Ciência
09/08/2019 às 07:00•2 min de leitura
Com o passar do tempo, percebemos que a boa fama do vinho tinto não só permanece no pensamento popular como é reiterada, inclusive, pela ciência. Os amantes de vinho certamente vibraram quando foi comprovado que beber uma taça por dia trazia benefícios para a saúde. No entanto, isso não é tudo que a ciência tem a dizer sobre a bebida.
Um recente estudo feito pela Universidade de Buffalo analisou o resveratrol, um composto vegetal encontrado nas cascas de uva, e descobriu que ele pode bloquear a enzima que controla o estresse no cérebro. A pesquisa foi publicada no dia 15 de julho no periódico Neuropharmacology. “O resveratrol pode ser uma alternativa eficaz aos medicamentos em tratamentos de pacientes que sofrem com tais distúrbios.”, declara a professora Ying Xu, autora do estudo.
Embora os efeitos antidepressivos do resveratrol já tenham sido reconhecidos pelos cientistas, a ligação do composto com a fosfodiesterase 4 (PDE4), enzima influenciada pela corticosterona (hormônio do estresse), era desconhecida. O excesso deste hormônio no cérebro propicia não só a depressão, como demais distúrbios mentais.
No entanto, o foco dos atuais antidepressivos é outro: serotonina e noradrenalina. Foi constatado, todavia, que apenas um terço dos pacientes conseguem recuperar-se completamente utilizando esse tipo de medicação, explica Ying Xu.
Em um laboratório, cientistas utilizaram ratos para analisar a relação dos níveis de PDE4 com a depressão e a ansiedade. Os resultados demonstraram que a enzima reduz o monofosfato de adenosina cíclico, molécula mensageira que indica mudanças fisiológicas no corpo, alterando o cérebro fisicamente. Mas, quando o resveratrol estava presente, ele trabalhava como neuroprotetor, inibindo a atuação do PDE4 .
Os resultados deste estudo são extremamente importantes, porque eles criam uma base para o uso do resveratrol em novos medicamentos. A professora Ying Xu ressalta que a pesquisa se concentrou no composto isolado e que deve-se consumir álcool com moderação. Interessante, não? Compartilhe conosco nos comentários sua opinião sobre essa descoberta!