Ciência
09/03/2021 às 04:00•2 min de leitura
Esta história é contada de várias maneiras, mas os detalhes básicos coincidem, principalmente em seu espantoso final. Depois que se separou de seu marido, no início do século XVIII, a escocesa Maggie precisou arrumar um emprego para sobreviver e resolveu tentar a sorte nas Fronteiras, ao sul da Escócia.
Trabalhando como empregada doméstica em uma estalagem local, Maggie foi assediada pelo filho do estalajadeiro e acabou engravidando dele. Para não perder o emprego, ela escondeu a gravidez de todos, e teve o filho sem que ninguém ficasse sabendo.
Fonte: The Spooky Isles/Reprodução
Porém, o bebê nasceu muito fraco e doente, morrendo poucos dias depois. Sem poder ter o seu segredo revelado e nem sequer ter condições de dar um enterro adequado ao filho, Maggie decidiu colocar o corpinho nas proximidades do rio Tweed.
Levado pelas águas, o corpo da criança foi descoberto mais tarde, e as evidências conduziram a Maggie que foi presa e levada de volta a Edimburgo para ser julgada pelo crime de esconder uma gravidez. Considerada culpada, foi condenada à forca.
O enforcamento aconteceu no dia 2 de setembro de 1721. Depois que o médico atestou a morte, o corpo de Maggie foi colocado em um caixão barato e transferido para sua cidade natal, Musselburgh, a dez quilômetros da capital, onde sua família pediu que ele fosse enterrada.
Fonte: TreckEarth/Reprodução
Mas Maggie não estava morta. O caixão de indigente onde o corpo foi transportado era arejado e, combinada com o balanço provocado pelo carrinho que o conduzia através das ruas de paralelepípedos, a ação fez com que o “cadáver” voltasse à vida, para o horror da família e dos transeuntes.
Estranhamente, os legisladores escoceses consideraram a ocorrência como uma manifestação de Deus, que supostamente teria trazido Maggie de volta dos mortos por ter perdoado os seus crimes, e assim, ela foi considerada inocente. O marido também renovou os seus votos e levou a esposa de volta para casa.
Tiveram vários filhos juntos, e Maggie viveu por mais 40 anos, respeitada e admirada pela comunidade. Quando passava pela rua, muitos a chamavam de Maggie Meio-Enforcada. E, ainda hoje, seu nome foi imortalizado no Pub Maggie Dickson, na chamada Cidade Velha de Edimburgo, hoje patrimônio mundial pela Unesco.