Artes/cultura
07/02/2013 às 10:52•1 min de leitura
Crédito: Thinkstock
Toda mãe que tem filhas pequenas sabe como anda complicado negar o salto alto às crianças. Com o surgimento de modelos de tênis com plataforma (uma versão menor dos sneakers com salto) e mesmo sapatilhas mais altas do que o necessário, fica difícil convencê-las de que elas devem vestir os modelos baixos e mais confortáveis, porém nem sempre tão irresistíveis ao olhar.
Não conseguir dizer não às pequenas pode causar problemas que vão além da estética. Conforme explica o ortopedista Agnaldo de Oliveira Júnior, que atua no Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos (São Paulo), ao manter a parte de trás do pé levantada, projeta-se o peso do corpo para frente. Essa sobrecarga, com o passar dos anos, causa um processo degenerativo que implica no alargamento da base do pé e o encurtamento dos ligamentos e da musculatura posterior da perna e da coxa. O resultado são dores nas pernas e na lombar.
Nas crianças, as complicações são ainda maiores. Como o corpo ainda não está completamente desenvolvido, o uso do salto compromete com maior facilidade a estrutura óssea da menina, que começará a se moldar na posição errada.
E os problemas não param por aí. Além das complicações que afetam ossos, nervos e musculatura, é possível notar o aparecimento de joanetes, calos e dedos tortos. “O sapato ideal é aquele que oferece conforto para os pés, com bico largo, solado reto, bem acolchoado e que não machuque a pele. O uso do salto alto deve se iniciar após os 15 anos, porém sem exagero, pois o corpo feminino ainda vai passar por algumas mudanças”, explica o ortopedista.
Outros problemas causados pelos sapatos com plataforma são as quedas e torções, principalmente quando a criança não tem muita habilidade com os modelos. Nesse caso, o corpo se torna suscetível a deformidades na coluna, como lordose lombar e cifose torácica.
Assim, resistir ao pedido das pequenas pode ser fundamental para garantir a saúde delas daqui a alguns anos. Por isso, procure oferecer a elas alternativas amigas do corpo para que, no futuro, elas continuem belas.