Isidor Fink e o 'mistério do quarto trancado'

10/02/2021 às 15:003 min de leitura

Foi em um apartamento espaçoso e térreo, porém simplório, na 4 East 132nd Street, no bairro do Harlem, em Nova York (Estados Unidos), que o polonês Isidor Fink se instalou após imigrar para a América depois da Primeira Guerra Mundial. Ele juntou todas as suas economias para conseguir abrir uma lavanderia no apartamento, que também era sua casa.

Fink era um homem cauteloso e sabia que o bairro era famoso por ser muito perigoso a qualquer hora do dia, portanto pediu para que grades fossem instaladas nas janelas e ferrolhos, e fechaduras duplas nas portas. Ele só deixava entrar na lavanderia os clientes que conhecia há muito tempo, e tentava se manter mais alerta quando trabalhava até tarde, pois o ruído das máquinas de lavar poderia atrair os criminosos. O polonês era tão preocupado com segurança que nem sequer abria as janelas em qualquer momento do dia.

De acordo com os vizinhos, Fink não tinha amigos e todos os seus familiares estavam em seu país natal. Ele também era um homem de poucas palavras e preferia ficar trancado em seu apartamento trabalhando a estar em qualquer outro lugar.

Gritos e disparos

(Fonte: The Lineup/Reprodução)
(Fonte: The Lineup/Reprodução)

Às 22h15 de 9 de março de 1929, Fink voltou para seu apartamento após fazer uma entrega de roupas para um de seus clientes. Às 22h30, a Sra. Locklin Smith, sua vizinha que morava nos fundos do prédio residencial, ouviu gritos vindos da casa do polonês e resolveu pedir ajuda.

Felizmente, a idosa encontrou o patrulheiro Albert Kattenborn, que fazia uma ronda pelo bairro na hora da ocorrência e foi rapidamente até o apartamento de Fink, mas, quando bateu à porta, ninguém o respondeu. O policial não conseguiu arrombá-la, e o único meio de entrar era por uma estreita janela entreaberta em seu topo.

Kattenborn encontrou um garoto na rua que foi capaz de se esgueirar pela janela e abrir a porta pelo lado de dentro. Assim que o policial entrou, deparou-se com o corpo de Isidor Fink caído a poucos metros da entrada: ele havia levado dois tiros no peito e um na mão esquerda. Em uma rápida inspeção pelo cômodo, Kattenborn deduziu que Fink ainda estava trabalhando quando foi atacado, pois havia um ferro de passar no fogão ainda aceso.

“O mistério do quarto fechado”

(Fonte: Paragram/Reprodução)
(Fonte: Paragram/Reprodução)

Como se as circunstâncias em que Fink fora assassinado não fossem estranhas o suficiente, tudo piorou quando uma investigação formal foi aberta. Todo trancado por dentro, o apartamento não tinha sinais de arrombamento. A única maneira de o criminoso ter entrado era pela janela sobre a porta, porém nenhum adulto conseguiria passar por ela. A perícia não detectou nenhuma impressão digital pelo local que não pertencesse a Fink.

A autópsia descartou a possibilidade de um suicídio. O tiro na mão, de acordo com o legista, significava que Fink havia lutado com seu assassino pela posse da arma, que acabou disparando. Nada havia sido roubado do apartamento, nem mesmo a quantia alta que havia na carteira do homem. As áreas ao redor do prédio foram revistadas, mas nenhuma arma foi descoberta.

Os policiais conversaram com Max Schwartz, proprietário do imóvel, que revelou que a vítima era um inquilino muito confiável que nunca causou problemas, que não tinha amigos e nem inimigos, tampouco se relacionava com mulheres.

(Fonte: AlehandroWithNews/Reprodução)
(Fonte: AlehandroWithNews/Reprodução)

Como alguém matou Isidor Fink sem ter entrado em sua casa? Ou melhor, como alguém conseguiu escapar quando todo o apartamento estava trancado como uma fortaleza? Além disso, qual o motivo para terem matado o polonês recluso sem querer nada em troca?

O caso ganhou o gosto do público e se espalhou pelos jornais de Nova York. A polícia enfrentava o verdadeiro dilema do “mistério do quarto trancado”, um artifício narrativo muito usado em ficções policiais. A solução do crime fica por conta da mente do escritor, mas, naquele caso, não havia nenhum. O autor do crime não podia ser localizado, pois não havia pistas.

Na época, Edward Mulrooney, delegado do Departamento de Polícia de Nova York, determinou o caso como sem solução – e esse status permanece até hoje. 

Como resolver um mistério como o de Isidor Fink?

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