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12/02/2021 às 13:14•2 min de leitura
Uma flor roxa chamada margarida Michaelmas, que passaria despercebida em qualquer jardim, ganhou notoriedade mundial após sua imagem passar a receber até 90 milhões de acessos diários no site da Wikipédia. O número representa 20% de todo o tráfego mundial de um dos centros de dados da Wikimedia.
Quem primeiro percebeu esta explosão de buscas pela margarida foi o Phabricator, uma plataforma de colaboração da mantenedora da enciclopédia livre. Uma postagem revelou: “Percebemos hoje que obtivemos cerca de 90 milhões de acessos por dia de vários provedores da Índia”.
O que mais chamou a atenção da equipe foi que as postagens tinham origem em uma infinidade de IPs totalmente diferentes que, no entanto, seguiam um padrão de tráfego diário, o que levou à hipótese de que um aplicativo móvel, predominantemente usado na Índia, estaria fazendo um link com a imagem para carregá-la como tela inicial, por exemplo.
A curiosidade pela origem dos acessos acabou se transformando em uma necessidade, quando as solicitações começaram a atingir cerca de 20% de toda a demanda de tráfego processada no EQSIN, um cluster de dados da Wikimedia em Cingapura.
How transparent is Wikimedia?
— Chris Albon (@chrisalbon) February 8, 2021
Check out this actual, live ticket about an ongoing mystery. 20% of all requests to one of our data centers for media are for this image of a flower. Nobody knows why.https://t.co/IHrzpKGVbj pic.twitter.com/Cbw6pC9txd
Como os dados de acesso à Wikipédia são públicos, qualquer pessoa poderia notar um gráfico com pedidos diários de acesso à imagem da flor. Antes de 8 de junho, a margarida recebia algumas centenas de visualizações. Em 9 de junho, o número subiu para 2.154; no dia seguinte chegou a 15.037 e no dia 30 de junho atingiu mais de 15 milhões de acessos diários.
Na segunda-feira passada (8), o diretor de Aprendizado de Máquina da Wikimedia, Chris Albon, jogou o mistério em sua conta no Twitter. Uma das respostas apontou que o grande aumento nos pedidos para ver a flor coincidiu com o dia em que o governo da Índia baniu o TikTok do país (26 de junho de 2020).
Seguindo a pista, os investigadores chegaram a um aplicativo clone do TikTok, que estava fazendo as tais solicitações. Embora a Wikimedia não tenha revelado, especulam-se dois nomes: o Mitron e o Say Namaste. Um acordo entre a fundação e os desenvolvedores deverá solucionar o problema com uma atualização do app.