Imagem de Por que Mercúrio é o planeta mais perto de todos do Sistema Solar? no megacurioso

Se você aprendeu na escola que o nosso vizinho mais próximo seria Vênus, está na hora de você rever seus conceitos

Na escola, n&oacute;s aprendemos a ordem dos planetas em rela&ccedil;&atilde;o ao Sol: Merc&uacute;rio, V&ecirc;nus, Terra, Marte, J&uacute;piter, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/113683-saturno-alem-dos-aneis-conheca-mais-sobre-esse-impressionante-planeta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Saturno</a>, Urano e Netuno. A dist&acirc;ncia entre os corpos celestes do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119161-6-grandes-segredos-do-sistema-solar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sistema Solar</a> &eacute; medida em unidade astron&ocirc;mica (UA), com a Terra estando a 1 UA do Sol. J&aacute; <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116161-5-fatos-curiosos-sobre-o-planeta-venus.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">V&ecirc;nus</a> est&aacute; a 0,72 UA de nossa estrela, o que pode nos levar a deduzir que ele esteja a 0,28 UA da Terra, sendo o planeta mais perto do nosso. Entretanto, isso n&atilde;o &eacute; bem uma verdade. Na pr&aacute;tica, &eacute; Merc&uacute;rio o nosso vizinho mais pr&oacute;ximo. Ali&aacute;s, Merc&uacute;rio &eacute; o planeta mais pr&oacute;ximo de todos os outros do Sistema Solar.
Isso acontece por conta da &oacute;rbita de cada planeta. Em determinado momento, V&ecirc;nus de fato &eacute; o mais pr&oacute;ximo da Terra &mdash; nenhum outro se aproxima a menos de 0,28 UA &mdash;, mas como ele se distancia mais do Sol por conta de sua &oacute;rbita, em quase 50% do tempo, &eacute; <a href="https://www.megacurioso.com.br/mercurio/49282-conheca-alguns-fatos-e-curiosidades-sobre-mercurio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Merc&uacute;rio</a> que est&aacute; mais perto, justamente por ter uma &oacute;rbita menor.
Esse novo c&aacute;lculo de dist&acirc;ncia entre os planetas foi detalhado em um artigo na Physics Today e mostra que, na m&eacute;dia, Merc&uacute;rio est&aacute; mais pr&oacute;ximo de todos os outros &ldquo;irm&atilde;os&rdquo;, inclusive de Netuno, o mais distante de todos. O segundo mais longe, Urano, tamb&eacute;m tem uma &oacute;rbita muito grande e, por isso, s&oacute; est&aacute; mais perto de Netuno em rar&iacute;ssimos momentos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/26/26140147324217.gif" alt="Simula&ccedil;&atilde;o mostra &oacute;rbita dos planetas mais pr&oacute;ximos ao Sol . (Fonte: Physics Today)" />Simula&ccedil;&atilde;o mostra &oacute;rbita dos planetas mais pr&oacute;ximos ao Sol. (Fonte: Physics Today/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A an&aacute;lise rastreou a trajet&oacute;ria e a dist&acirc;ncia entre os planetas ao longo de 10 mil anos terrestres. Para o c&aacute;lculo, foi assumido que todos os astros apresentam &oacute;rbitas circulares, s&atilde;o conc&ecirc;ntricos e est&atilde;o todos no mesmo plano &mdash; algo quase totalmente preciso, mas cuja diferen&ccedil;a n&atilde;o impacta tanto no resultado final. Assim, os cientistas criaram o m&eacute;todo chamado ponto-c&iacute;rculo, que considera a dist&acirc;ncia entre dois planetas atrav&eacute;s da dist&acirc;ncia m&eacute;dia entre eles ao longo de suas respectivas &oacute;rbitas completas.
Nesse c&aacute;lculo, V&ecirc;nus, que em seu ponto mais pr&oacute;ximo pode chegar a 0,28 UA da Terra, pode se distanciar a at&eacute; 1,72 UA. Isso faz com que, na m&eacute;dia, Merc&uacute;rio esteja mais pr&oacute;ximo de n&oacute;s em praticamente metade do tempo. A outra metade &eacute; dividida entre V&ecirc;nus e Marte. O c&aacute;lculo &eacute; id&ecirc;ntico mesmo se considerarmos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/55533-conheca-alguns-fatos-e-curiosidades-sobre-o-planeta-netuno.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Netuno</a> (30 UA do Sol) e <a href="https://www.megacurioso.com.br/exploracao-espacial/53451-confira-alguns-fatos-e-curiosidades-sobre-o-planeta-urano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Urano</a> (19 UA do Sol), que passam a maior parte do tempo em lados opostos do Sistema Solar &mdash; Merc&uacute;rio &eacute; o mais perto dos dois, na m&eacute;dia.

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Por que Mercúrio é o planeta mais perto de todos do Sistema Solar?

Imagem de Fukushima: como o desastre poderia ter sido evitado? no megacurioso

O ser humano continua provando que não sabe mexer com energia nuclear

A 1 hora, 23 minutos e 45 segundos de 26 de abril de 1986, o reator 4 da usina nuclear de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118761-chernobyl-por-que-o-desastre-nuclear-foi-bom-para-a-natureza.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Chernobyl</a>, no norte da Ucr&acirc;nia Sovi&eacute;tica, explodiu durante um teste de seguran&ccedil;a, lan&ccedil;ando uma quantidade imensa de radia&ccedil;&atilde;o para a atmosfera, concretizando um dos piores desastres nucleares da hist&oacute;ria.
Isso tudo aconteceu porque o bot&atilde;o AZ-15 de desligamento emergencial foi pressionado com o intuito de fazer parar qualquer rea&ccedil;&atilde;o que acontecia no n&uacute;cleo do reator. Contudo, a medida teve efeito contr&aacute;rio e, em vez de retrair as hastes feitas de boro, for&ccedil;ou-as de vez para dentro do reator.
Isso s&oacute; aconteceu porque as hastes tinham uma falha de projeto: suas pontas eram de grafite, o que fez acelerar a rea&ccedil;&atilde;o. De acordo com Valery Legasov, chefe&nbsp;qu&iacute;mico da comiss&atilde;o que investigou o acidente, o governo sovi&eacute;tico optou por isso porque era uma medida que barateava o custo de produ&ccedil;&atilde;o em larga escala do reator.
O reator RBMK foi projetado exatamente para esta fun&ccedil;&atilde;o: produzir uma enorme quantidade de energia a baixo custo, portanto certas &ldquo;concess&otilde;es&rdquo; foram necess&aacute;rias. O tempo todo o governo sabia da falha no projeto e das consequ&ecirc;ncias que poderia implicar, mas n&atilde;o fizeram nada a respeito.
<h2 class="uk-text-justify">O desastre de Fukushima</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/21/21200834779450.jpg" alt="(Fonte: Green FM/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Green FM/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 11 de mar&ccedil;o de 2011, &agrave;s 14h46 (5h46 GMT), aconteceu o derretimento de 3 dos 6 n&uacute;cleos dos reatores da <a href="https://www.megacurioso.com.br/radiacao/102534-todos-na-terra-inclusive-voce-foram-atingidos-pela-radiacao-de-fukushima.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Usina Nuclear Fukushima Daiichi</a>, em Okuma, no Jap&atilde;o, devido a uma falha catastr&oacute;fica que aconteceu imediatamente ap&oacute;s o sismo de Sendai, que provocou um tsunami de 8,7 de magnitude.
O tsunami ceifou a vida de mais de 20 mil pessoas, e o derretimento radioativo que aconteceu na usina causou a morte de 6 trabalhadores, expostos a altos n&iacute;veis de radia&ccedil;&atilde;o, e mais de 1,6 mil pessoas devido &agrave;s m&aacute;s condi&ccedil;&otilde;es de evacua&ccedil;&atilde;o de 171 mil pessoas das redondezas.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Conversation&nbsp;" data-fonte-url="https://images.theconversation.com/files/205/original/AAP_reactor_emergency.jpg?ixlib=rb-1.1.0&amp;q=45&amp;auto=format&amp;w=926&amp;fit=clip"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/21/21201016717451.jpg" alt="(Fonte: The Conversation/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Conversation/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ainda que a quantidade de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112051-radiacao-e-a-humanidade-de-chernobyl-a-tomografia-computadorizada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">radia&ccedil;&atilde;o&nbsp;</a>lan&ccedil;ada no ar tenha sido inferior a 15% da liberada por Chernobyl e os medidores individuais de contamina&ccedil;&atilde;o acumulada por pessoa tenha sido 10 vezes menor do que a dose m&eacute;dia do mesmo acidente, as consequ&ecirc;ncias de Fukushima ainda s&atilde;o imensas.&nbsp;
Existem milhares de pessoas que n&atilde;o puderam regressar &agrave;s suas casas devido ao solo altamente contaminado, gerando consequ&ecirc;ncias psicol&oacute;gicas, sociais e econ&ocirc;micas. Isso tamb&eacute;m influenciou pol&iacute;ticas internas de confian&ccedil;a entre a na&ccedil;&atilde;o japonesa.
<h2 class="uk-text-justify">A neglig&ecirc;ncia</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/21/21201107795452.jpg" alt="(Fonte: Newsweek/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Newsweek/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O acidente de Fukushima s&oacute; aconteceu porque as &aacute;guas do imenso tsunami inundaram a usina, que, em sua funcionalidade normal, at&eacute; conseguiu desligar automaticamente tr&ecirc;s reatores. Contudo, a falta de energia significou que nenhuma &aacute;gua poderia ser utilizada para resfriar com efic&aacute;cia o n&uacute;cleo dos reatores superaquecidos. &Agrave; medida que ficaram cada vez mais quentes, foram derretendo, seguindo seu curso natural para o desastre, at&eacute; que o &uacute;ltimo explodiu em 15 de mar&ccedil;o daquele ano.&nbsp;Apesar de ter sido causado por um fen&ocirc;meno da natureza, muito diferente de Chernobyl, toda a situa&ccedil;&atilde;o poderia ter sido evitada.
Em 2011, dois pesquisadores de Stanford chegaram &agrave; conclus&atilde;o de que o desastre poderia ter sido evitado por v&aacute;rios fatores, mas citaram 3 erros primordiais que influenciaram a maneira como tudo aconteceu.
Eles apontaram que a planta n&atilde;o estava sendo devidamente regulamentada, com falhas estruturais, o que explica o motivo de os geradores de energia n&atilde;o conseguirem continuar resfriando os reatores aquecidos, mesmo sem energia.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/21/21201247998454.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A Tokyo Eletric Power Company (TEPCO) tamb&eacute;m teve sua parte de culpa pela m&aacute; administra&ccedil;&atilde;o no projeto da usina, deixando-a mal preparada para considerar com precis&atilde;o a altura potencial das &aacute;guas de um poss&iacute;vel tsunami. Os dois pesquisadores indicaram que todos os n&uacute;meros de proje&ccedil;&atilde;o da TEPCO estavam muito errados desde o princ&iacute;pio, mostrando que os estudos que fizeram n&atilde;o se concentravam em tsunamis em particular. O resultado foi que o pa&iacute;s estava sujeito a uma cat&aacute;strofe nuclear desde 1971, quando a usina ficou pronta.
No ano seguinte, em 5 de julho de 2012, a comiss&atilde;o de investiga&ccedil;&atilde;o National Diet of Japan Fukushima Nuclear Accident Independent Investigation Commission chegou a essa mesma conclus&atilde;o que os pesquisadores.
Ficou determinado que a TEPCO falhou miseravelmente em atender &agrave; seguran&ccedil;a b&aacute;sica dos requisitos da usina, como avalia&ccedil;&atilde;o de risco, prepara&ccedil;&atilde;o para conter danos colaterais e desenvolvimento de planos de evacua&ccedil;&atilde;o. O Minist&eacute;rio da Economia, Com&eacute;rcio e Ind&uacute;stria foi tido como negligente pela Ag&ecirc;ncia Internacional de Energia At&ocirc;mica, dizendo que o minist&eacute;rio enfrentava um conflito de interesses inerente como ag&ecirc;ncia governamental respons&aacute;vel por regulamentar e promover a ind&uacute;stria de energia nuclear.
Em 12 de outubro de 2012, a TEPCO admitiu que n&atilde;o havia tomado as medidas necess&aacute;rias por medo de abrir processos judiciais ou protestos contra suas usinas nucleares.
Mais uma vez, o ser humano provou que n&atilde;o est&aacute; pronto para mexer com energia nuclear.

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Fukushima: como o desastre poderia ter sido evitado?

Imagem de Inge Lehmann: a mulher que descobriu o núcleo da Terra no megacurioso

Foi estudando ondas sísmicas que ela percebeu que havia algo de errado

At&eacute; a d&eacute;cada de 1930, quimicamente, a Terra era dividida em tr&ecirc;s camadas: a crosta, onde vivemos; seguida pelo manto superior e inferior, a camada mais espessa da Terra; e, mais ao fundo, o n&uacute;cleo externo, feito de metal l&iacute;quido quente derretido.
S&oacute; em meados de 1936 que o n&uacute;cleo interno s&oacute;lido, que ocupa cerca de 20% do raio total da Terra, composto de uma liga de ferro-n&iacute;quel quase t&atilde;o quente quanto a superf&iacute;cie do Sol, foi descoberta por uma sism&oacute;loga dinamarquesa chamada Inge Lehmann (1888-1993).
A mulher descobriu isso estudando o fen&ocirc;meno mais antigo da Terra: os terremotos.
<h2>Uma mente brilhante</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/20/20202116260038.jpg" alt="(Fonte: Terra/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Terra/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Nascida em 13 de maio de 1888, em Copenhague (Dinamarca), Lehmann teve a sorte de frequentar a escola pedag&oacute;gico-progressista liderada por Hanna Adler (1859-1947) &mdash;&nbsp;tia do famoso f&iacute;sico Niels Bohr (1885-1962) &mdash;, que tratava os alunos do sexo masculino e feminino com extrema igualdade. Esse tipo de respeito e tratamento era considerado muito incomum para a &eacute;poca, mas foi o que ajudou a fazer a mente brilhante da sism&oacute;loga decolar, preparando-a para sua carreira acad&ecirc;mica de sucesso.
Se n&atilde;o o machismo que havia, foi a sa&uacute;de prec&aacute;ria de Lehmann que ficou em seu caminho. Apesar de tantas interrup&ccedil;&otilde;es ao longo de sua gradua&ccedil;&atilde;o, ela conseguiu obter seu diploma em matem&aacute;tica pela Universidade de Copenhague (Dinamarca) e pela Universidade de Cambridge (Inglaterra).
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;American Geophiysical Union&nbsp;" data-fonte-url="https://www.agu.org/-/media/Feature/Common/Agu/Images/Do-Not-Use---No-alt-text/AGU-Stock-Earth-Core-Illustration.jpg?h=481&amp;w=642&amp;hash=2F73409607C6A0D04186F2BF8F7F52A5"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/20/20202657619040.jpg" alt="(Fonte: American Geophysical Union/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: American Geophysical Union/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Logo em seguida, ela se tornou assistente do geod&eacute;sico Niels Erik Norlund (1885-1981), que a incumbiu a tarefa de criar observat&oacute;rios sismol&oacute;gicos na Dinamarca e Groenl&acirc;ndia, apesar de ela n&atilde;o ter nenhum treinamento na &aacute;rea. Foi ali que come&ccedil;ou seu interesse pela sismologia, tendo o trabalho &aacute;rduo de ajudar a estabelecer as primeiras esta&ccedil;&otilde;es s&iacute;smicas.
Em 1928, Lehmann passou no exame de geod&eacute;sia como geod&eacute;sica de Estado e chefe do departamento de sismologia do Instituto Geod&eacute;sico da Dinamarca, dirigido por Norlund. Respons&aacute;vel pela investiga&ccedil;&atilde;o de uma s&eacute;rie de quest&otilde;es sismol&oacute;gicas, a mulher come&ccedil;ou a estudar a velocidade com que as ondas s&iacute;smicas viajam atrav&eacute;s de diferentes camadas da Terra.
<h2>O terremoto</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Vox&nbsp;" data-fonte-url="https://cdn.vox-cdn.com/thumbor/URf_yU6Sn2JdtP5aqSlTa6peatk=/1400x0/filters:no_upscale()/cdn.vox-cdn.com/uploads/chorus_asset/file/3691526/Picture1.0.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/20/20202543635039.jpg" alt="(Fonte: Vox/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Vox/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 1929, um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118142-terremoto-o-que-e-as-suas-causas-e-como-e-medido.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">terremoto</a> de 7,3 na Escala de Richter que atingiu a Nova Zel&acirc;ndia, enviando ondas s&iacute;smicas em todo o interior da Terra, se transformou no grande momento da vida acad&ecirc;mica de Lehmann.
Examinando os dados s&iacute;smicos ap&oacute;s o fen&ocirc;meno, a mulher descobriu que algumas ondas pareciam &ldquo;dobrar&rdquo; na dire&ccedil;&atilde;o conforme passavam pelo centro da Terra, como se estivessem sendo desviadas por algo.
Ela levou 7 anos para terminar seus estudos sobre o assunto e publicar sua teoria, que argumentava que essa mudan&ccedil;a de &acirc;ngulo pudesse ser, provavelmente, devido a um n&uacute;cleo interno no centro da Terra ainda n&atilde;o descoberto.&nbsp;
Lehmann estava certa, mas isso s&oacute; foi comprovado na d&eacute;cada de 1970, quando a tecnologia avan&ccedil;ada do sism&oacute;grafo permitiu que provasse definitivamente que o n&uacute;cleo interno s&oacute;lido da Terra realmente existe.

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Inge Lehmann: a mulher que descobriu o núcleo da Terra

Imagem de Mileva Einstein: a mulher que ajudou na teoria da relatividade no megacurioso

Apesar de relacionamento polêmico com Albert Einstein, Mileva compartilhava o amor pela ciência e teve importante contribuição nos estudos do marido

O relacionamento de Albert Einstein e sua primeira esposa Mileva nem sempre foi o mais saud&aacute;vel de todos. Ao t&eacute;rmino do casal, a fam&iacute;lia do cientista a descrevia como &ldquo;uma velha bruxa&rdquo; e &ldquo;intelectual demais&rdquo;. Por&eacute;m, antes da separa&ccedil;&atilde;o dos dois ocorrer em 1916, o casal dividiu o amor pela ci&ecirc;ncia por alguns bons anos.
Os dois chegaram a ser alunos do Instituto Polit&eacute;cnico de Zurique, uma das poucas universidades da Europa que admitiam mulheres &agrave; &eacute;poca. O que muitas pessoas n&atilde;o sabem, por&eacute;m, &eacute; a importante participa&ccedil;&atilde;o que Mileva teve na carreira de Albert, sendo inclusive uma colaboradora da <a href="https://www.megacurioso.com.br/teoria-da-relatividade/56607-6-provas-da-teoria-da-relatividade-em-nosso-cotidiano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">teoria da relatividade</a>.&nbsp;
<h2>Parceria e falta de reconhecimento</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Mileva_Maric#/media/File:ETH-BIB-Einstein,_Albert_(1879-1955),_Einstein-Maric,_Mileva_(1875-1949)-Portrait-Portr_03087.tif"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/21/21132838112267.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
As qualifica&ccedil;&otilde;es universit&aacute;rias de Mileva sempre apontavam seu grande amor pela f&iacute;sica e como ela era uma cientista de alt&iacute;ssimo n&iacute;vel. Na maior parte do tempo, suas notas eram superiores as de Albert. Mesmo assim, isso n&atilde;o foi suficiente para que passasse nas provas finais do curso.
Segundo as biografias sobre o casal, o per&iacute;odo de estudante foi quando os dois teriam desenvolvido uma importante colabora&ccedil;&atilde;o profissional, pelas quais ela acabou recebendo quase nenhum reconhecimento. Al&eacute;m disso, a hist&oacute;ria conta que a cria&ccedil;&atilde;o dos filhos fez com que ela se separasse do primeiro escal&atilde;o da ci&ecirc;ncia.
Segundo as cartas obtidas sobre os dois, Mileva engravidou por volta de 1900 &mdash; quando eles ainda n&atilde;o estavam casados. Apesar de n&atilde;o existirem registros sobre a primeira filha do casal, acredita-se que ela acabou morrendo de uma doen&ccedil;a infecciosa chamada de escarlatina.&nbsp;
<h2>Cartas secretas</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/21/21133158487269.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)" />(Fonte: Unsplash)
Ao todo 43 cartas obtidas do relacionamento entre <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/103468-21-fatos-curiosos-sobre-a-vida-de-albert-einstein.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Albert Einstein</a> e Mileva citam &ldquo;nossos trabalhos&rdquo; e &ldquo;nossa teoria do movimento relativo&rdquo;, demonstrando que ela sempre foi reconhecida pelo seu marido como uma grande cientista, apesar de nunca ter ganhado a mesma fama hist&oacute;rica.
Essas cartas eram escritas principalmente nos per&iacute;odos de f&eacute;rias escolares, quando os dois passavam a maior parte do tempo longes um do outro. Al&eacute;m disso, existem outros relatos hist&oacute;ricos que apontam a colabora&ccedil;&atilde;o entre os dois. Um grande exemplo disso &eacute; uma fala de seu filho Hans Albert, que chegou a dizer se lembrar dos dois trabalhando juntos na cozinha.
Os textos datam para 1905, quando Albert publicou os trabalhos mais importantes da sua carreira na revista Annalen der Physik, a qual reuniu quatro artigos que simplesmente mudaram a compreens&atilde;o das leis da f&iacute;sica para sempre.
<h2>Acordo de separa&ccedil;&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/21/21132940237268.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Quando o div&oacute;rcio entre Albert e Mileva aconteceu, os dois fizeram um acordo para que ela recebesse a premia&ccedil;&atilde;o em dinheiro caso ele fosse consagrado vencedor do Pr&ecirc;mio Nobel &mdash; o que veio a acontecer em 1921, quando os dois j&aacute; n&atilde;o estavam juntos fazia dois anos, e ele tinha se casado outra vez.
Ao escrever seu testamento, Albert Einstein deixou todo o dinheiro do pr&ecirc;mio para os <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118071-albert-einstein-o-que-aconteceu-com-os-filhos-do-genio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">filhos</a>. Enfurecida, Mileva amea&ccedil;ou contar sua participa&ccedil;&atilde;o nas pesquisas, mas foi aconselhada pelo cientista a ficar calada e administrar o montante recebido para cuidar das crian&ccedil;as.
Ap&oacute;s o div&oacute;rcio, a vida de Mileva n&atilde;o foi exatamente a mais f&aacute;cil de todas. Em 1930, seu filho Eduard, que era estudante de medicina, foi diagnosticado com esquizofrenia e todo o dinheiro que ela tinha acabou sendo dedicado ao tratamento do rapaz. Com o aumento das despesas do processo, a cientista precisou vender duas das tr&ecirc;s casas que ela e Albert Einstein compraram juntos durante o casamento.
Ao longo desses anos, o f&iacute;sico fez algumas contribui&ccedil;&otilde;es regulares para os cuidados do filho. Mileva morreu em 1948, aos 72 anos, sem ter metade do reconhecimento que teve o ex-marido e de causas desconhecidas.

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Mileva Einstein: a mulher que ajudou na teoria da relatividade

Imagem de Como as plantas sabem que o inverno está chegando? no megacurioso

Nova série de estudos revela perspectiva mais ampla sobre a maneira como as plantas conseguem detectar mudanças de estações

As plantas "sabem" quando o inverno est&aacute; chegando, e esse &eacute; um fato cient&iacute;fico. Entretanto, pouqu&iacute;ssimos estudos at&eacute; agora haviam trazido uma perspectiva mais aprofundada a respeito de como elas conseguem ter essa percep&ccedil;&atilde;o; ent&atilde;o, foi disso que os pesquisadores da Universidade de Yale (Estados Unidos) foram atr&aacute;s para descobrir.
Segundo o estudo publicado no Developmental Cell, a maioria das pesquisas sobre a sazonalidade das plantas &eacute; concentrada em como elas sabem quando florescer, uma vez que esse &eacute; um assunto-chave para a produ&ccedil;&atilde;o agr&iacute;cola. Entretanto, j&aacute; estava na de estudiosos da Bot&acirc;nica averiguarem mais informa&ccedil;&otilde;es sobre o tema.
<h2 class="uk-text-justify">Os ajustes das plantas</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/19/19165622038038.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Geneticamente, as plantas foram projetadas para detectar n&atilde;o apenas a extens&atilde;o da luz do dia, mas tamb&eacute;m a chegada do crep&uacute;sculo e do amanhecer. Como alguns dias se tornam mais longos na <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/104071-primavera-chegou-como-as-flores-sabem-que-e-a-hora-de-florescer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">primavera</a>, alguns genes espec&iacute;ficos s&atilde;o ativados com o intuito de as plantas saberem que chegou o momento de florescer.
Mas o que acontece durante o <a href="https://www.megacurioso.com.br/fenomenos-da-natureza/43030-como-os-insetos-se-adaptam-para-sobreviver-ao-inverno.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">inverno</a>? Por muito tempo, os cientistas supunham que as plantas realizavam um processo inverso ao da primavera e se adaptavam aos dias com menor per&iacute;odo de luz. Entretanto, o artigo publicado pelo cientista Joshua Gendron e seus colegas aponta para uma s&eacute;rie de outros fatores.
Em geral, as plantas est&atilde;o sempre buscando terrenos com as melhores condi&ccedil;&otilde;es de &aacute;gua e temperatura. Por isso, muitas delas migram para regi&otilde;es mais perto das extremidades do planeta ou com maiores altitudes, onde o clima &eacute; mais &uacute;mido e as temperaturas mais frescas &mdash; o que mostra ind&iacute;cios sobre o impacto do aquecimento global na agricultura.
<h2 class="uk-text-justify">Monitorando a luz</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/19/19165523850036.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
As plantas costumam usar o tempo de exposi&ccedil;&atilde;o solar durante 1 dia para tentar prever qual ser&aacute; o melhor lugar para obter as melhores condi&ccedil;&otilde;es de temperatura e &aacute;gua. Por&eacute;m, as mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas v&ecirc;m fazendo que essas condi&ccedil;&otilde;es ideais cheguem em momentos diferentes no ano.
Por isso, entender como elas detectam mudan&ccedil;as na <a href="https://www.megacurioso.com.br/fisica-e-quimica/36032-por-que-fica-escuro-quando-apagamos-a-luz-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">luz</a> para prever as esta&ccedil;&otilde;es era um ponto de foco entre os pesquisadores. Gendron e sua equipe usaram um esp&eacute;cime da erva Arabidopsis para observar seu comportamento com a chegada do inverno. Para isso, eles marcaram os "genes do inverno" dentro das plantas com marcadores bioluminescentes.
Em ambiente controlado, a equipe simulou as condi&ccedil;&otilde;es ideais de cada esta&ccedil;&atilde;o do ano para revelar a resposta do objeto em an&aacute;lise. Por fim, notou-se que a express&atilde;o desses &ldquo;genes de inverno&rdquo; &eacute; controlada pelas redes metab&oacute;licas da planta, que s&atilde;o completamente distintas do sistema que controla a flora&ccedil;&atilde;o.
<h2 class="uk-text-justify">Controlando ambientes</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/19/19165036847034.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
&Agrave; medida que os dias ficam mais curtos, as plantas entram em modo de reciclagem e convertem os nutrientes dispon&iacute;veis em armazenamento de inverno para evitar a fome. Isso ocorre at&eacute; mesmo quando os dias s&atilde;o quentes e h&aacute; bastante umidade dispon&iacute;vel. Ao notar essa informa&ccedil;&atilde;o, os pesquisadores compreenderam que o "calend&aacute;rio" gen&eacute;tico de uma planta poderia teoricamente ser manipulado.
E o que isso quer dizer? Por exemplo, os cientistas podem ser capazes de estender o per&iacute;odo de crescimento de uma planta substituindo geneticamente seus sinais de armazenamento de inverno ou simplesmente compreender quais s&atilde;o as mudan&ccedil;as que precisam ser feitas para que essas plantas migrem para uma nova &aacute;rea em seguran&ccedil;a.&nbsp;

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Como as plantas 'sabem' que o inverno está chegando?

Imagem de O dia em que Einstein comeu vatapá no Brasil e virou notícia no megacurioso

A viagem tinha como objetivo divulgar a ciência, mas o gênio acabou se desapontando

<head></head><body>Albert Einstein (1879-1955) é um dos mais importantes físicos e teóricos que o mundo já conheceu. Mas você sabia que ele já passou pelo Brasil? Ou melhor, que ele resolveu “turistar” um pouco na cidade do Rio de Janeiro?&nbsp;Em 4 de maio de 1925 ele desembarcou na cidade maravilhosa. Na época, a cidade ficou ansiosa com a chegada do físico, afinal, era uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/personalidades/39694-incrivel-10-coisas-que-talvez-voce-nao-saiba-sobre-einstein.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">celebridade da ciência</a> e ganhador do Prêmio Nobel.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: Central Press / Getty Images / Reprodução)&nbsp;" data-fonte-url="https://gizmodo.uol.com.br/em-carta-inedita-einstein-especula-que-passaros-e-abelhas-podem-levar-a-descobertas-na-fisica/"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/19/19103431602098.jpg" alt="(Fonte: Central Press / Getty Images / Reprodução)">(Fonte: Central Press / Getty Images / Reprodução)No entanto, engana-se quem pensa que ele se limitou às atividades programadas, como as palestras e eventos acadêmicos. Curioso e admirador da cultura e tradições de outros povos, <a href="https://www.megacurioso.com.br/personalidades/87911-o-conselho-sobre-aprendizado-que-einstein-deu-a-um-de-seus-filhos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Einstein</a> resolveu aproveitar sua estada no Rio para fazer um roteiro que nenhum turista poderia colocar defeito.Passou pelo Museu Nacional, a Floresta da Tijuca, Santa Tereza, São Conrado e Copacabana Palace. Claro, também subiu o morro do Corcovado e conheceu o Pão de Açúcar.<h2>O gênio e o vatapá</h2>Como disse o poeta Gregório de Matos, “o vatapá é o Brasil em forma de comida”. Sem dúvidas, uma das melhores maneiras de conhecer as tradições de um povo é por meio de suas criações culinárias.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: Uol/ Reprdução)&nbsp;" data-fonte-url="https://www.uol.com.br/nossa/cozinha/receitas/2018/10/04/leve-um-pouco-da-bahia-para-sua-casa-com-um-vatapa-de-inhame.htm"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/19/19103237227092.png" alt="(Fonte: Uol/ Reprdução)">(Fonte: Uol/ Reprdução)Em 12 de maio de 1925, quem abrisse o periódico O Jornal se depararia com uma manchete feita no melhor estilo das revistas de fofocas atuais: “Einstein comeu, hontem [sic], vatapá com pimenta.”O problema é saber o que ele achou do prato baiano. &nbsp;Durante um almoço na cidade maravilhosa com alguns membros ilustres da sociedade e do mundo acadêmico, convidaram o alemão para experimentar esse item de nossa culinária. &nbsp;Para evitar qualquer surpresa, serviram o prato de vatapá com um aviso para que ele tomasse cuidado com a pimenta. Mas não teve jeito, errou na mão e exagerou no tempero.Relatos da época dizem que Einstein chegou a queimar a língua e a suar intensamente devido ao descuido. Mas ele manteve a compostura, disse que apreciou o prato. Sobre esse evento, escreveu em seu diário de viagens uma observação: “Visita ao manicômio, cujo diretor é mulato e uma pessoa especialmente virtuosa. Com ele, almoço brasileiro com muita pimenta”.<h2>Os desapontamentos</h2>Antes de vir para o Brasil, <a href="https://www.megacurioso.com.br/personalidades/85654-de-espiao-sovietico-a-mulherengo-7-fatos-curiosos-sobre-a-vida-de-einstein.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Einstein</a> esteve na Argentina e passou por Montevidéu. Queria mesmo era mostrar que a ciência não tem fronteiras nacionalistas. Mas, de acordo com seus relatos em seu diário e em cartas, sua visita por alguns países da América do Sul não foi muito boa.&nbsp;<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/19/19103640727105.jpg" alt="(Fonte: Showmetech/ Reprodução)">(Fonte: Showmetech/ Reprodução)Na Argentina, o físico teve que lidar com a bajulação da comunidade judaica. Também ficou desapontado com as questões científicas levadas a ele a ponto de as considerar estúpidas, sendo que até escreveu o quanto era difícil levá-las à sério. Considerou os sul-americanos um povo desprovido de preconceitos. Por outro lado, achou as pessoas por aqui vazias e menos interessantes que as europeias.</body>

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O dia em que Einstein comeu vatapá no Brasil e virou notícia

Imagem de Vikings estiveram na América há exatos 1 mil anos, diz estudo no megacurioso

Nova análise feita sobre impactos da radiação cósmica sobre madeiras encontradas em sítio arqueológico trouxeram novas informações sobre o tema

Os vikings cruzaram o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/109207-conheca-9-dos-maiores-furacoes-que-ja-surgiram-no-oceano-atlantico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Oceano Atl&acirc;ntico</a> pela 1&ordf; vez e se estabeleceram no Canad&aacute; em 1021, &eacute; o que diz um novo estudo publicado na revista cient&iacute;fica Nature.&nbsp;Para a obten&ccedil;&atilde;o dos dados, os pesquisadores examinaram artefatos de madeira de um assentamento viking encontrado em Newfoundland, o qual n&atilde;o tinha data exata.
Acredita-se que esse seja o primeiro registro hist&oacute;rico da chegada de europeus nas Am&eacute;ricas, o que tamb&eacute;m seria a primeira vez que algu&eacute;m cruzou o Atl&acirc;ntico para chegar ao nosso continente. Tamb&eacute;m conhecido como L&rsquo;Anse aux Meadows, o local de estudo est&aacute; localizado na Pen&iacute;nsula do Norte do territ&oacute;rio canadense.
<h2>Metal e radia&ccedil;&atilde;o c&oacute;smica</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/21/21141527107293.jpg" alt="(Fonte: Petra Doeve/Nature)" />(Fonte: Petra Doeve/Nature)
Quando os <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/98894-6-presentes-para-a-humanidade-deixados-pelos-vikings.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vikings</a> pisaram em L&rsquo;Anse aux Meadows pela primeira vez, eles sa&iacute;ram derrubando &aacute;rvores com suas l&acirc;minas de metal. &Eacute; poss&iacute;vel determinar isso porque esse tipo de material ainda n&atilde;o era produzido pelas popula&ccedil;&otilde;es ind&iacute;genas locais naquela &eacute;poca.
Por conta disso, as pe&ccedil;as de madeira, que foram abandonadas no assentamento, s&atilde;o provenientes de 3 tipos de &aacute;rvores diferentes. Ao analisar o anel dos troncos, os pesquisadores conseguiram constatar a data exata de 993. No ano anterior, era sabido no mundo da Ci&ecirc;ncia que uma tempestade solar havia atingido a Terra.
Quando tempestades solares ocorrem, elas liberam um fluxo de raios c&oacute;smicos, ou part&iacute;culas altamente energ&eacute;ticas, provenientes do Sol quase que em velocidade da luz. E esse fen&ocirc;meno deixou marcas claras nos arquivos de an&eacute;is de &aacute;rvores de todo o mundo, o que posteriormente foi usado para determinar a data exata da chegada dos vikings.
<h2>Precis&atilde;o da data</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/21/21141702107294.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Entre os 3 objetos de madeira analisados, todos tinham marcas da tempestade solar com exatamente 29 an&eacute;is de crescimento antes da borda da casca. Considerando que cada anel representa 1 ano de vida para a &aacute;rvore, constatou-se que os vikings chegaram ao Canad&aacute; em algum momento de 1021 d.C.&nbsp;
Ao confirmar essa data, cientistas podem cravar que outros exploradores pisaram no continente bem antes de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120126-6-fatos-sobre-cristovao-colombo-que-nao-sao-contados-nos-livros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Crist&oacute;v&atilde;o Colombo</a>&nbsp;(1451-1506), que &eacute; descrito como descobridor das Am&eacute;ricas. Essa tamb&eacute;m seria a primeira evid&ecirc;ncia de migra&ccedil;&atilde;o e explora&ccedil;&atilde;o humana de que o Atl&acirc;ntico foi cruzado por algu&eacute;m.
<h2>Jornada pela Am&eacute;rica</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/21/21141801107295.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Embora ainda seja imposs&iacute;vel determinar quanto tempo os vikings ficaram pela regi&atilde;o ou quantas vezes foram, as evid&ecirc;ncias atuais mostram que provavelmente foi uma estadia curta. Em geral, esses grupos viajavam ao oeste para coletar mat&eacute;ria-prima, sobretudo madeira &mdash; o que foi encontrado de sobra no Canad&aacute;.
Por&eacute;m, existem ind&iacute;cios em L&rsquo;Anse aux Meadows de que os vikings tamb&eacute;m teriam explorado &aacute;reas mais ao sul de Newfoundland enquanto permaneceram nas Am&eacute;ricas. Hist&oacute;rias orais escritas anos depois da visita dos povos europeus tentam descrever melhor o que teria sido um encontro com as tribos ind&iacute;genas da regi&atilde;o &mdash; que, por vezes, foi dito como pac&iacute;fico e outras como violento.&nbsp;
Os pesquisadores esperam agora poder combinar as informa&ccedil;&otilde;es obtidas nos assentamentos com o que existe sobre essa jornada na literatura. Dessa forma, &eacute; poss&iacute;vel que aprendemos ainda mais sobre o passeio dos vikings nas Am&eacute;ricas em breve.&nbsp;

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Vikings estiveram na América há exatos mil anos, segundo estudo

Imagem de Neurociência pode ajudar a melhorar a alfabetização no megacurioso

As regiões do cérebro responsáveis pela capacidade de aprender são as mesmas, por isso é importante identificar possíveis falhas no sistema educacional para melhorar todo o contexto social de um país

Em qualquer parte do mundo, o c&eacute;rebro humano funciona de maneira similar. N&atilde;o importa o idioma, os sons e os s&iacute;mbolos inseridos na linguagem. As regi&otilde;es do c&eacute;rebro respons&aacute;veis pela capacidade de aprender s&atilde;o as mesmas. Desse modo, &eacute; importante identificar poss&iacute;veis falhas no sistema educacional para melhorar todo o contexto social de um pa&iacute;s.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat&iacute;stica (IBGE), o&nbsp;Brasil conta atualmente com cerca de 11 milh&otilde;es de analfabetos, mesmo que, segundo o Plano Nacional de Educa&ccedil;&atilde;o, haja previs&atilde;o de redu&ccedil;&atilde;o da alfabetiza&ccedil;&atilde;o absoluta em pelo menos 50% at&eacute; 2024. Ao analisar estudos realizados em neuroci&ecirc;ncia, constatamos que certas regi&otilde;es cerebrais devem ser profundamente estimuladas para melhor capacidade de aprendizado.
Por isso, acredito que a neuroci&ecirc;ncia apresenta grandes contribui&ccedil;&otilde;es para a melhora do cen&aacute;rio educacional brasileiro. O uso de metodologias experimentais e tecnologias avan&ccedil;adas j&aacute; ajudaram a fortalecer dados nos &uacute;ltimos 30 anos, com todo o rigor cient&iacute;fico necess&aacute;rio, que &eacute; tema do meu estudo <a href="https://www.jbino.com/docs/Issue05_23_2021.pdf" target="_blank">publicado esta semana em revista cient&iacute;fica</a>.
A capacidade de aprender &eacute; ampla e ilimitada. Al&eacute;m disso, o c&eacute;rebro se renova e se adapta a diversas situa&ccedil;&otilde;es. A cria&ccedil;&atilde;o de solu&ccedil;&otilde;es para falhas educacionais pode estar dentro da neuroci&ecirc;ncia, pois, a mem&oacute;ria &eacute; a base de aprendizagem, aprimorando as conex&otilde;es neurais, proporcionando mais mem&oacute;ria e mais capacidade de planejamento, abstra&ccedil;&atilde;o, julgamento e aten&ccedil;&atilde;o. As crian&ccedil;as, por terem um sistema nervoso &ldquo;mais pl&aacute;stico&rdquo; do que um adulto, necessitam de uma estimula&ccedil;&atilde;o precoce e correta para terem um maior potencial de aprendizagem.
***
Fabiano de Abreu Rodrigues, colunista do Mega Curioso, &eacute; doutor e mestre em Ci&ecirc;ncias da Sa&uacute;de nas &aacute;reas de Psicologia e Neuroci&ecirc;ncias com o t&iacute;tulo reconhecido pela Universidade Nova de Lisboa; PhD em neuroci&ecirc;ncia pela Logos University International/City University. &Eacute; tamb&eacute;m mestre em Psican&aacute;lise pelo Instituto e Faculdade Gaio/Unesco; p&oacute;s-graduado em Neuropsicologia pela Cognos em Portugal e em Neuroci&ecirc;ncia, Neuroci&ecirc;ncia Aplicada &agrave; Aprendizagem, Neuroci&ecirc;ncia em Comportamento, Neurolingu&iacute;stica e Antropologia pela Faveni do Brasil; conta com especializa&ccedil;&otilde;es avan&ccedil;adas em Nutri&ccedil;&atilde;o Cl&iacute;nica pela TrainingHouse em Portugal, The electrical Properties of the Neuron, Neurons and Networks, Neuroscience em Harvard (EUA); &eacute; bacharel em Neuroci&ecirc;ncia e Psicologia pela EBWU e licenciado em Biologia e Hist&oacute;ria pela Faveni do Brasil; tecn&oacute;logo em Antropologia pela UniLogos (EUA); com especializa&ccedil;&otilde;es em Intelig&ecirc;ncia Artificial na IBM e programa&ccedil;&atilde;o em Python na Universidade de S&atilde;o Paulo (USP); e MBA em Psicologia Positiva na Pontif&iacute;cia Universidade Cat&oacute;lica (PUC).

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Neurociência pode ajudar a melhorar a alfabetização

Imagem de Será que você já viu seu reflexo verdadeiro? no megacurioso

Ao olharmos em um espelho, observamos uma imagem invertida por nosso cérebro e que não corresponde ao que os outros enxergam ao nos verem

Voc&ecirc; j&aacute; parou para pensar se o que vemos no&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/105404-voce-conhece-a-historia-do-espelho.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">espelho</a> &eacute; realmente o que as outras pessoas enxergam ao olharem para n&oacute;s? Ou ser&aacute; que existe algum "truque" criado pelas nossa mente e que nos engana sempre que nos admiramos em frente a uma superf&iacute;cie reflexiva?
Como o ser humano geralmente se preocupa com apar&ecirc;ncia, especialmente no que diz respeito aos aspectos f&iacute;sicos, &eacute; natural buscar formas de se tornar apresent&aacute;vel. A tend&ecirc;ncia &eacute; se esfor&ccedil;ar para fazer com que os outros nos enxerguem de uma determinada maneira, por isso consultamos o espelho para ter certeza de que essa imagem est&aacute; sendo transmitida.
Entretanto, existem alguns fen&ocirc;menos que impedem as pessoas de verem exatamente o que n&oacute;s enxergamos ao ficar na frente de um espelho ou admirar uma&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/produto/223383-dia-mundial-fotografia-veja-evolucao-cameras-selfies.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">selfie</a> rec&eacute;m-tirada. Mas que fen&ocirc;menos s&atilde;o esses? E como preveni-los para ter a certeza de que a imagem cultivada &eacute; a mesma sendo transmitida para os outros?
<h2>O espelho e a imagem invertida</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/15/15092842700026.jpg" alt="A imagem que voc&ecirc; olha no espelho n&atilde;o &eacute; a que os outros veem. (Fonte: Pexels)" />A imagem que voc&ecirc; olha no espelho n&atilde;o &eacute; a que os outros veem. (Fonte: Pexels)
A primeira parte da discuss&atilde;o trata exatamente dos aspectos f&iacute;sicos/reais dessa problem&aacute;tica. E n&atilde;o poder&iacute;amos come&ccedil;ar por outro t&oacute;pico que n&atilde;o seja o fato de que o espelho n&atilde;o mostra exatamente o que as outras pessoas est&atilde;o enxergando.
Fa&ccedil;a o seguinte teste: v&aacute; at&eacute; uma superf&iacute;cie reflexiva, pare na frente dela e levante a m&atilde;o direita. Observe a imagem. A "pessoa" que voc&ecirc; est&aacute; vendo levantou a m&atilde;o direita ou a esquerda?
Se esse for um espelho convencional, temos a impress&atilde;o de que nosso reflexo levantou uma m&atilde;o diferente da nossa. O que acontece, na verdade, &eacute; que nosso c&eacute;rebro inverte a imagem exibida pela superf&iacute;cie reflexiva, e assim temos essa sensa&ccedil;&atilde;o de que a imagem est&aacute; "errada".
Na pr&aacute;tica, o espelho n&atilde;o vira a imagem. O espelho mostra exatamente aquilo que est&aacute; &agrave; frente dele, exibindo nossa perspectiva daquela imagem.
<h3>Implica&ccedil;&otilde;es</h3>
Essa jogada do c&eacute;rebro acaba criando um problema para quem se admira no espelho. A imagem que n&oacute;s observamos n&atilde;o &eacute; exatamente a que os outros enxergam, e tudo se torna uma quest&atilde;o de perspectiva.
Ao se olhar no espelho e pentear o cabelo todo para a direita, voc&ecirc; est&aacute; fazendo isso de acordo com sua perspectiva. Para voc&ecirc;, o cabelo est&aacute; orientado para seu lado direito. Entretanto, para quem o observa de frente (e &eacute; assim que as pessoas geralmente nos olham), seu penteado est&aacute; direcionado para a esquerda.
Portanto, o que enxergamos no espelho n&atilde;o &eacute; exatamente o que as pessoas observam ao olharem para n&oacute;s.
<h2>As selfies corrigem esse problema?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/15/15092856025027.jpg" alt="As c&acirc;meras de celular podem ou n&atilde;o resolver essa problem&aacute;tica. (Fonte: Pexels)" />As c&acirc;meras de celular podem ou n&atilde;o resolver essa problem&aacute;tica. (Fonte: Pexels)
N&atilde;o exatamente. Quando voc&ecirc; liga a c&acirc;mera do celular e se olha pela tela do smartphone, voc&ecirc; v&ecirc; exatamente o que o espelho mostra &ndash; ou seja, uma imagem invertida. Fa&ccedil;a o teste. Exceto para os casos de aplicativos que automaticamente invertem as cenas registradas em tempo real, voc&ecirc; ter&aacute; a impress&atilde;o de que est&aacute; apenas olhando para o espelho.
Por&eacute;m, experimente tirar uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120087-12-das-fotos-mais-importantes-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">foto</a>. Se o app novamente n&atilde;o inverter a captura, essa sim vai ser a imagem que o espelho (ou o celular) n&atilde;o mostram. E essa &eacute; a verdadeira "pessoa" que os outros enxergam ao observarem voc&ecirc;. O que os celulares fazem, no final das contas, &eacute; criar uma foto a partir da perspectiva do sensor. &Eacute; como se ali na c&acirc;mera frontal do aparelho houvesse "algu&eacute;m" que traduzisse exatamente o que est&aacute; enxergando a partir daquela perspectiva.
Para corrigir esse problema, voc&ecirc; pode procurar aplicativos de c&acirc;mera que "invertem" a imagem da selfie &ndash; na verdade, o app n&atilde;o inverte, mas mostra a perspectiva do sensor &ndash; e enxergar em tempo real o que os outros veem ao olharem para voc&ecirc;. Tirar uma foto tamb&eacute;m ajuda, pois as imagens capturadas geralmente refletem a perspectiva correta.
<h2>O "outro problema" das fotos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/15/15092909208029.jpg" alt="A quest&atilde;o das selfies &eacute; que fazemos uma " pose="" que="" geralmente="" n="" o="" reflete="" nosso="" comportamento="" natural="" fonte:="" pexels="" />A quest&atilde;o das selfies &eacute; que fazemos uma "pose" que geralmente n&atilde;o reflete nosso comportamento natural. (Fonte: Pexels)
Essa discuss&atilde;o dos espelhos e a realidade por tr&aacute;s das fotos &eacute; um assunto sobre o qual muitos j&aacute; devem ter pensado. Por&eacute;m, existe "outro problema" que surgiu exatamente por conta do excesso de selfies (e outros tipos de retratos) que tiramos diariamente: a "maquiagem" que costuma ser colocada nas fotos.
Esse &eacute; um aspecto mais subjetivo e psicol&oacute;gico da discuss&atilde;o. A verdade &eacute; que, ao tirarmos uma selfie (ou escolhermos a pose para uma foto qualquer), fazemos caras e bocas que geralmente n&atilde;o s&atilde;o as que exibimos quando n&atilde;o estamos naquela circunst&acirc;ncia espec&iacute;fica.
Nesse sentido, tamb&eacute;m "enganamos" os outros e a n&oacute;s mesmos ao observar um registro fotogr&aacute;fico. Aquela &ldquo;pessoa&rdquo; na foto n&atilde;o &eacute; voc&ecirc; de verdade, mas a imagem que voc&ecirc; se esfor&ccedil;a para transmitir para quem vai ver aquela fotografia depois.
Portanto, seu "reflexo verdadeiro" seria aquele capturado por uma c&acirc;mera e sem seu consentimento. Essa seria a real imagem observada por aqueles que olham para voc&ecirc;. Sem invers&atilde;o e sem a "maquiagem psicol&oacute;gica" que aplicamos em nosso rosto.

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Será que você já viu seu reflexo verdadeiro?

Imagem de Qual é o buraco mais profundo já cavado pelo ser humano? no megacurioso

Em nome da Ciência, cavamos até encontrar evidências de vida pré-cambriana

Entre o final da d&eacute;cada de 1950 e in&iacute;cio da d&eacute;cada de 1960, os estadunidenses e sovi&eacute;ticos estavam envolvidos em outra guerra, menos famosa e impactante do que a Guerra Fria: qual das duas na&ccedil;&otilde;es seria capaz de <a href="https://www.megacurioso.com.br/mundo-verde/41970-os-9-buracos-naturais-mais-fascinantes-do-planeta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cavar o buraco mais profundo&nbsp;</a>na crosta terrestre?
Os Estados Unidos (EUA) interromperam o projeto na costa do Pac&iacute;fico do M&eacute;xico. J&aacute; os cientistas sovi&eacute;ticos seguiram com os trabalhos gra&ccedil;as ao apoio do Conselho Cient&iacute;fico Interdepartamental para o Estudo do Interior da Terra e da Perfura&ccedil;&atilde;o Superdeep. Batizado de Kola Superdeep Borehole, o buraco de 12.262 metros levou 20 anos para ser conclu&iacute;do.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: Interesting Engineering/Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;" data-fonte-url="https://interestingengineering.com/video/whats-inside-the-worlds-deepest-artificial-hole"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/14/14110716508120.jpg" alt="(Fonte: Interesting Engineering/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Interesting Engineering/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2 class="uk-text-justify">O projeto Kola</h2>
Na verdade, o po&ccedil;o deveria ser ainda mais profundo, j&aacute; que os pesquisadores planejavam atingir 14,5 mil metros. Por&eacute;m, a 12 quil&ocirc;metros <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117879-buracos-gigantes-surgem-na-croacia-apos-maior-terremoto-registrado-no-local.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">abaixo da superf&iacute;cie terrestre</a>, as rochas de 2,7 bilh&otilde;es de anos surpreenderam os cientistas com temperaturas em torno dos 180 graus Celsius.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/14/14111357165131.jpg" alt="(Fonte: Article Stone/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Article Stone/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Tanto calor danificou os tubos e as brocas, al&eacute;m disso, as pr&oacute;prias rochas tinham uma consist&ecirc;ncia mais porosa e male&aacute;vel, tanto que os pesquisadores sovi&eacute;ticos chegaram a dizer que elas se comportavam mais como pl&aacute;stico do que com material geol&oacute;gico. Devido a tais problemas o projeto foi interrompido em 1992.
Ainda assim, com o Kola Superdeep Borehole, os sovi&eacute;ticos conseguiram obter uma vis&atilde;o direta da crosta, o que foi fundamental para colocar &agrave; prova algumas teorias. Por exemplo, os cientistas notaram a falta da transi&ccedil;&atilde;o do granito para o basalto, algo que eles esperavam encontrar entre 3 e 6 quil&ocirc;metros abaixo da superf&iacute;cie terrestre.
Tamb&eacute;m encontraram aspectos mais intrigantes, como as rochas com mais de 2 bilh&otilde;es de anos que ainda guardavam resqu&iacute;cios de atividade biol&oacute;gica &mdash; o que foi comprovado pelos pesquisadores com base em formas de f&oacute;sseis microsc&oacute;picas envoltas em compostos org&acirc;nicos que permaneceram intactos, mesmo considerando a press&atilde;o e as altas temperaturas das rochas ao redor.
<h2 class="uk-text-justify">Por que cavamos buracos?</h2>
Os dados produzidos pela perfura&ccedil;&atilde;o do buraco de Kola ainda s&atilde;o utilizados para muitos estudos atualmente. Existe at&eacute; um reposit&oacute;rio de amostras, o Kola Core Repository, situado na cidade Zapolyarny, a cerca de 10 quil&ocirc;metros ao sul do buraco.
Desde que houve a interrup&ccedil;&atilde;o do projeto Kola Superdeep Borehole, em 1992, j&aacute; <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/107011-buracos-estranhos-aparecem-no-artico-e-nao-se-sabe-ao-certo-o-que-eles-sao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">foram cavados buracos mais profundos</a>, especialmente em busca de petr&oacute;leo, mas Kola continua sendo o &ldquo;maior buraco do mundo&rdquo;, figurando uma das mais importantes rel&iacute;quias produzidas pela ci&ecirc;ncia sovi&eacute;tica.
Para os cientistas, quanto mais fundo conseguir ir, melhor. Afinal, assim ser&aacute; poss&iacute;vel compreender como tudo funciona, incluindo o comportamento dos vulc&otilde;es e dos terremotos, bem como a evolu&ccedil;&atilde;o do planeta.

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