Aclimatação: o fenômeno que explica as diferentes percepções à temperatura

21/08/2022 às 05:002 min de leitura

As recentes ondas de calor que atingiram a Europa surpreenderam pessoas de todo o mundo — principalmente pelos relatos de cidadãos passando mal por causa do calor intenso. Na cidade de Londres, os termômetros chegaram a registrar mais de 40?°C. Isso foi suficiente para gerar uma demanda de ocorrências que sobrecarregou as equipes locais dos bombeiros.

Quando um brasileiro lê esse tipo de notícia, pode não acreditar que a temperatura de 40?°C seja suficiente para causar tantos danos em uma cidade, impactando a saúde dos seus moradores, já que vários municípios brasileiros apresentam temperaturas semelhantes a essa rotineiramente — e em alguns casos, até maiores.

Acontece que o organismo humano leva um tempo para se acostumar com uma temperatura. Os londrinos foram acostumados há séculos com temperaturas amenas e dias chuvosos. Essa surpreendente onda de calor exige muito dos seus corpos, principalmente em relação à aclimatação.

Aclimatação: a capacidade do corpo humano em se adaptar à temperatura

(Fonte: Pheelings Media/Getty Images)(Fonte: Pheelings Media/Getty Images)

A aclimatação é a capacidade do organismo humano se adaptar às temperaturas extremas, sejam elas quentes ou frias. Contudo, essa adaptação não é imediata. O objetivo da aclimatação é manter a temperatura corporal dentro do padrão de normalidade: 37?°C.  

Para se adaptar, o organismo recorre a ações imediatas e de médio prazo. Uma das respostas imediatas ao calor, por exemplo, é produzir suor. Todas essas alterações são comandadas pelo cérebro, na região do hipotálamo, com a ajuda de uma glândula especial chamada de “glândula pituitária”.

Diversas decisões são tomadas por essa dupla, como a forma de trabalho do sistema sanguíneo, o quanto de nutrientes podem ser eliminados pelo suor, a forma como o açúcar será consumido, o ritmo do seu batimento cardíaco, etc.

No entanto, o organismo precisa de ajuda para que esse processo seja o mais eficiente possível. Em temperaturas elevadas, é preciso aumentar a ingestão de água pois a produção de suor pode levar a pessoa a ter um quadro de desidratação. Ao mesmo tempo, consumir refeições mais leves, que exijam menos do sistema digestivo, podem auxiliar na nutrição e melhorar a disposição.

Aclimatação não resolve o problema sozinha

(Fonte: Nes/Getty Images)(Fonte: Nes/Getty Images)

A aclimatação é muito estudada por profissionais de saúde que atuam no esporte. Os atletas precisam se adaptar a diferentes climas, mantendo o seu rendimento. Contudo, a maioria das pessoas não tem o mesmo preparo físico de um atleta e isso faz com que seus corpos, mesmo buscando uma adaptação ao novo clima, apresentem falhas.

É por isso que o aumento das ondas de calor em diferentes regiões do mundo pode representar um desafio para os serviços de saúde e para a economia, já que impactarão a produtividade dos trabalhadores.

Em regiões que lidam com verões intensos, como o estado americano da Califórnia, os trabalhadores são expostos ao calor de forma gradual, para que seus corpos consigam, por meio da aclimatação, se acostumarem com as temperaturas elevadas. Eles começam trabalhando apenas meio-período e, depois de alguns dias, suas jornadas ganham uma hora a mais. Ainda assim, eles precisam de descansos constantes na sombra e muita água.

Todo esse esforço pretende evitar as mortes dos trabalhadores rurais nos Estados Unidos. Todos os anos, cerca de 5 trabalhadores morrem por causa do calor.

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