
Ciência
29/02/2012 às 16:49•3 min de leitura
As 4 macrotendências nos desfiles da Lacoste, Victor Dzenk, Alexander McQueen e Monique Lhuillier.
Fonte: Getty Images/ style.com
Assim como a moda muda constantemente, renovando tendências e buscando no passado a inspiração para coleções do futuro, os comportamentos que influenciam as peças também se transformam a cada temporada. E como o que aparece nos desfiles precisa fazer sucesso entre os consumidores, pesquisadores mapeiam com antecedência quais são os comportamentos que vão ditar os looks das passarelas na próxima estação.
Esse é o caso dos especialistas do SENAI Moda e Design, que lançam todos os anos o Caderno Perfil, com macrotendências para o verão. A publicação surgiu em 2007 com um objetivo de fornecer uma análise de posturas de consumo para o varejo que podem influenciar a moda. Trata-se de uma forma de auxiliar o processo criativo dos designers brasileiros, favorecendo o surgimento de coleções de sucesso.
A edição para a temporada de calor 2012/13 foi divulgada no Rio-à-Porter, evento que aconteceu simultaneamente à semana de moda carioca. Com base em levantamentos dos principais centros fashion do mundo, como Londres, Paris e Milão, os pesquisadores descobriram quatro macrotendências que vão influenciar as peças da temporada: uma cultura do desafio, surgimento de comunidades criativas, retorno à teoria das origens e exaltação da fluência cognitiva.
Confira abaixo como cada um desses conceitos deve ser traduzido nas coleções.
1. A cultura do desafio
O verão esportivo de Alexander Wang e da Versus. Fonte: style.com
Você já deve ter percebido que cada vez mais pessoas estão aderindo a uma atividade física e deixam a preguiça de lado para praticar um esporte antes ou depois do expediente. Se a origem dessa decadência do sedentarismo vem da busca por uma vida saudável, hoje os motivos podem variar.
É cada vez maior o público que começar a se exercitar de olho em novos desafios, como maratonas e competições que motivam o organismo a ir além. E mesmo quem não abre mão de gastar o tempo livre no sofá não está isento de enfrentar desafios: a própria rotina de pressões e vários problemas para solucionar fazem com que todos precisem se esforçar sempre mais.
A moda não ficará alheia a essa necessidade de superação a que os consumidores estão submetidos. Assim, a tendência é que o verão seja rico de peças feitas com tecidos leves, cortes simples e cores neutras.
Além disso, coleções inspiradas no mundo do esporte abrem espaço para modelos desenvolvidos com tecidos tecnológicos, que favorecem a prática de esportes. A Olimpíada de Londres também poderá fornecer elementos de criação para as grifes. As marcas que desejarem estar no topo das vendas do varejo no verão não poderão ficar alheias a esse comportamento.
2. Surgimento de comunidades criativas
Influência do artesanato na coleção de Victor Dzenk. Fonte: Divulgação
Não é de hoje que a criatividade está em alta. Mas para o futuro, pensar sozinho perderá força no cenário da moda.
Desde agora já é possível conferir em várias partes do mundo a criação de comunidades criativas. Nelas, profissionais de áreas diferentes se unem para fortalecer o lado criativo, inovar e oferecer aos consumidores novas opções nas lojas.
Nesse contexto, devem surgir coleções baseadas no artesanato e no intercâmbio cultural.
3. Retorno à teoria das origens
O fundo do mar de Alexander McQueen e Chanel. Fonte: style.com
Os pesquisadores notaram que o passado tende a ser cada vez mais valorizado pelos consumidores, como forma de inspiração sobre o que construir no futuro. Assim, elementos que remetem à África, à origem do Universo e aos oceanos devem ter presença cada vez mais frequente nos eventos fashion.
A inspiração que vem da natureza já pode ser comprovada pelo que apareceu nas principais semanas de moda internacionais de verão. Alexander McQueen e Chanel são apenas dois exemplos de grifes que trouxeram o fundo do mar para a passarela, e as coleções têm aparecido com frequências nos red carpets.
A volta às origens deve estar presente nas estampas, texturas e, inclusive, layout de vitrines. Nesse contexto a inspiração vai variar, indo dos oceanos às galáxias.
4. Exaltação da fluência cognitiva
Minimalismo na Chloé e na Jil Sander. Fonte: style.com
A fluência cognitiva, em resumo, defende a transmissão de ideias de uma forma simplificada, para que a mensagem possa ser melhor entendida pelo público. Nesse conceito, tiram-se os excessos e surgem coleções minimalistas, formadas por tons pastel e volumes na medida certa.
A simplicidade no modo de se vestir estará em alta, combatendo o exagero na escolha de acessórios e sobreposições.