ou melhor dizendo, aos ossos desaparecidos dela. Segundo explicaram, caso sejam recuperados, eles farão parte de um monumento que será erguido em homenagem às cerca de 3,5 mil pessoas que morreram vítimas de acusações de bruxaria na Escócia. Tomara que apareçam e que, depois de mais de 300 anos de idas e vindas, o esqueleto de Lilias Adie finalmente possa descansar em paz.