Ciência
04/11/2020 às 14:00•2 min de leitura
Considerada uma das inovações mais significativas do começo do século XX, a decisão do Serviço Postal dos Estados Unidos (USPS) de começar a enviar encomendas e pacotes maiores que 4 libras (1,8 quilo) impulsionou o alcance das empresas de mala direta para comunidade rurais da América, com um grande incremento nas vendas.
Como acontece com qualquer novo serviço, logo os usuários começaram a testar os limites e as possibilidades da novidade. Segundo a Smithsonian Magazine, alguns pais mais “modernos” resolveram aproveitar o preço do serviço para expedir seus filhos pequenos via postal.
Um caso real dessa prática ocorreu em Ohio, quando o casal Jesse e Mathilda Beagle resolveram enviar seu filho, James, de 8 meses para a casa da avó, a alguns quilômetros de distância, pagando apenas US$ 0,15 pelo serviços. Em caso de extravio ou perda do bebê, os pais recebiam o seguro de US$ 50.
Outra história, registrada na mídia, foi dos pais de uma menina que utilizaram de forma efetiva os serviços do correio como courier para sua filha Charlotte May Pierstorff. Em 1914, a garotinha de 4 anos foi “despachada” de trem de Idaho para a casa dos avós. Como a prima da mãe da menina trabalhava no correio ferroviário, ela acompanhou a remessa.
Como já naquele tempo existiam as fake news, espalharam o boato de que a menina de Idaho havia sido enviada pagando a “tarifa de frango”, mas isso não é verdade pois a referida tarifa só começou a ser usada em 1918. Porém, é verdade que a menina tinha selos colados nela, em seu casaco.
Embora essas histórias sejam reais, é preciso entender o contexto na qual elas ocorriam, geralmente em áreas rurais, onde o único meio de transporte eram as cargas postais, vistas por todos como extremamente confiáveis.
De qualquer maneira, antes que o número desse tipo de “Sedex de bebês” completasse uma dezena (até sete crianças foram enviadas), o correio dos EUA fez uma recomendação às transportadoras para que não aceitassem crianças e a prática logo caiu em desuso.