Imagem de Como a cirurgia de hemorroidas de Luís XIV mudou a Medicina no megacurioso

A fístula anal do rei da França e de Navarra fez mais sucesso do que você pode imaginar

<head></head><body>Luís XIV ficou conhecido como o notório Rei Sol, rei da França e de Navarra, responsável por ordenar que construíssem o <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/115239-palacio-de-versalhes-curiosidades-sobre-a-bizarra-vida-da-nobreza.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Castelo de Versalhes</a> na década de 1660, com 2 mil cômodos e em uma área com mais de 8 mil quilômetros quadrados. Além disso, ele também entrou para a História pelo seu <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120732-apetite-voraz-do-rei-luis-xiv-foi-a-sua-ruina.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">apetite voraz</a>, que causou sua ruína conforme envelheceu, e por revolucionar a medicina de uma maneira incomum: através de sua hemorroida.Em 15 de janeiro de 1685, quando o barbeiro-cirurgião Charles-François Felix foi convocado à Versalhes pelos médicos reais para tratar de um inchaço na região anal do rei, ele não fazia ideia de que estava prestes a mudar a face da cirurgia — ainda que de maneira rudimentar.Segundo os registros do diário de saúde de Luís XIV, preservado até hoje, o abscesso se formou em 18 de fevereiro e, em 2 de maio, a fístula apareceu — e o inferno na vida do rei começou.<h2>Afiando as ferramentas</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/18/18124336855259.jpg" alt="Charles-François Felix. (Fonte Google Arts&amp;Culture/Reprodução)">Charles-François Felix. (Fonte Google Arts&amp;Culture/Reprodução)Luís se queixava de dores e não conseguia se sentar de maneira confortável no trono ou em qualquer lugar. Enemas e cataplasmas não aliviaram os sintomas, e a higiene precária do período, intensificada pela proclamação da Igreja de que o banho levava à imoralidade, sexo promíscuo e doenças —, apenas piorou o estado da condição.Ouvindo que a água transportava doenças, causava inflamações e até cegueira, o rei evitou tomar banho completo ao longo de sua vida. Com isso, o inchaço das hemorroidas piorou seu odor corporal a ponto de que era necessário abrir uma janela no cômodo em que ele estava.Quando a situação de dor chegou a ponto de desespero, os médicos de Versalhes buscaram o Dr. Felix para tentar fazer algo que fosse efetivo, visto que os barbeiros-cirurgiões eram os únicos gabaritados para cortar o corpo humano, muito diferente dos tratamentos usados pelos médicos, que envolvia apenas métodos medicamentosos.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;France Inter&nbsp;" data-fonte-url="https://www.franceinter.fr/histoire/histoire-gencives-purulentes-abces-et-mauvaises-odeurs-l-hygiene-bucco-dentaire-exemplaire-de-louis-xiv"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/18/18125634613269.jpg" alt="(Fonte: France Inter/Reprodução)">(Fonte: France Inter/Reprodução)Felix levou 6 meses para preparar a operação, reunindo 75 homens de campos de trabalho e prisões, sob o aval de Luís XIV, todos com saúde relativamente boa, para que pudesse usá-los como cobaias.A princípio, três ou quatro pessoas deitavam na mesa de cirurgia do homem por dia e, sem anestesia ou antibióticos, elas passavam pelo procedimento — a maioria não sobrevivia para contar história. Mas foi assim que Felix desenvolveu e refinou seus instrumentos e métodos até que pudesse aplicá-los no rei.<h2>Mudando a História</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/18/18125343222267.jpg" alt="Ferramenta usada durante o procedimento. (Fonte: Un Dermatologo en el Museo/Reprodução)">Ferramenta usada durante o procedimento. (Fonte: Un Dermatologo en el Museo/Reprodução)O dia fatídico foi 18 de novembro de 1686, exatamente às 7h. O Dr. Felix colocou Luís XIV deitado sobre uma mesa para começar o procedimento, na presença de Madame de Maintenon (amante do rei), o filho Delfim, seu confessor, os médicos reais e o Ministro de Estado.Apesar de todo o estresse, uivos e dor, a operação foi um sucesso. Em menos de um mês, o rei estava conseguindo se sentar na cama, e em três meses, já cavalgava pelos campos de Versalhes.O que Felix fez, em um período em que fístulas anais começaram a brotar com muita incidência nas pessoas, significou um avanço enorme para a medicina, que passou a encarar operações como uma maneira saudável e segura para certos tratamentos.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/18/18191708099003.jpg" alt="(Fonte: Tidsskriftet/Reprodução)">(Fonte: Tidsskriftet/Reprodução)Além disso, a bunda enfaixada de Luís XIV lançou tendência pela França, com vários admiradores colocando ataduras no traseiro para homenageá-lo ou se sentir um pouco como ele.Enquanto isso, Charles-François-Felix recebeu dinheiro, terras, um título real que acrescentou Tassy ao seu nome, e a credibilidade em nome de todos os cirurgiões-barbeiros, uma profissão considerada praticamente intuitiva naquela época.Devido a isso, em 18 de dezembro de 1731, Luís XV, neto de Luís XIV, abriu a Academia Real de Cirurgia, atualmente conhecida como Academia Nacional de Cirurgia.</body>

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Como a cirurgia de hemorroidas de Luís XIV mudou a Medicina

Imagem de Cadija: quem foi a rica comerciante e 1ª mulher de Maomé? no megacurioso

Rica e independente, Cadija continua a inspirar mulheres no Islã

Cadija&nbsp;nasceu no s&eacute;culo VI d.C., era filha de mercadores da tribo coraixita que governava a regi&atilde;o de Meca, na atual Ar&aacute;bia Saudita. Alguns&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/104348-nome-de-ala-e-encontrado-em-roupa-viking-do-seculo-9.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">antigos relatos isl&acirc;micos</a>&nbsp;a caracterizam como uma mulher nobre e resoluta, que exigia um alto n&iacute;vel de respeito em sua tribo.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/17/17182215089577.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Shutterstock/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A riqueza de Cadija veio da fortuna do pai. No entanto, continuou fazer neg&oacute;cios envolvendo o com&eacute;rcio ap&oacute;s a morte de seus progenitores e, segundo as tradi&ccedil;&otilde;es sunitas, depois de se tornar vi&uacute;va de seus dois primeiros maridos.
Quando se tornou&nbsp;esposa do profeta Maom&eacute;, Cadija j&aacute; tinha ganhado sucesso e respeito por conta pr&oacute;pria. Al&eacute;m disso, ampliando os dom&iacute;nios que herdara, controlava uma das rotas comerciais mais importantes para as caravanas que transportavam mercadorias na regi&atilde;o.&nbsp;Ela &eacute; considerada a primeira mu&ccedil;ulmana, pois, como diria o pr&oacute;prio Maom&eacute;, ela acreditou nele antes que ele mesmo acreditasse.
<h2 class="uk-text-justify">O casamento com Maom&eacute;, o empregado</h2>
Quando cada um de seus dois primeiros maridos morreu, Cadija superou a dor e seguiu com a vida, cuidando dos filhos e se desdobrando para gerenciar o bem-sucedido neg&oacute;cio de caravanas.&nbsp;Claro que dado o tamanho de sua &ldquo;empresa&rdquo;, ela contava com muitos funcion&aacute;rios para ajud&aacute;-la.&nbsp;
Quando tinha cerca de 40 anos, era muito conhecida em toda a Ar&aacute;bia como uma mulher independente, inteligente e poderosa. Al&eacute;m disso, muitos homens queriam trabalhar ao seu lado.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/13/13114614592198.jpg" alt="Representa&ccedil;&atilde;o de Cadija e Maom&eacute;. (Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Representa&ccedil;&atilde;o de Cadija e Maom&eacute;. (Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Curiosamente, quando decidiu contratar algu&eacute;m para o cargo de agente, uma importante fun&ccedil;&atilde;o, visto que essa pessoa seria os "seus olhos", acompanhando as caravanas, escolheu um simples jovem trabalhador com boa reputa&ccedil;&atilde;o para o cargo, e n&atilde;o alguns dos muitos homens que buscavam avidamente um emprego junto a ela.
Nessa &eacute;poca, Mohammad, ou Maom&eacute;, tinha apenas 25 anos e se deu bem no emprego. Em pouco tempo, Cadija chegou &agrave; conclus&atilde;o de que o jovem e inteligente rapaz era ideal para ser seu novo marido. Foi a&iacute; que ela prop&ocirc;s o casamento a Maom&eacute;.
Embora a diferen&ccedil;a de idades entre um e outro fosse de 15 anos, Maom&eacute; teve 6 filhos com Cadija, por&eacute;m, apenas a menina, de nome F&aacute;tima, viveu at&eacute; a idade adulta.
Maom&eacute; continuou com seu cargo junto &agrave;s caravanas. Ambos viviam relativamente felizes at&eacute; que suas vidas foram completamente transformadas pelas revela&ccedil;&otilde;es recebidas por ele <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121555-o-que-e-o-ramadan-o-mes-sagrado-para-os-mulcumanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">relacionadas ao Alcor&atilde;o</a>.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/13/13115106706202.jpg" alt="(Fonte: Wikipedia/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Wikipedia/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Cadija morreu em 650 d.C. Nesse mesmo ano, Maom&eacute; tamb&eacute;m perdeu seu tio, por isso sempre se referia ao per&iacute;odo como o &ldquo;Ano da Tristeza&rdquo;. O profeta mais tarde chegou a dizer que:
&ldquo;Ela acreditou em mim quando ningu&eacute;m mais acreditou; ela aceitou o Isl&atilde; quando as pessoas me rejeitaram; e ela me ajudou e consolou quando n&atilde;o havia mais ningu&eacute;m para me dar uma 'm&atilde;ozinha'.&rdquo;
Mesmo que Cadija tenha vivido apenas os primeiros momentos do <a href="https://www.megacurioso.com.br/religiao/103142-alcorao-descubra-21-fatos-sobre-o-livro-sagrado-dos-muculmanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nascimento do mundo mu&ccedil;ulmano</a>, ela &eacute; considerada uma figura fundamental e central da hist&oacute;ria do Isl&atilde;, servindo de inspira&ccedil;&atilde;o para as mulheres que seguem a religi&atilde;o.

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Cadija: quem foi a rica comerciante e 1ª mulher de Maomé?

Imagem de Heróstrato destruiu uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo no megacurioso

E o motivo foi extremamente estúpido, ainda que tenha dado certo, pelo bem ou pelo mal...

<head></head><body>Ainda que não seja um consenso histórico, acredita-se que as primeiras listas elegendo as <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121653-quem-escolheu-as-7-maravilhas-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">7 Maravilhas do Mundo</a> Antigo foram criadas pelo historiador Heródoto e o estudioso Calímaco de Cirene, no Museu de Alexandria, no Egito. No entanto, também existem versões mais conhecidas, como as do poeta Antípatro de Sidon, do século II a.C., e do matemático Filão de Bizâncio.Eles teriam escolhido o número sete devido ao significado grego espiritual, representando a perfeição, e a soma dos cinco planetas conhecidos na época, incluindo o Sol e a Lua. Apesar de a infinidade de estruturas espalhadas pelo mundo naquele tempo, só algumas dessas entraram na lista porque foram curadas com base nos locais para os quais cada um deles havia viajado, além da opinião pessoal.Entre a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121825-por-que-a-esfinge-de-gize-foi-construida.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Pirâmide de Gizé</a>, o Mausoléu de Halicarnasso, a Estátua de Zeus, o Colosso de Rodes, o Farol de Alexandria, e os Jardins Suspensos da Babilônia, estava também o Templo de Ártemis e sua saga histórica.<h2>Um local imponente</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/11/11194904198580.jpg" alt="(Fonte: Flickr/Reprodução)">(Fonte: Flickr/Reprodução)Quando foi construído pela primeira vez, durante a Idade do Bronze, na segunda metade do século VIII a.C., na antiga cidade de Éfeso (atual Selcuk, na Turquia), o Templo de Ártemis foi dedicado à Ártemis, deusa grega da caça. Naquele tempo, ele não era tão impressionante, apenas um simples centro de adoração, que acabou soterrado após uma inundação, em meados do século VII a.C.Demorou 125 anos para que o arquiteto cretense Quersifrão e seu filho Metágenes decidissem reconstruir o templo, em meados de 550 a.C., com o objetivo de torná-lo &nbsp;o maior templo grego da História. O projeto levou 10 anos para ser concluído, feito todo em mármore, com 127 colunas de 20 metros de altura cada uma, com relevos esculpidos pelo famoso artista Scopas, com uma área de 125 metros de comprimento por 46 de largura.Reis, camponeses e mercadores peregrinaram até o Templo de Ártemis para prestar homenagens à deusa.<h2>O sonho de Heróstrato</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/11/11195505812582.jpg" alt="(Fonte: Timetoast/Reprodução)">(Fonte: Timetoast/Reprodução)Em 21 de julho de 356 a.C., um camponês chamado Heróstrato caminhou para dentro do Templo de Ártemis com uma tocha e incendiou uma das vigas de madeira de sustentação. A intensidade das chamas causou o colapso da fachada do templo e o abalo de várias colunas, que cederam pelo calor, soterrando a estrutura sobre si mesma.Ao ser capturado, Heróstrato admitiu que ateou fogo porque estava desesperado para "cimentar seu nome na História", o que só conseguiria por meio de um ato criminoso grandioso como aquele. Após ser torturado, o homem foi condenado à morte e, para impedir que seu ato inspirasse outras pessoas, as autoridades gregas implementaram a chamada “condenação da memória”, uma lei impedindo que fosse proibido falar ou escrever o nome de uma pessoa condenada, assim ela estaria fada ao esquecimento.As autoridades não tiveram muito sucesso, a não ser na época, visto que até o termo "fama herostrática", para se referir ao desespero de alguém por ficar famoso, foi cunhado através dos séculos em referência ao crime do homem.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/11/11195559703584.jpg" alt="(Fonte: History Today/Reprodução)">(Fonte: History Today/Reprodução)Enquanto um marco da antiguidade sucumbia em chamas e escombros, naquele mesmo dia nascia o que seria um grande nome, Alexandre, o Grande. Foi ele que se dispôs a financiar a reconstrução do templo, em 323 a.C., com os recursos do próprio bolso. Porém, os efésios insistiram em arcar com o projeto, dando origem a uma nova versão do templo, nomeada como uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo.A construção era maior que a segunda, com 137 metros de comprimento, 69 metros de largura, 18 metros de altura e mais de 127 colunas. Essa versão do Templo de Ártemis sobreviveu por mais de 600 anos, até que fosse destruída em definitivo durante a invasão dos godos, em 269, uma tribo germânica oriental.Tudo o que restou foram ruínas e a própria história, como se o templo estivesse fadado a permanecer no chão.</body>

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Heróstrato destruiu uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo

Imagem de Henry Johnson, o solitário soldado batizado de "Morte Negra" no megacurioso

Durante a Primeira Guerra Mundial, Johnson foi responsável por enfrentar dezenas de alemães por conta própria

Nascido em Albany, Nova York, William Henry Johnson jamais poderia imaginar a enrascada que entraria em 1918. Perto da meia-noite do dia 15 de maio daquele ano, o jovem norte-americano estava cumprindo sua fun&ccedil;&atilde;o de cobrir uma ponte na Floresta Argonne em Champagne, na Fran&ccedil;a, durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117623-conheca-a-historia-da-primeira-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Primeira Guerra Mundial</a>.
Ao seu lado estava Needham Roberts, um colega soldado que havia se alistado com ele para a Guarda Nacional de Nova York alguns meses antes e que naquele dia havia sido selecionado para ajudar o <a href="https://www.megacurioso.com.br/proxima-parada/43265-proxima-parada-franca-conheca-melhor-o-pais-da-torre-eiffel.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ex&eacute;rcito franc&ecirc;s</a> no conflito armado. Durante a madrugada, Johnson passou a ouvir m&uacute;ltiplos ru&iacute;dos por perto e foi a&iacute; que a noite tomou outro rumo.
<h2>Surpresa na calada da noite</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/12/12180510604508.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Conforme os barulhos foram se intensificando naquela noite, Johnson pediu para que Roberts fosse checar o que estava acontecendo. O parceiro, extremamente cansado, acreditou que o soldado estava apenas preocupado demais e n&atilde;o cumpriu sua fun&ccedil;&atilde;o.&nbsp;
Com medo de um poss&iacute;vel ataque surpresa, Johnson ent&atilde;o passou a se preparar. Ele decidiu empilhar uma grande variedade de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119223-fragging-o-ato-de-matar-os-proprios-companheiros-de-guerra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">granadas</a> e colocar v&aacute;rios cartuchos de fuzil ao alcance de seu bra&ccedil;o. Caso algu&eacute;m realmente estivesse pronto para surpreend&ecirc;-los, ele estaria preparado.
Em determinado momento, ele acabou ouvindo um barulho de corte: era a cerca do per&iacute;metro sendo cortada por tropas inimigas. Ent&atilde;o, acordou Roberts mais uma vez e fez um ultimato: "se voc&ecirc; n&atilde;o acordar agora, talvez nunca mais abra os olhos". Foi a&iacute; que os dois come&ccedil;aram a lan&ccedil;ar granadas na escurid&atilde;o em uma tentativa desesperada de desencorajar qualquer um que estivesse &agrave; espreita.
<h2>Troca de tiros e luta hist&oacute;rica</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/12/12180608573509.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Assim que as granadas come&ccedil;aram a explodir, Johnson viu dezenas de soldados alem&atilde;es avan&ccedil;arem pela mata da floresta francesa e com baionetas apontadas para eles. Tiros passaram a vir de todas as partes e a dupla de soldados precisou fazer de tudo para sobreviver.
Nas pr&oacute;ximas horas, o inexplic&aacute;vel tomou conta daquele cen&aacute;rio. No meio do conflito, Roberts foi atingido por estilha&ccedil;os de uma granada e teve os bra&ccedil;os e o quadril desabilitados. Ainda consciente, ele decidiu dar mais algumas granadas para seu parceiro arremessar.
Tendo se tornado um ex&eacute;rcito de um homem s&oacute;, Johnson passou a atirar para todos os cantos. Durante a troca de cartuchos, come&ccedil;ou a ser cercado pelos alem&atilde;es e tomou uma decis&atilde;o dr&aacute;stica: sair correndo com o rifle na m&atilde;o como se fosse um porrete, esmagando-o sobre as cabe&ccedil;as dos advers&aacute;rios.
Depois disso, precisou sacar uma faca de bolo do bolso e partiu para o ataque enquanto estava sendo baleado. Ao todo, ele precisou lutar por uma hora e, inclusive, resgatar Roberts das m&atilde;os do inimigo at&eacute; que os refor&ccedil;os chegassem e o restante dos alem&atilde;es fugissem.
<h2>O desfecho</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/12/12181049885520.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Quando os oficiais militares visitaram o local da batalha, ficaram perplexos com o que viram. Capacetes alem&atilde;es estavam espalhados pelo ch&atilde;o junto de v&aacute;rias po&ccedil;as de sangue. Estima-se que Johnson tenha matado quatro soldados e ferido mais 24 pessoas durante a batalha.
O soldado norte-americano foi apelidado de "Morte Negra" e a ponte foi reconhecida como &ldquo;a Batalha de Henry Johnson&rdquo;. Ap&oacute;s a guerra, ambos Johnson e Roberts ganharam m&uacute;ltiplas condecora&ccedil;&otilde;es pelos acontecimentos daquela noite, inclusive com homenagens feitas pelo ex-presidente Theodore Roosevelt.
Naquela &eacute;poca, Roosevelt declarou que Johnson era um dos americanos mais corajosos a pegar em armas na guerra e multid&otilde;es foram receb&ecirc;-lo ansiosamente em Nova York na esperan&ccedil;a de cumpriment&aacute;-lo. O soldado acabou morrendo de miocardite &mdash; uma inflama&ccedil;&atilde;o no m&uacute;sculo card&iacute;aco &mdash; em 1929, mas definitivamente entrou para a hist&oacute;ria.

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Henry Johnson, o solitário soldado batizado de 'Morte Negra'

Imagem de Eclipse lunar de 1504 salvou a vida de Cristóvão Colombo no megacurioso

Em sua quarta viagem de expedição marítima, o navegador teve que apelar para uma mentira muito engenhosa para tentar sobreviver nas mãos de povos nativos

Quando <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121534-o-que-teria-acontecido-se-colombo-nao-tivesse-descoberto-a-america.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Crist&oacute;v&atilde;o Colombo</a> partiu da Espanha, em 3 de agosto de 1492, na sua primeira viagem de expedi&ccedil;&atilde;o mar&iacute;tima, ele mal fazia ideia dos problemas que enfrentaria ao longo do caminho. Durante sua primeira parada, em 12 de outubro, ele encontrou terra desembarcando em San Salvador, uma ilha nas Bahamas a nordeste de Cuba.
Em sua segunda viagem, Colombo teve que lidar com um furac&atilde;o que quase matou todos a bordo e destruiu suas embarca&ccedil;&otilde;es, al&eacute;m de contamina&ccedil;&atilde;o por <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119000-os-estudos-antieticos-de-malaria-da-penitenciaria-stateville.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mal&aacute;ria&nbsp;</a>e persegui&ccedil;&atilde;o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120602-3-paises-onde-tribos-ainda-praticam-o-canibalismo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">canibal</a>. J&aacute; na terceira, de 1498 a 1500, ele enfrentou rebeli&atilde;o e foi preso. Mas na quarta e &uacute;ltima viagem, quando sup&ocirc;s que j&aacute; havia se deparado com tudo, o momento em que sua vida mais ficou por um fio, chegou.
Em 11 de maio de 1502, Colombo e sua comitiva de quatro navios partiram de C&aacute;diz, na Espanha, e, no meio da viagem, perderam duas embarca&ccedil;&otilde;es devido a uma grande tempestade na costa de Cuba.
<h2>Brincando com a sorte</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="Look and Learn/Elgar Collection/Reprodu&ccedil;&atilde;o" data-fonte-url="https://www.lookandlearn.com/history-images/XD151523/The-landing-of-Christopher-Columbus-in-Jamaica-1494"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/11/11194515351575.jpg" alt="(Fonte: Look and Learn/Elgar Collection/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Look and Learn/Elgar Collection/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Com muito custo, em junho de 1503, Colombo entrou no que hoje &eacute; a Ba&iacute;a de St. Ann, na Jamaica, e foi recebido pelos povos nativos Arawak, que o acolheram ap&oacute;s o naufr&aacute;gio e forneceram comida e abrigo.
A princ&iacute;pio, os nativos foram nada menos do que hospitaleiros e entusiasmados com a presen&ccedil;a dos estrangeiros, por&eacute;m, quando os dias se transformaram em semanas e as semanas em 6 meses, as tens&otilde;es entre ambos os povos chegaram a ponto de ruptura.
Assim que os Arawaks se cansaram de aliment&aacute;-los com seus suprimentos em troca de bugigangas, como sinos e pequenos apitos, o resultado foi que metade da tripula&ccedil;&atilde;o de Colombo se amotinou contra os nativos, roubando o que puderam e assassinando quem viram pela frente.
Ap&oacute;s isso, Colombo e sua tripula&ccedil;&atilde;o foram acuados pelo levante de nativos, ficando sem abrigo e, principalmente, o que comer. Diante da iminente morte, tanto pela fome quanto pelas lan&ccedil;as dos Arawaks, Colombo teve uma ideia ousada, por&eacute;m perfeita para tentar fazer as pazes com os nativos.
<h2>A "ira" de um deus</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="World History Archive/Alamy" data-fonte-url="https://www.alamyimages.fr/gravure-representant-des-indiens-autochtones-regarder-une-eclipse-lunaire-qui-avait-ete-predit-par-christophe-colomb-christophe-colomb-un-italien-explorer-navigator-et-colonisateur-ne-dans-la-republique-de-genes-sous-l-egide-des-rois-catholiques-d-espagne-il-a-effectue-quatre-voyages-a-travers-l-ocean-atlantique-en-date-du-17e-siecle-image186347832.html"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/11/11194257257574.jpg" alt="(Fonte: World History Archive/Alamy)" />(Fonte: World History Archive/Alamy)
Ele encontrou um almanaque astron&ocirc;mico criado pelo influente matem&aacute;tico Johannes Muller von Konigsberg, conhecido pelo pseud&ocirc;nimo Regiomontanus, falecido em 1476. O livro era uma compila&ccedil;&atilde;o de tabelas astron&ocirc;micas que cobriam os anos de 1475 a 1506, com informa&ccedil;&otilde;es detalhes sobre o Sol, a Lua, os planetas, as estrelas e constela&ccedil;&otilde;es mais importantes para navega&ccedil;&atilde;o. Basicamente, era um guia fundamental para qualquer marinheiro, e todos tinham um, inclusive Colombo.
Foi a partir do almanaque que ele descobriu que, em 29 de fevereiro de 1504, na quinta-feira daquela semana, haveria um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121877-eclipse-lunar-total-podera-ser-visto-de-todo-o-brasil-neste-domingo-15.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">eclipse lunar</a> total. Munido dessa informa&ccedil;&atilde;o, tr&ecirc;s dias antes de a lua sumir do c&eacute;u, Colombo se reuniu com o chefe Arawak e o informou que seu deus crist&atilde;o estava muito zangado com o que seu povo estava fazendo com eles. E como resposta ao seu descontentamento, ele destruiria a lua cheia nascente, deixando-a vermelha de pura ira, um press&aacute;gio de tudo o que os nativos receberiam.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/11/11194644976577.jpg" alt="(Fonte: British Library/Fine Art America/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: British Library/Fine Art America/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Tr&ecirc;s dias depois, quando aconteceu exatamente o que Colombo disse, os Arawaks entraram em desespero, correndo at&eacute; o navio do homem para implorar que ele intercedesse.
Dissimulado, Colombo teria se ajoelhado para entrar em contato com seu deus por ora&ccedil;&atilde;o, a fim de apaziguar sua ira, enquanto os Arawaks aguardaram ansiosos ao seu lado. O navegador usou sua ampulheta para cronometrar o tempo do eclipse, emergindo com os nativos apenas com o fen&ocirc;meno havia acabado para poder falar que seu deus havia se acalmado.
Desse momento em diante, os nativos trataram Colombo e seus homens como reis, enchendo seus pratos com comida e dando toda mordomia sem esperar nada em troca. E assim foi at&eacute; que uma caravela de resgate chegasse para lev&aacute;-los de volta &agrave; Espanha.

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Eclipse lunar de 1504 salvou a vida de Cristóvão Colombo

Imagem de Há centenas de restos mortais de escravos no fundo do Atlântico no megacurioso

Um grupo de estudiosos da Universidade Duke luta para que um memorial seja erguido para evitar que projetos de mineração em alto-mar destruam artefatos históricos e restos mortais

Do s&eacute;culo XVI ao XIX, os traficantes de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120203-e-se-a-escravidao-nao-tivesse-existido.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">escravos&nbsp;</a>transportaram cerca de 12 milh&otilde;es a 12,8 milh&otilde;es de africanos atrav&eacute;s do oceano Atl&acirc;ntico ao longo de 400 anos, segundo o Trans-Atlantic Slave Trade Database, em um esquema que ficou conhecido como Com&eacute;rcio Tri&acirc;ngulo, conectando Europa, &Aacute;frica e as Am&eacute;ricas.
Os historiadores estimam que entre 15% e 25% dos africanos escravizados com destino &agrave;s Am&eacute;ricas, morriam a bordo dos navios negreiros devido &agrave;s condi&ccedil;&otilde;es deplor&aacute;veis. Al&eacute;m disso, a pedido do capit&atilde;o, alguns eram lan&ccedil;ados vivos ao mar se estivessem doentes, temendo surtos que pudessem acabar com a frota.
Pelo menos 1,8 milh&atilde;o de pessoas foram lan&ccedil;adas ao mar, e seus restos mortais repousam em algum lugar obscuro do Atl&acirc;ntico.
<h2>Cemit&eacute;rio sob as &aacute;guas</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/11/11200713018591.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)" />(Fonte: Shutterstock)
Em 2012, durante a constru&ccedil;&atilde;o de um novo aeroporto, arque&oacute;logos brit&acirc;nicos desenterraram um cemit&eacute;rio de escravos com cerca de 5 mil restos mortais em Santa Helena, uma remota ilha do Atl&acirc;ntico Sul, a 1.600 quil&ocirc;metros da costa sudoeste da &Aacute;frica. Eles faziam parte dos navios de traficantes interceptados pela Marinha Real, em 1800, quando a Gr&atilde;-Bretanha estava suprimindo a escravid&atilde;o no Caribe.
Os Arquivos Nacionais da Gr&atilde;-Bretanha sinalizam que, entre 1808 e 1869, a Marinha Real apreendeu mais de 1.600 navios negreiros, libertando, em m&eacute;dia, 150 mil africanos. Eles eram frutos do com&eacute;rcio da Passagem do Meio, nome atribu&iacute;do &agrave;s rotas mar&iacute;timas que configuravam a segunda etapa de uma viagem triangular realizada pelos navios europeus.
Exatamente devido a esse tipo de empreendimento, ano passado&nbsp;foi iniciada&nbsp;uma corrida para criar um memorial no fundo do mar para as v&iacute;timas do com&eacute;rcio de pessoas escravizadas por estudiosos que defendem que uma pequena por&ccedil;&atilde;o do Atl&acirc;ntico seja reconhecida, antes que obras de minera&ccedil;&atilde;o comecem nas &aacute;guas da Bacia do Atl&acirc;ntico.
<span class="img-fc" data-fonte="Corbis Historical/Getty Images" data-fonte-url="https://www.gettyimages.co.uk/detail/news-photo/three-slaves-throw-african-slaves-overboard-into-the-ocean-news-photo/615292968?adppopup=true"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/11/11200824877592.jpg" alt="(Fonte: Corbis Historical/Getty Images)" />(Fonte: Corbis Historical/Getty Images)
Para Cindy Van Dover, professor de Oceanografia Biol&oacute;gica na Nicholas School, em entrevista ao Journal of Marine Policy, uma fita memorial em mapas seria o suficiente para que as empresas tenham conhecimento da import&acirc;ncia hist&oacute;rica da &aacute;rea, considerando a possibilidade de que centenas de restos mortais e artefatos culturalmente significativos possam estar enterrados l&aacute;.
&ldquo;N&atilde;o estamos sugerindo de forma alguma uma proibi&ccedil;&atilde;o ou restri&ccedil;&atilde;o &agrave; minera&ccedil;&atilde;o, s&oacute; queremos ajudar a garantir que as atividades no fundo do mar sejam sens&iacute;veis &agrave; heran&ccedil;a cultural da Passagem do Meio&rdquo;, disse Van Dover.
Aconteceram cerca de mil naufr&aacute;gios no tempo em que a Passagem do Meio proporcionou o tr&aacute;fego negreiro, portanto, os estudiosos t&ecirc;m tudo para acreditar que as obras de minera&ccedil;&atilde;o possam encontrar restos mortais e artefatos daquela &eacute;poca.
&ldquo;Esperamos que esta pesquisa encoraje a conversa sobre o significado cultural do fundo do Atl&acirc;ntico, e que esses valores culturais sejam considerados com as preocupa&ccedil;&otilde;es ambientais e os interesses econ&ocirc;micos associados &agrave; minera&ccedil;&atilde;o em alto mar&rdquo;, ressaltou Phillip Turner, da Seascape Consultants Ltd., doutor em Ci&ecirc;ncia Marinha e Conserva&ccedil;&atilde;o da Universidade Duke.
Como previsto na Conven&ccedil;&atilde;o das Na&ccedil;&otilde;es Unidas sobre o Direito do Mar, todas as na&ccedil;&otilde;es que integram a Autoridade Internacional do Fundo Marinho, respons&aacute;vel por conceder licen&ccedil;as para minera&ccedil;&atilde;o marinha, t&ecirc;m o dever de proteger esse tesouro hist&oacute;rico.

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Há centenas de restos mortais de pessoas escravizadas no fundo do Atlântico

Imagem de Músicas foram gravadas em radiografias durante a censura soviética no megacurioso

Com pouca qualidade e muito chiado, a indústria de 'bone music' surgiu nos anos 1950 com a necessidade do exercício da liberdade de expressão

Durante per&iacute;odos de repress&atilde;o severa, aqueles que ainda desejavam exercer sua liberdade de express&atilde;o precisaram tomar medidas dr&aacute;sticas. Come&ccedil;ando em 1550, por exemplo, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120304-contrabando-de-biblias-a-antiga-pratica-crista.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">contrabando da B&iacute;blia Sagrada</a> em pa&iacute;ses sob regimes ditatoriais, atingiu seu &aacute;pice na d&eacute;cada de 1960 durante a Miss&atilde;o do Leste Europeu. Ao longo do regime nazista de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117281-germania-o-plano-de-hitler-de-destruir-a-arquitetura-de-berlim.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Adolf Hitler</a>, a resist&ecirc;ncia chegou a contrabandear livros enterrados em bolos para n&atilde;o serem pegos.
Na Uni&atilde;o Sovi&eacute;tica da d&eacute;cada de 1950, uma das &eacute;pocas de maior tens&atilde;o, isso n&atilde;o foi muito diferente, visto que a censura estatal estava em pleno vigor, e seu alvo foi a m&uacute;sica ocidental, que mudou o mundo naqueles anos com o nascimento do rock em todas as suas formas e estilos.
Mas os sovi&eacute;ticos n&atilde;o queriam que aquele tipo de influ&ecirc;ncia repleta de um sentimento de rebeldia e individualismo contaminasse os ideais pregados por eles, acarretando futuros problemas para o governo. Contudo, os amantes da m&uacute;sica arranjaram uma maneira de burlar as autoridades.
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121506-4-casos-de-censura-politica-ao-redor-do-mundo.htm" target="_blank">4 casos de censura pol&iacute;tica ao redor do mundo</a>
<h2>Radiografias da Hist&oacute;ria</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/03/03201905467636.jpg" alt="(Fonte: The Verge/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Verge/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Foi Stephen Coates, vocalista da banda brit&acirc;nica The Real Tuesday Weld, que descobriu a hist&oacute;ria durante uma parada tur&iacute;stica em S&atilde;o Petersburgo, capital russa, quando um item chamou sua aten&ccedil;&atilde;o em um brech&oacute; de rua. &ldquo;Eu pensei: &lsquo;Isso &eacute; um disco ou um raio-X?&rsquo;. Peguei e parecia ser os dois&rdquo;, revelou ele em entrevista &agrave; NPR.
O m&uacute;sico revelou que o dono do local desdenhou e pediu para que ele comprasse outra coisa, mas Coates insistiu e adquiriu o disco de vinil estranho. Obcecado, ele foi fundo para descobrir do que aquilo se tratava e chegou no mercado de contrabando de discos LPs gravados em radiografias, usadas durante a censura da Uni&atilde;o Sovi&eacute;tica de 1950.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/03/03202020764637.jpg" alt="Stephen Coates. (Fonte: Paul Heartfield/Wikimedia Commons)" />Stephen Coates. (Fonte: Paul Heartfield/Wikimedia Commons)
Tudo teria come&ccedil;ado com os stilaygi, algo como "ca&ccedil;adores de estilos", que reviraram lixeiras hospitalares em busca de radiografias descartadas para compor as finas folhas de um disco vinil. Com um cortador de disco de cera, eles duplicavam a grava&ccedil;&atilde;o na radiografia, usavam um torno de corte de disco para transferir a m&iacute;dia para a ranhura em espiral, cortavam o disco &agrave; m&atilde;o, depois queimavam o buraco no centro com um cigarro.
O resultado foram grava&ccedil;&otilde;es sobre imagens em raio-X de bra&ccedil;os, cr&acirc;nios, costelas, pulm&otilde;es e outros &oacute;rg&atilde;os, dando &agrave; pr&aacute;tica o apelido de "registros de ossos" ou "m&uacute;sica de ossos" (do ingl&ecirc;s bone music).
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119860-7-tecnologias-e-midias-audiovisuais-que-fracassaram-totalmente.htm" target="_blank">7 tecnologias e m&iacute;dias audiovisuais que fracassaram totalmente</a>
<h2>Para al&eacute;m da qualidade</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/03/03202118826638.jpg" alt="(Fonte: Matthew Barnes/Andrew Ellis/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Matthew Barnes/Andrew Ellis/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&ldquo;Os discos at&eacute; t&ecirc;m algo gravado neles, mas o som &eacute; muito fraco porque a m&iacute;dia &eacute; rasa. Ele toca a 78 RPM, e &eacute; apenas unilateral&rdquo;, revelou ao rep&oacute;rter Michael Martin da&nbsp;NPR. Mas Coates disse que a qualidade n&atilde;o &eacute; t&atilde;o ruim, considerando como os vinis foram feitos, ainda que alguns sejam praticamente inaud&iacute;veis.
Inseridos em um contexto quase igual ao enredo escrito por Ben Belton para o musical We Will Rock You, com m&uacute;sicas da banda Queen, o que motivava esses jovens era a adrenalina de ouvir algo proibido, nem que fosse apenas um fio da melodia, portanto, a qualidade era o que menos importava.
"A &uacute;ltima vez que estive em Moscou, entrevistei um homem que costumava comprar esses discos durante a proibi&ccedil;&atilde;o sovi&eacute;tica", disse Coates ao The Guardian. "Ele colocou um no toca-discos e s&oacute; era poss&iacute;vel ouvir est&aacute;tica com uma m&uacute;sica bem baixa. Mesmo assim, o homem estava radiante, porque isso o levava de volta &agrave; primeira vez que ouviu a grava&ccedil;&atilde;o".
Em seu livro&nbsp;X-Ray Audio: The Strange Story of Soviet Music on the Bone, publicado em 2015, Coates ressaltou que era essa emo&ccedil;&atilde;o, al&eacute;m de qualquer qualidade, que fez os jovens e amantes da m&uacute;sica naquela &eacute;poca enxergarem um mundo diferente, onde havia liberdade.
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119731-como-funciona-um-disco-de-vinil.htm" target="_blank">Como funciona um disco de vinil?</a>

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Músicas foram gravadas em radiografias durante a censura soviética

Imagem de 5 tentativas fracassadas de viagem no tempo no megacurioso

Muitas pessoas já disseram ter inventado máquinas para viajar no tempo — mas nunca provaram que elas funcionavam

<head></head><body>Máquinas do tempo são uma das engenhocas mais interessantes da ficção. Pelo menos desde a saga do filme <a href="https://www.megacurioso.com.br/cinema/71813-30-curiosidades-nos-30-anos-do-filme-de-volta-para-o-futuro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">De volta para o futuro</a>, de 1985,&nbsp;nós sonhamos com aparelhos que possam nos levar ao passado para consertar erros, ou então que nos ajudem a dar uma espiada no futuro.O fato de estes objetos serem fruto da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120318-9-previsoes-de-filmes-de-ficcao-cientifica-que-estavam-erradas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ficção científica</a> não significa que os homens já não tentaram construir as suas próprias máquinas do tempo. Neste texto, contamos a história de cinco sujeitos e suas mirabolantes máquinas que, obviamente, não funcionaram.<h2>1. Chronovisor</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/09/09143639741335.jpg" alt="(Fonte: Domínio Público)">(Fonte: Domínio Público)Um monge beneditino italiano chamado Pellegrino Ernetti construiu, na década de 1960, uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/106838-esta-seria-a-maquina-de-um-viajante-do-tempo-que-diz-ter-ido-ao-seculo-45.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">máquina</a> que coletava energia elétrica residual que serviria para observar eventos do passado. Ela teria um design cilíndrico com um tubo visualizador e um projetor que receberia sinais de sons e luz em todos os comprimentos de onda.A promessa feita pelo monge é que esta máquina faria a pessoa que entrasse nela voltar tanto no tempo que poderia assistir à crucificação de Jesus Cristo. Mais adiante, Ernetti revelou que a máquina nunca existiu. Ainda assim, houve quem acreditou que a informação dada pelo monge era um "disfarce" e que o <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/107405-11-curiosidades-sobre-o-vaticano-o-menor-pais-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Vaticano</a> encobriu a engenhoca.<h2>2. Os crononautas de Barack Obama</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/09/09180701095517.jpg" alt="(Fonte: Universe Today)">(Fonte: Universe Today)Uma lenda urbana corre entre os americanos há alguns anos. Ela conta que dois homens, Andrew D. Basiago e William Stillings, dizem ter participado de um chamado Projeto Pegasus, que desenvolvia um plano para enviar viajantes do tempo (chamados de crononautas) para <a href="http://b" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Marte</a>.A melhor parte dessa lenda é que os dois sujeitos disseram que participaram de um grupo de treinamento para viagem a Marte com 10 pessoas na California College durante os anos 1980. No meio desse grupo havia um moço de 19 anos chamado Barry Soetero, que mais adiante assumiria o nome de <a href="https://www.megacurioso.com.br/politica/101143-15-vezes-em-que-o-presidente-obama-foi-gente-como-a-gente.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Barack Obama</a>. O presidente, claro, nunca confirmou o rumor.<h2>3. A máquina do tempo iraniana</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/12/12155319893370.jpg" alt="(Fonte: Caren Firouz/REUTERS)">(Fonte: Caren Firouz/REUTERS)Um homem chamado Ali Razeghi, então com 27 anos, anunciou em 2013 ter inventado uma máquina do tempo capaz de prever o futuro que entraria em funcionamento de 5 a 8 anos. Segundo o inventor, a máquina já estaria registrada no governo iraniano.No entanto, o Ministro da Ciência, Pesquisa e Tecnologia do Irã logo declarou que não havia qualquer registro de algo desse tipo. Mesmo assim, Razeqi disse que a invenção estava sob sigilo para que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118396-6-coisas-sobre-a-china-que-voce-talvez-nao-saiba.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">China</a> não roubasse a tecnologia.<h2>4. O viajante do tempo esloveno</h2><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/1260vejJyfQ" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Um sujeito esloveno chamado simplesmente de "David" declarou ao canal ApexTV (dedicado a viagens do tempo e a assuntos paranormais) que já viajou ao futuro mais de 20 vezes, graças à máquina, semelhante a um disco rígido de um computador, que ele inventou.David ainda disse que um francês chamado Jack Lion Cousteau (que seria um bandido do tempo) haveria o ajudado na criação desta tecnologia. Ele já teria ido ao futuro e visto prédios de 500 andares, carros voadores e alienígenas. Para quem quiser conferir com seus próprios olhos e ouvidos, disponibilizamos o vídeo acima.<h2>5. John Titor, o TimeTravel_0&nbsp;</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/09/09185223462567.jpg" alt="(Fonte: Derby Telegraph)">(Fonte: Derby Telegraph)No já longínquo ano 2000, um blogueiro que usava a alcunha de TimeTravel_0 começou a postar informações sobre os materiais que precisava para construir uma máquina do tempo. Ele dizia que era um soldado americano vindo do ano 2036 e que se chamava John Titor.Sua missão no presente era adquirir um computador IBM 5100, criado em 1975, para impedir que um bug destruísse a humanidade (a relação com o filme <a href="https://www.megacurioso.com.br/cinema/49206-9-fatos-que-voce-nao-sabia-sobre-o-exterminador-do-futuro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">O exterminador do futuro</a> é mera coincidência). Ele "desceu" justamente no ano 2000 para angariar recordações de sua família.Titor acabou se tornando uma espécie de lenda da internet, mesmo sem nunca fornecer nenhuma prova para suas previsões. Ele parou de postar em 2001, mas a sua história segue viva e lembrada por muitos nerds.</body>

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5 tentativas fracassadas de viagem no tempo

Imagem de Por que a roupa ensanguentada de Jackie Kennedy nunca mais foi vista? no megacurioso

Em 1963, a primeira-dama usava um icônico conjunto rosa quando JFK foi assassinado, e que se tornou a imagem do trauma e horror americano

<head></head><body>Quando a primeira-dama Jacqueline Kennedy, mais conhecida como "Jackie", concordou em acompanhar seu marido <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/119678-o-misterio-da-ligacao-recebida-antes-do-assassinato-de-kennedy.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">John F. Kennedy</a> em uma viagem a Dallas, no Texas (EUA), ela mal havia se recuperado do luto profundo da morte de seu filho prematuro Patrick Bouvier Kennedy, que nasceu em 9 de agosto daquele 1963, e sucumbiu à síndrome do desconforto respiratório (então chamada doença da membrana hialina).No entanto, ainda que em dor e tentando manter distância das questões políticas que norteavam a família, Jackie entendeu que o outono daquele ano era um período importante para <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/115031-a-familia-kennedy-e-sua-maldicao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Kennedy</a>, que se preparava com seus conselheiros políticos para a próxima campanha presidencial.Com aquela viagem, Kennedy tinha o objetivo de sondar temas, como educação, segurança nacional e paz mundial, para sua campanha de reeleição em 1964, apesar de ainda não ter anunciado oficialmente sua recandidatura.Mas não houve tempo, de qualquer forma.<h2>Tecido ensanguentado</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/11/11195752266585.jpg" alt="(Fonte: Town and Country Magazine/Reprodução)">(Fonte: Town and Country Magazine/Reprodução)Naquela época e até então, não houve uma primeira-dama considerada mais icônica e visualmente revolucionária do que Jackie Kennedy. Ela foi a responsável por determinar como era a elegância contemporânea americana, parecendo sempre discreta, mas nunca chata, sabendo inventar e reinventar a moda do primeiro acessório no topo de sua cabeça até seus pés.Seu estilo lançou marcas de roupas, impulsionou carreiras de estilistas, transbordou da alta sociedade para o&nbsp;mainstream, e estabeleceu como a realeza americana soaria se existisse. Não é para menos que grifes a batizaram com suas peças, como fez a Gucci com a bolsa de mão de 1961, hoje intitulada "Jackie", vista em companhia da primeira-dama dos EUA em centenas de fotos pela mídia.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Limited Times&nbsp;" data-fonte-url="https://newsrnd.com/life/2021-07-15-jfk-assassination--the-little-known-story-behind-jackie-kennedy-s-pink-suit.H12RCE6Tu.html"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/11/11195909970586.jpg" alt="(Fonte: The Limited Times/Reprodução)">(Fonte: The Limited Times/Reprodução)Portanto, naquele fatídico 22 de novembro de 1963, ela decidiu eternizar ainda mais sua aparição ao vestir uma réplica de um conjunto rosa da Chanel desenhado exclusivamente para ela, feito em tecido boucle, com lapela azul-marinho e botões dourados. Jackie também combinou a saia com um chapéu rosa, luvas brancas e um colar de pérolas.Às 12h30, ao lado de Kennedy na limusine Lincoln Continental, Jackie fazia a carreata presidencial pelo Dealey Plaza, a caminho de um discurso, quando seu marido foi tragicamente baleado. O primeiro tiro o atingiu nas costas e saiu pela garganta, e o outro rasgou a cabeça dele, espirrando sangue no tecido rosa da roupa de Jackie.<h2>Cem anos</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/11/11200053142587.jpg" alt="(Fonte: The Cut/Reprodução)">(Fonte: The Cut/Reprodução)A primeira-dama ficou encharcada de sangue enquanto tentava socorrer Kennedy, se mantendo agarrada à cabeça mutilada dele durante todo o caminho até o Parkland Memorial Hospital.Eles foram separados apenas enquanto os médicos tentavam salvar o então presidente. Ensanguentada, Jackie se ajoelhou no chão do hospital e chorou e rezou até que a morte de John F. Kennedy fosse oficialmente comunicada, às 13h daquele dia.Durante toda a viagem para Washington, a mulher se recusou a se limpar ou a tirar a roupa cheia de sangue. Sua resposta aos seus assessores teria sido: “Deixe que eles vejam o que fizeram”. O ato de Jackie criou uma mensagem e imagem poderosa e devastadora para o mundo, refletindo seu trauma pessoal.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/11/11200531658589.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodução)">(Fonte: Pinterest/Reprodução)Jackie só removeu a roupa suja de sangue quando o corpo de Kennedy terminou de ser preparado e colocado em um caixão na Sala Leste da Casa Branca. Chocada com o estado das roupas, a empregada de Jackie colocou tudo em uma sacola que, meses depois, foi enviada para o Arquivo Nacional.Em 2003, Caroline Kennedy doou as roupas de sua mãe como patrimônio histórico, mas sob a cláusula de que elas não seriam exibidas publicamente até 2103, devido à memória dolorosa e de horror que destruiu a família mais influente da política moderna, mudando a história dos EUA.Tudo permanece preservado em um ambiente controlado para não sofrer com a ação do tempo.</body>

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Por que a roupa ensanguentada de Jackie Kennedy nunca mais foi vista?

Imagem de Gulag: a brutal vida de um prisioneiro no campo soviético no megacurioso

Entre 1919 e 1953, estimam-se que mais de 30 mil gulags foram criados, arrebanhando cerca de 50 milhões de pessoas, boa parte inocentes

<head></head><body>Quando a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121602-como-sovieticos-de-1960-viam-os-100-anos-da-revolucao-em-2017.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Revolução de Outubro de 1917</a> aconteceu e os bolcheviques criaram um tipo de prisioneiro, intitulado "inimigos de classe", para enquadrar os membros do Exército Branco — mas que, na verdade, servia para qualquer opositor ao governo —, foi então que surgiu a primeira noção do que um gulag&nbsp;poderia ser.No ano seguinte, Vladimir Lenin e <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119031-a-lendaria-picareta-de-trotsky-a-arma-que-matou-o-revolucionario.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Leon Trotsky</a> cultivaram a ideia de criar <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121561-campo-de-concentracao-uma-historia-muito-anterior-a-auschwitz.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">campos de concentração</a> de trabalhos forçados para onde os inimigos de classe poderiam ser enviados. O objetivo era que o local abrigasse aqueles libertados sob o Tratado de Brest-Litovsk, ficando sob a jurisdição da polícia secreta da Cheka, precursora da KGB e da NKVD.Demorou até 1919, sob o governo de horror de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120308-as-atrocidades-cometidas-por-josef-stalin.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Josef Stalin</a>, para que o Comitê Executivo Central de Toda a Rússia aprovasse um decreto para erguerem o Gladvnoye Upravleniye LAGerey (GULAG), que significa Administração do Campo Principal, uma divisão especial da polícia secreta e do Ministério do Interior soviético responsável por supervisionar o uso do trabalho físico dos prisioneiros.<h2>Ondas de morte</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/10/10193856838002.jpg" alt="(Fonte: Safety and Staffing/Reprodução)">(Fonte: Safety and Staffing/Reprodução)O termo "gulag" só surgiu oficialmente a partir de 1930 para se referir aos campos de concentração. A essa altura, civis e pessoas completamente inocentes, presas com base em acusações forjadas, etnia ou sem causa aparente já se misturavam com criminosos e reincidentes políticos.No final das contas, todo mundo poderia acabar no local por qualquer motivo ou por nenhum, e o resultado foi que, além de serem submetidos às condições inumanas de trabalho duro, sofrendo com a arbitrariedade dos guardas do campo, também foram aterrorizados pelos presos realmente criminosos.Entre 1919 e 1953, estimam-se que mais de 30 mil gulags e campos individuais foram criados por todo o território da então União Soviética, somando quase 500 administrações formais dessas prisões.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/10/10194046541003.jpg" alt="(Fonte: Gulag Online/Reprodução)">(Fonte: Gulag Online/Reprodução)Transportados em vagões especiais chamados stolypins, esses inimigos de classe foram despejados nos gulags em três grandes ondas: a primeira aconteceu entre 1929 e 1932, durante os anos da coletivização da agricultura soviética; depois de 1936 a 1938, no apogeu dos expurgos stalinistas; e nos anos seguintes após a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/112268-entenda-como-comecou-a-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>.Com base em dados compilados pela própria administração dos gulags e de historiadores soviéticos, estima-se que cerca de 40 a 50 milhões de pessoas cumpriram penas longas entre 1928 e 1953 nesses arquipélagos de acampamentos, locais de enormes projetos econômicos para o país, como o canal do Mar Branco ao Mar Báltico.Durante a década de 1930, considerado o auge dos gulags soviéticos, cada campo recebeu cerca de 10 mil prisioneiros por vez. Como consequência, as estimativas acadêmicas ocidentais apontam que as mortes no período de 1918 a 1956 variaram de 1,2 milhão a 1,7 milhão.<h2>Vivendo no inferno</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/10/10194210760004.jpg" alt="(Fonte: Radio Albion/Reprodução)">(Fonte: Radio Albion/Reprodução)Com ferramentas simples e rudimentares, sem nenhum equipamento de proteção, os soviéticos, poloneses, húngaros, franceses, americanos, tchecoslovacos e outros tipos de vítimas que desempenhavam obra escrava utilizada na produção de madeira e mineração, tiveram que enfrentar também as condições precárias de vida nos gulags.O trabalho era tão árduo que, muitas vezes, para evitá-lo, os prisioneiros se mutilavam com machados ou se queimavam de propósito para ficarem livres. No entanto, eles acabavam correndo o risco de morte devido à inutilidade de sua presença no campo.Aqueles que resistiam à tentação tinham que enfrentar um clima brutal, às vezes de temperaturas abaixo de zero, com roupas finas, sem cobertores e dormindo amontoados pelos chãos devido à superlotação. Muitos não amanheciam.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/10/10194349651005.jpg" alt="(Fonte: Radio Free Europe/Reprodução)">(Fonte: Radio Free Europe/Reprodução)A comida era racionada, porque a quantidade de calorias era pequena demais para os dias longos de trabalho. Além disso, se os prisioneiros não atingiam suas cotas diárias de trabalho, recebiam ainda menos comida. O resultado disso era a violência em massa, principalmente porque os criminosos costumavam oprimir os demais para darem suas rações.Quando não era esse o cenário, o desespero também causava motins devido aos roubos de suprimentos. Os prisioneiros que saíam feridos depois que os guardas dissipavam a revolta, por vezes, morriam à míngua com alguma infecção devido às condições insalubres das instalações.Os historiadores estimam que, anualmente, pelo menos 10% da população carcerária total dos gulags ao longo dos anos foi morta por agressão física ou baleadas. Com a morte de Stalin, em 1953, a resistência do gulag começou a encolher, sobretudo quando centenas de milhares de prisioneiros foram anistiados, entre 1953 e 1957.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/10/10194516432006.jpg" alt="(Fonte: ListVerse/Reprodução)">(Fonte: ListVerse/Reprodução)O sistema do gulag foi reduzido às proporções do início da década de 1920, até que fosse completamente extinto até 1960, quando suas atividades foram absorvidas e agrupadas sob um novo órgão governamental, o GUITK, um acrônimo para Administração Chefe das Colônias de Trabalho Corretivo.Por muitos anos essas colônias foram utilizadas para presos interpolíticos e dissidentes soviéticos, ainda que não mais sob as condições doentias ou números da época stalinista.</body>

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