Remédio mais caro do mundo começa a ser vendido por mais de US$ 2 milhões

31/05/2019 às 11:522 min de leitura

Você já ouviu falar na atrofia muscular espinhal? Conhecida pela sigla AME, essa condição genética consiste em uma doença degenerativa que ataca os neurônios motores da medula, fazendo com que os estímulos não cheguem como deveriam aos músculos, causando a sua atrofia. A AME se divide em 4 categorias – a Tipo 1 ou AME infantil - Werdnig-Hoffmann, a Tipo 2 ou AME intermediária, a Tipo 3 ou AME juvenil - Kugelberg-Welander, e a Tipo 4 ou AME adulta –, nos casos graves, a expectativa de vida é inferior aos 2 anos e a morte geralmente ocorre por insuficiência cardiorrespiratória.

Entretanto, o laboratório suíço Novartis desenvolveu uma terapia genética revolucionária baseada em um medicamento chamado Zolgensma que seria bastante efetivo no tratamento da AME. O remédio foi criado a partir de vírus modificados que agem sobre as células motoras defeituosas dos portadores da condição e são uma opção muito mais eficaz e menos dolorosa do que o tratamento atual – que consiste em submeter os portadores à aplicação de injeções bastante dolorosas e não muito efetivas.

Exorbitante

O tratamento com o Zolgensma não é indicado a todos os pacientes de AME, infelizmente, uma vez que é necessário que ainda existam neurônios motores em situação de terem suas funções reestabelecidas. Mas, quando há indicação, a terapia oferece resultados bastante significativos aos pacientes desde a primeira aplicação. Maravilha, não é mesmo? Especialmente quando consideramos que 1 entre cada 6 mil a 10 mil pessoas nasce portadora de uma das variedades da atrofia.

(Reprodução / The Hindu)

Só que existe um pequeno “porém” – e ele está no fato de que pouquíssimos portadores da condição poderão custear o remédio. Isso porque, de acordo com Sergio Trujillo, do site FayerWayer, quando o Zolgensma foi desenvolvido, o custo do tratamento causou bastante discussão, uma vez que, por conta de sua complexidade, a estimativa era de que os valores ficariam entre US$ 1,5 milhão e US$ 5 milhões (entre perto de R$6 e R$ 20 milhões).

Agora, o FDA – agência norte-americana que seria equivalente à ANVISA aqui no Brasil – aprovou a comercialização do medicamento nos EUA e definiu o preço em mais de US$ 2,1 milhões (quase R$ 8,5 milhões) por aplicação, tornando o Zolgensma o remédio mais caso do mundo. A Novartis garantiu que pretende oferecer algumas facilidades para a obtenção da droga, como o reembolso aos pacientes que não tiverem sucesso com o tratamento, a possibilidade de pagamento ao longo de 5 anos com parcelas de US$ 425 mil (quase R$ 1,7 milhão) cada, e descontos a convênios e seguradoras que ofereçam cobertura rápida.

Na realidade, em um futuro bem próximo, existem muitas outras doenças graves que poderão ser curadas com terapias como essa desenvolvida pela Novartis. Mas será que demorará muito para que os tratamentos cheguem a todos os doentes – sem distinção? Por que a preços rondando os milhões de dólares, serão poucos os que poderão usufruir dos benefícios oferecidos por esses extraordinários medicamentos.

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