Ciência
16/07/2015 às 10:19•4 min de leitura
No filme “Dogma”, de 1999, um dos anjos explica que não só é óbvio que Deus existe, mas que ele tem um ótimo senso de humor: basta olhar para os ornitorrincos. Algumas pessoas são tão fervorosas na crença a Deus que seguem o Criacionismo, uma crença religiosa que prega que tudo foi criado por um ser supremo há cerca de 10 mil anos.
Para essas pessoas, as provas de Darwin sobre a evolução das espécies e até mesmo as descobertas recentes da ciência são pura balela – a criação do universo seria aquela descrita pela Bíblia no livro Gênesis. Ainda que muitas religiões acreditem que Deus é o criador de tudo, a maioria concilia as teorias do Big Bang e da evolução com seus ensinamentos religiosos.
Entretanto, os criacionistas rejeitam a evolução e acreditam em uma Terra Jovem, com menos de 10 mil anos. E como toda corrente filosófica/religiosa, o Criacionismo busca provas para mostrar ao mundo que suas teorias estão corretas. Tirando a piada com o ornitorrinco do início do texto, listamos abaixo 9 supostas provas de que eles estariam falando a verdade.
ATENÇÃO! Antes de prosseguir com a leitura, tenha em mente que os argumentos abaixo NÃO representam necessariamente a opinião do Mega Curioso, mas sim fazem uma compilação de argumentos que já foram utilizados por seguidores do Criacionismo para defender essa doutrina.
Como os criacionistas explicam o fim dos dinossauros, que teria acontecido há 65 milhões de anos? Muitos não conseguem debater direito sobre esse assunto, mas a recente descoberta de ovos de dinossauro na China deu nova luz à teoria de um universo relativamente jovem.
Os ovos em questão possuem uma cor azul-esverdeada, e o fato de eles ainda manterem suas cores seria a prova de que eles não poderiam ter milhões de anos. Os pigmentos não teriam resistido a tanto tempo como os cientistas acreditam, e só o Criacionismo prega que só essa corrente seria capaz de explicar essa descoberta.
Ovos de dinossauros descobertos em abril deste ano, na China, reforçam as teorias dos criacionistas
Os astrônomos acreditam que os anéis de Saturno se formaram há 4,4 bilhões de anos, depois que uma das luas do planeta se desintegrou em muitíssimas partes. Para os criacionistas, porém, a chance de isso ter acontecido é remota, já que os detritos da suposta lua destruída teriam se corroído e sumido em menos de 100 milhões de anos. Ou seja, para eles, o planeta seria muito mais recente do que julgam os cientistas.
Anéis de Saturno teriam se desintegrado se existissem há 4,4 bilhões de anos, segundo os criacionistas
Esse tipo de caverna é uma das mais incríveis da natureza. Os cientistas defendem que elas são formadas através da erosão e de rios subterrâneos, em um processo extremamente longo. Essa não é uma unanimidade, pois até mesmo na classe acadêmica existem estudiosos que defendem que o calcário corrói muito mais rápido do que se acredita – em questão de pouquíssimos anos. Assim, para os criacionistas, as cavernas de calcário seriam um vestígio do grande dilúvio descrito na Bíblia, no qual apenas Noé e sua arca repleta de bichos sobreviveram.
Cavernas de calcário se formariam muito mais rápido do que acreditam os cientistas
Espécies norte-americanas de cigarras possuem ciclos de vida extremamente longos, com 17 anos (mais ao norte) e 13 anos (mais ao sul). Com isso, enxames mútuos dessas espécies acontecem apenas a cada 221 anos! Os cientistas acreditam que essa foi uma forma de elas fugirem de seus predadores. Já os criacionistas defendem que nada é por acaso: 13 e 17 são números primos, o que seria um sinal da inteligência de sua “criação”.
Cigarras norte-americanas possuem ciclos de vidas muito "inteligentes" para existirem por mero acaso evolutivo
Os cientistas falam que para existir o carvão são necessários milhões de anos através da carbonização de um material vegetal, aliando uma combinação correta de pressão, temperatura, tempo e água. Porém, para os defensores do Criacionismo isso é lorota, já que todo o carvão do planeta foi formado de uma vez só, logo após o dilúvio de Noé.
Para sustentar essa teoria, os criacionistas usam o exemplo das árvores poliestrata, que fossilizaram e viraram carvão de maneira quase instantânea, enquanto a maioria ainda estava em pé! A velocidade do processo poderia corroborar essa teoria, pois caso contrário elas teriam primeiro apodrecido.
Árvores fossilizadas também sustentam as teorias do Criacionismo
Chegamos a um exemplo amado tanto por evolucionistas quanto por criacionistas: afinal, como não adorar essas criaturinhas maravilhosas? Porém, a existência dos coalas é explicada de maneiras distintas pela religião e pela ciência. Enquanto para os cientistas, por exemplo, a cauda dos coalas é um vestígio de sua evolução, os criacionistas acreditam que Deus colocou os rabos nos bichinhos para eles se sentarem mais confortavelmente nas árvores.
Mas não é só isso: os coalas se alimentam basicamente de eucaliptos, que além de possuírem uma toxina muito forte não são quase nada nutritivos. De acordo com os criacionistas, isso seria um sinal de que Deus quis que eles fossem feitos um para o outro. Entretanto, os cientistas explicam que os coalas se adaptaram ao longo dos anos para esse alimento, já que os eucaliptos resistiram muito mais à seca que atingiu uma região da Austrália.
Rabinho do coala foi criado por Deus para o bichinho se sentir mais confortável ao se sentar
Aparentemente, os mamutes sofreram uma extinção em massa tal como os dinossauros. A diferença é que isso teria acontecido há apenas 12 mil anos. Segundo os criacionistas, isso coincidiria com o quê? Adivinhe... Ponto para quem pensou novamente no dilúvio de Noé. Alguns defendem que eles sobreviveram ao dilúvio, sucumbindo a uma era glacial logo após a inundação.
Extinção dos mamutes é explicada através do grande dilúvio da Bíblia
Muitas espécies de aves fazem migrações pelo planeta, mas a que é feita pela tarambola-dourada intriga os cientistas. Com apenas 200 gramas de peso, sendo cerca de 70 gramas de gordura, as tarambolas-douradas teriam energia acumulada para fazer apenas 81% do trajeto anual entre o Alasca e o Havaí, nos EUA.
Porém, por voarem com formação em “V”, essas aves conseguem economizar até 23% de sua energia, chegando ao destino com gordura de sobra no corpo! Essa “inteligência”, para os criacionistas, seria uma prova de que Deus estaria guiando essas criaturinhas fantásticas.
Inteligência da tarambola-dourada intriga cientistas, mas criacionistas explicam sua migração
Para os cientistas, o homem moderno descende do Homo sapiens. Já o homem-de-neandertal (Homo neanderthalensis) era como se fosse um “primo” desses seres primitivos, mas deixou de existir com a evolução das espécies.
Os criacionistas acreditam, entretanto, que os Neandertais eram, sim, seres humanos parecidos com os de hoje, descendentes de tribos que se originaram a partir da queda da Torre de Babel – esta, para quem não sabe, teria sido construída pelos descendentes de Noé.
O Homo erectus, outro “primo” do Homo sapiens que originou os seres humanos atuais, também é considerado um humano por completo na crença da maioria dos criacionistas – apesar de a ciência dizer que se tratavam de três espécies diferentes.
Homem-de-neandertal seria tão humano quanto eu e você
ATENÇÃO! Esta matéria retrata o pensamento de alguns seguidores do Criacionismo e não reflete necessariamente a opinião do Mega Curioso.
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