Por que sentimos choque quando batemos o cotovelo?

27/10/2021 às 13:002 min de leitura

Quantas vezes na vida você já bateu o cotovelo em alguma quina apenas para vivenciar uma dor extremamente desagradável e uma sensação completamente insuportável de um choque percorrendo o seu corpo? Entretanto, essa sensação não tem absolutamente nada a ver com os ossos do braço, mas sim com um sistema muito mais complexo.

O grande responsável por esse sentimento de dor nesse tipo de choque é chamado de nervo ulnar, que começa na nossa espinha dorsal, passa pelos nossos ombros e desce pelos braços até a ponta dos dedos. De maneira geral, esse conjunto de fibras é protegido pelas camadas de ossos e músculos — porém não em toda parte.

Brecha no sistema

(Fonte: Unsplash)(Fonte: Unsplash)

O nervo ulnar também é responsável por transmitir ao cérebro os sinais dos músculos da mão e do antebraço. O problema, no entanto, acontece quando ele passa pelo cotovelo e cruza atrás de uma saliência no úmero — o osso da parte superior do braço —, chamada de epicôndilo medial do úmero. 

O mesmo é válido quando ele atravessa um pequeno canal de 4 milímetros de extensão batizado de “tubo cubital”, localizado próximo ao espaço onde o úmero se encontra com os ossos que formam o antebraço (rádio e ulna). Nesses casos, o nervo fica preso entre o osso e a pele, com pouquíssima proteção ou amortecimento.

Por esse motivo, quando sofremos um impacto no cotovelo em um ângulo reto, o nervo é comprimido contra o osso e temos uma estranha sensação que mistura dor, dormência e formigamento. E como o nervo está localizado em toda a região do braço, essa é a explicação para sentirmos a dor descendo até a ponta dos dedos.

Síndrome do Túnel Cubital

(Fonte: Pixabay)(Fonte: Pixabay)

Para a maioria das pessoas que bate o cotovelo, a dor não costuma durar tanto tempo assim e é bastante manejável. Normalmente, uma pequena massagem na região do impacto costuma fazer o sentimento ruim desaparecer em questão de minutos.

O problema, porém, acontece quando os indivíduos acabam desenvolvendo a Síndrome do Túnel Cubital. Nessa situação, essa pessoa terá a sensação de que o seu cotovelo foi atingido por um pequeno martelo durante o dia todo, fazendo com que essa dor se torne algo insustentável.

Esse distúrbio não é tão comum quanto a Síndrome do Túnel do Carpo — processo similar que ocorre em um nervo das mãos —, mas pode causar muita dor e desconforto. Em casos mais extremos, o problema passa a prejudicar o uso das mãos e impede o indivíduo de realizar atividades cotidianas.

Tratamentos para o caso

(Fonte: Unsplash)(Fonte: Unsplash)

Quando uma pessoa sofre da Síndrome do Túnel Cubital, o sentimento de dor passa a ser mais constante porque o nervo fica pinçado repetidas vezes e por períodos mais longos do que o normal, e isso ocorre principalmente quando o nervo é estalado para frente ou para trás conforme o movimento do braço, ou quando mantemos o cotovelo em posição dobrada por muito tempo.

Para tentar aliviar esse problema, a maioria dos médicos opta primeiro por não escolher uma solução cirúrgica para o caso. Então, é recomendado que o paciente evite gestos que possam causar a síndrome. Se uma pessoa tem o hábito de dormir com os cotovelos dobrados, por exemplo, é possível mantê-los estendidos com o auxílio de uma tala.

Porém, segundo a Sociedade Americana para a Cirurgia da Mão, a hipótese de uma operação não pode ser completamente descartada. Isso envolveria deslocar o nervo para a frente do cotovelo ou eliminar parte do osso para aliviar essa pressão. Mesmo assim, ainda não existe um consenso médico sobre qual procedimento ser usado. 

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