
Estilo de vida
20/09/2019 às 10:41•2 min de leitura
Dois estados americanos concentram a maioria dos 10 mil casos de febre do vale diagnosticados no país. Califórnia e Arizona — com deserto seco e estações chuvosas — possuem o ambiente e o clima perfeitos para que o fungo Coccidioides, causador da doença, sobreviva e prospere. Mas, de acordo com um estudo publicado recentemente no GeoHealth, as mudanças climáticas, como o aumento da temperatura global, podem fazer com que o fungo progrida em outros locais.
A estimativa é de que até o ano de 2100, o alcance do fungo cresça a ponto de aumentar em 50% o número de casos de febre do vale. Atualmente, o fungo está restrito ao território atual por conta das chuvas e da temperatura, mas as mudanças climáticas podem aumentar significativamente seu raio de atuação. “Calculamos que poderia haver mais áreas em que esse fungo poderia viver no futuro”, afirmou Morgan Gorris, pesquisador do departamento de ciências do sistema terrestre da Universidade da Califónia em Irvine e principal autor do estudo.
O fungo Coccidioides cresce e seca durante o período de secas, criando esporos que podem ser lançados no ar pelo vento. Esses esporos são inalados, causando a febre do vale. Apesar de os sintomas serem leves, com tosse, febre e calafrios, a doença causa cerca de 200 mortes por ano nos Estados Unidos, vitimando principalmente idosos ou pessoas com o sistema imunológico comprometido.
Foto: CDC/ Dr. Lucille K. Georg
O estudo comparou as chuvas, a temperatura e outros dados ambientais com as taxas de incidência da febre do vale para identificar as condições ambientais correlacionadas à doença. Com essas informações, a pesquisa pôde prever quais os locais nos quais a doença poderia ser encontrada tendo como base a previsão de condições climáticas para o futuro.
Assim, o resultado foi de que os estados ocidentais ao norte estão mais propensos a “receber” o fungo. “Ele passará por Oklahoma, Colorado, Wyoming, áreas mais secas", explicou James Randerson, professor do departamento de ciências dos sistemas terrestres da Universidade da Califórnia e autor do estudo. Ele afirmou ainda que a região norte da Califórnia e partes do Oregon estariam protegidas do fungo, uma vez que a previsão é de aumento substancial de chuvas. Renderson ressaltou anda a importância de se obter mais relatórios dos estados a respeito de casos da febre do vale para acompanhar a movimentação da doença.
Apesar de ter poucos casos registrados da doença — com uma média de um por ano —, São Francisco detectou um número acima do normal em 2016, o que pode ter relação com as fortes chuvas do período. A dermatologista Sarah Coates, da Universidade da Califórnia em São Francisco, consultou casos em que o fungo afetava a pele, sinalizando a gravidade da doença. “Todas essas doenças, se não for algo que você saiba reconhecer, talvez não tenha ferramentas para diagnosticá-las bem”, disse.
Gorris espera agora que o estudo possa incentivar autoridades de saúde pública a desenvolver programas de vigilância de doenças, para que a comunidade possa entender o risco da febre do vale e também fornecer dados capazes de estimular pesquisas futuras.
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