Ciência
20/06/2022 às 06:30•2 min de leitura
O rally é um esporte que exige muitos dos seus competidores. Além da agilidade necessária para dirigir em terrenos nada fáceis, os pilotos precisam carregar cerca de 5 kg de equipamentos em seus corpos. As provas duram até 5 horas, em temperaturas que impõem um desafio extra à jornada.
Para aliviar o calor, os pilotos devem carregar uma garrafa de água consigo, certo? Errado. Por mais estranho que pareça, consumir água durante as provas pode colocar tudo a perder.
Como o corpo exala muito suor durante a prova, o organismo perde sais minerais. Beber água, apesar de hidratar o corpo, poderia causar câimbras — e pilotar com câimbras deve ser horrível. Adroaldo Weisheimer, piloto que vai representar o Brasil no Rally Andalucia, na Espanha, em outubro, confirma essa informação.
“Durante as horas de prova, ou seja, quando a gente está dentro do carro, não bebemos água porque ela sozinha pode nos dar câimbras devido ao fato que perdemos muitos sais durante o percurso. A água sozinha não é suficiente para repor”, explica.
(Fonte: Divulgação / MF Press Global)
Como todo atleta, Adroaldo precisa manter seu peso controlado para poder ter um bom desempenho. “São 15 dias de uma alimentação com bastante carboidrato de baixo teor glicêmico (batata doce, por exemplo). Nada de comida com glúten ou lactose, justamente para preparar o organismo para a prova”, revela.
Mesmo depois das provas, os pilotos não têm descanso e precisam manter a dieta para evitar danos à própria saúde. “São sete dias sem muita comida gordurosa, porque ainda na prova você perde muito líquido, perde massa mesmo. Então as equipes pedem para que a gente não abuse nos primeiros sete dias depois da prova. O mesmo para álcool, que precisamos cortar nos 15 dias antes da prova”, esclarece.
(Fonte: Divulgação / MF Press Global )
Talvez, você esteja pensando que os pilotos fogem da dieta de vez em quando, pois é possível reverter o ganho de peso se controlando depois. Pois comer determinados alimentos pode ter um impacto grave durante o rally, que vai além da mera briga com a balança. “Como você está na maioria do tempo preso, ‘amarrado’, e ainda assim você fica em constante movimento, caso você coma algo que não seja da dieta direcionada à prova você pode ter gases, ficar estufado ou problemas do tipo que podem lhe obrigar a parar. E já existem casos em que pilotos perderam provas por terem que parar por conta desses problemas”, conta.
Neste ano, além do Rally Andalucia, o baiano Adroaldo Weisheimer vai representar o Brasil no campeonato português — e os fãs do atleta provavelmente ficarão de olho para que ele não fuja da dieta.