Imagem de De calvície à ancestralidade: tudo que um teste de DNA pode revelar sobre você no megacurioso

Os testes genéticos podem descobrir muito mais sobre suas características do que você já imaginou

Sempre em busca de autoconhecimento, os seres humanos procuram respostas sobre o mundo e sobre seu pr&oacute;prio corpo h&aacute; s&eacute;culos. O mais surpreendente, no entanto, &eacute; que a maior parte dessas informa&ccedil;&otilde;es podem ser encontradas em um s&oacute; lugar: no nosso DNA.
No ano de 1869, o bioqu&iacute;mico Johann Friedrich Miescher teorizou pela primeira vez sobre o papel do DNA como elemento que carrega caracter&iacute;sticas intr&iacute;nsecas a um indiv&iacute;duo. A confirma&ccedil;&atilde;o dessas hip&oacute;teses s&oacute; foi acontecer um s&eacute;culo mais tarde, em 1953, quando Francis Crick, James Watson e Maurice Wilkins comprovaram a tridimensionalidade e papel gen&eacute;tico da mol&eacute;cula.
Desde ent&atilde;o, esse &eacute; um assunto que cativa qualquer um. Como &eacute; poss&iacute;vel as respostas para toda a hist&oacute;ria e ancestralidade de gera&ccedil;&otilde;es da sua fam&iacute;lia, doen&ccedil;as que voc&ecirc; pode vir a ter em 50 anos, caracter&iacute;sticas f&iacute;sicas e comportamentais, e muito mais, estarem todas em uma mol&eacute;cula dentro de voc&ecirc; mesmo?
Pensando na complexidade disso, empresas como a meuDNA se dedicam ao estudo e &agrave; investiga&ccedil;&atilde;o do DNA humano.&nbsp;
<h2 dir="ltr">Como a an&aacute;lise &eacute; feita?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/11/fonte-getty-images-11113013616070.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Com formato de h&eacute;lice, o DNA &eacute; uma mol&eacute;cula que carrega todas as instru&ccedil;&otilde;es gen&eacute;ticas para o funcionamento dos seres vivos. Ele &eacute; o respons&aacute;vel por transmitir as caracter&iacute;sticas f&iacute;sicas e heredit&aacute;rias de um mesmo grupo gen&eacute;tico, como um cat&aacute;logo de streaming completo sobre voc&ecirc; e todos os familiares que vieram anteriormente.
Mas com tanta informa&ccedil;&atilde;o assim, se voc&ecirc; estiver curioso, empresas de testes de DNA conseguem organizar e desvendar os segredos que est&atilde;o dentro de voc&ecirc;. Por meio da saliva, os especialistas fazem o sequenciamento de todos os genes de uma pessoa para encontrar uma lista de variantes gen&eacute;ticas.
Segundo o Dr. David Schlesinger, geneticista respons&aacute;vel pelas an&aacute;lises da empresa meuDNA, existe um sequenciamento chamado &ldquo;genoma de refer&ecirc;ncia&rdquo; utilizado por todos os bancos de dados do mundo. Quando a pessoa faz o teste, o seu sequenciamento individual, ou exoma, &eacute; comparado a esse genoma &ldquo;base&rdquo;. Tudo que &eacute; diferente entre eles &eacute; organizado em uma lista de variantes gen&eacute;ticas, tamb&eacute;m chamadas de muta&ccedil;&otilde;es.
<span data-fonte="Getty Images" data-fonte-url="https://www.gettyimages.com.br/detail/foto/female-studying-dna-samples-computer-screens-with-imagem-royalty-free/1295493003?phrase=genetic+test" class="img-fc"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/11/fonte-getty-images-11113036547071.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Finalmente, &ldquo;temos uma lista de algoritmos diferentes, que pegam essas muta&ccedil;&otilde;es e comparam com bancos de dados, com diferentes doen&ccedil;as, com caracter&iacute;sticas f&iacute;sicas, e encaixam numa pessoa. Isso tudo resulta, por exemplo, na porcentagem de ancestralidade, na cor do cabelo, ou se voc&ecirc; tem alguma variante rara para certas doen&ccedil;as, como c&acirc;ncer de mama&rdquo;, finaliza Schlesinger.
Al&eacute;m disso, existem muitos bancos p&uacute;blicos de ancestralidade. Um dos maiores &mdash; o que &eacute; utilizado para as an&aacute;lises do meuDNA &mdash; &eacute; o Human Genome Diversity Project, em que &eacute; poss&iacute;vel baixar os dados de algumas milhares de pessoas. De acordo com Schlesinger, esse &eacute; o processo base e ponto de partida para todos os algoritmos usados no mundo hoje.
<h2 dir="ltr">Origens</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/11/fonte-meudna-divulgacao-11113546987076.png" alt="(Fonte: meuDNA/Divulga&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: meuDNA/Divulga&ccedil;&atilde;o)
Frequentemente somos questionados sobre nossas descend&ecirc;ncias, e o Brasil &eacute; recheado pelas mais variadas delas. &Eacute; f&aacute;cil esquecer, mas quem somos e onde estamos &eacute; resultado de uma s&eacute;rie de movimentos e viagens feitas por gera&ccedil;&otilde;es anteriores &agrave; sua.
Por&eacute;m, se a hist&oacute;ria de uma fam&iacute;lia n&atilde;o for documentada, infelizmente a tend&ecirc;ncia &eacute; que os esfor&ccedil;os dos seus antepassados sejam simplesmente esquecidos. Ou, pelo menos, &eacute; como costumava ser.
Uma das informa&ccedil;&otilde;es mais interessantes de testes gen&eacute;ticos &eacute; redescobrir, literalmente, sua origem. A maior parte de empresas que analisam ancestralidade pelo DNA costumam ainda complementar o resultado com uma aula de hist&oacute;ria, mostrando os prov&aacute;veis eventos que fizeram sua fam&iacute;lia migrar para outro lugar.
Sua composi&ccedil;&atilde;o gen&eacute;tica tamb&eacute;m destrincha sua descend&ecirc;ncia com a maior proximidade poss&iacute;vel. Eu e minha fam&iacute;lia, por exemplo, fomos surpreendidos pelos 10% de DNA escandinavo, o que nos fez entrar em uma discuss&atilde;o e investiga&ccedil;&atilde;o de qual parte da nossa &aacute;rvore geneal&oacute;gica veio aquele resultado.
<h2 dir="ltr">Perfil</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/11/fonte-meudna-divulgacao-11113626237079.png" alt="(Fonte: meuDNA/Divulga&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: meuDNA/Divulga&ccedil;&atilde;o)
Definitivamente a categoria mais divertida dos testes gen&eacute;ticos, o Perfil faz um cat&aacute;logo completo das suas particularidades. Sabe quando somos impactados por novos estudos com resultados que nunca temos exatamente certeza para que servem? Bom, voc&ecirc; acaba de descobrir!
&ldquo;Essas publica&ccedil;&otilde;es sequenciam e analisam geneticamente muitas pessoas, e tamb&eacute;m fazem os questionamentos. &Agrave;s vezes os estudos medem a altura, certos gostos peculiares, caracter&iacute;sticas de personalidade, &agrave;s vezes s&atilde;o provas de QI&hellip; mas o que eles tentam achar s&atilde;o diferen&ccedil;as gen&eacute;ticas baseadas nos v&aacute;rios fen&oacute;tipos que existem pelo mundo&rdquo;, explica Schlesinger.
Por meio das conclus&otilde;es dessas fontes, algoritmos s&atilde;o criados para identificar se a mesma muta&ccedil;&atilde;o est&aacute; presente na an&aacute;lise da sua composi&ccedil;&atilde;o gen&eacute;tica. Isso significa tamb&eacute;m que quanto mais estudos s&atilde;o publicados, mais o banco de dados &eacute; atualizado, e mais precisos ser&atilde;o os resultados.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/11/fonte-meudna-divulgacao-11113852352082.png" alt="(Fonte: meuDNA/Divulga&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: meuDNA/Divulga&ccedil;&atilde;o)
Nessa categoria, o meuDNA atualiza seu perfil semanalmente com novos resultados e curiosidades sobre tra&ccedil;os f&iacute;sicos, comportamento, alimenta&ccedil;&atilde;o e muitos outros. Dentro dela, alguns dados j&aacute; dispon&iacute;veis s&atilde;o: consumo de bebidas alco&oacute;licas, consumo de salada, sua predisposi&ccedil;&atilde;o &agrave; calv&iacute;cie, bronzeamento, envelhecimento facial, etc.
Vale lembrar que voc&ecirc; pode ter predisposi&ccedil;&atilde;o alta ao tabagismo, por exemplo, mas se voc&ecirc; nunca fumar, o resultado estar&aacute; errado. Ou seja, eles podem variar e s&atilde;o diretamente influenciados pelo estilo de vida do indiv&iacute;duo, &ldquo;estamos trazendo uma &lsquo;brincadeira&rsquo;, mais como uma curiosidade, utilizando o conhecimento cientifico. &Eacute; muito comum ouvirmos &lsquo;X estudo descobriu isso&rsquo;, mas n&atilde;o sabemos para qu&ecirc; serve. Agora, estamos trazendo para a nossa realidade e sempre o atualizando conforme chegam mais dados&rdquo;, argumenta o geneticista. E, vamos combinar que, pelo menos, &eacute; um &oacute;timo &ldquo;papo de bar&rdquo;.
<h2 dir="ltr">Sa&uacute;de</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/11/fonte-meudna-divulgacao-11113659851081.png" alt="(Fonte: meuDNA/Divulga&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: meuDNA/Divulga&ccedil;&atilde;o)
Essa &eacute;, al&eacute;m de interessant&iacute;ssima, talvez uma das informa&ccedil;&otilde;es mais importantes presentes dentro de n&oacute;s. Muito do que seremos acometidos no futuro pode j&aacute; estar presente desde o nascimento, como pr&eacute;-disposi&ccedil;&atilde;o &agrave; diabete, certos tipos de c&acirc;ncer, etc.
Diferente da an&aacute;lise feita na parte de Perfil, em que os bancos de dados se atualizam e mudam constantemente, na categoria Sa&uacute;de, segundo Schlesinger, os resultados s&atilde;o quase bin&aacute;rios: sim ou n&atilde;o. &ldquo;Quando vamos analisar c&acirc;nceres, por exemplo, usamos os dados de variantes raras, porque s&atilde;o muito determin&iacute;sticas. Ou seja, se aquela muta&ccedil;&atilde;o existir, as chances de voc&ecirc; vir adquirir aquilo &eacute; muito maior&rdquo;, diz o geneticista.
No entanto, vale lembrar que estamos falando de probabilidade, e um dos fatores que mais interferem no desenrolar da sua sa&uacute;de &eacute; o ambiental. Como exemplifica Schlesinger, &ldquo;voc&ecirc; pode ter a maior predisposi&ccedil;&atilde;o do mundo para c&acirc;ncer de pele, mas se morar dentro de uma caverna, a chance de adquirir &eacute; muito baixa. Ao mesmo tempo, a falta de sol pode resultar em ossos fracos, falta de vitaminas e outras doen&ccedil;as.&rdquo;
Os resultados de sa&uacute;de coletados por testes gen&eacute;ticos s&atilde;o exatamente os mesmos que viriam de um exame laboratorial. Isso n&atilde;o significa que ele &eacute; um diagn&oacute;stico, mas pode servir de alerta para alguma predisposi&ccedil;&atilde;o desconhecida at&eacute; o momento do teste. A recomenda&ccedil;&atilde;o &eacute;, se algo te preocupou, procure um m&eacute;dico para explicar, complementar, e at&eacute; mesmo investigar suas suspeitas. E, citando Schlesinger, &ldquo;isso &eacute; s&oacute; o comecinho de tudo que &eacute; poss&iacute;vel entregar de informa&ccedil;&atilde;o!&rdquo;

thumb-image-2024-02-29T14:07:04.326Z

De calvície à ancestralidade: tudo que um teste de DNA pode revelar sobre você

Imagem de Marte está girando mais rápido e os cientistas não sabem por que no megacurioso

Cientistas usaram dados da sonda InSight para estudar núcleo, manto e atmosfera de Marte, que evidenciaram uma lenta aceleração na rotação do planeta

<head></head><body>Definido como "um experimento histórico" por cientistas do Observatório Real da Bélgica, um estudo constatou que <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126947-explosao-solar-e-sentida-em-marte-lua-e-terra-pela-1-vez.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o planeta Marte passou a girar mais rápido</a>. Ainda sem uma explicação comum para o motivo, a velocidade de rotação está aumentando à taxa de 4 milissegundos por ano, o que corresponde a um encurtamento do dia marciano em frações de milissegundo.&nbsp;Para conseguir detectar tais alterações tão sutis, os autores do estudo utilizaram dados fornecidos pela InSight, uma sonda espacial da NASA <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/110205-missao-insight-pousa-com-sucesso-em-marte-e-ja-envia-foto-para-a-terra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">que pousou no Planeta Vermelho em 26 de novembro de 2018</a>. Apesar de ficar sem energia em dezembro do ano passado, o transponder de rádio do equipamento (conhecido como RISE) conseguiu coletar mais de quatro anos de dados.O artigo publicado recentemente na revista Nature trabalhou com medições feitas nos primeiros 900 dias da missão em Marte: o funcionamento do RISE consistia em enviar ondas de rádio para o espaço e avaliar quanto tempo elas levavam para voltar à superfície do planeta. Foi como se a InSight fotografasse cada giro planetário.<h2>Por que Marte está girando mais rápido?</h2><iframe width="640" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/NTo5-YsjWlI" title="How NASA Uses Gravity and Radio Waves to Study Planets and Moons" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>O estudo não expressa um consenso sobre o que está causando realmente a aceleração na rotação de Marte, mas algumas teorias são discutidas. Uma delas propõe que <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124971-novo-mapa-em-alta-definicao-revela-os-segredos-de-marte.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o acúmulo de gelo nos polos do planeta</a> pode estar alterando a distribuição de sua massa.&nbsp;Outra explicação, o chamado rebote pós-glacial, afirma que massas de terra podem se elevar após terem sido soterradas pelo gelo por milênios.&nbsp;Finalmente, há a questão do núcleo marciano, observado de forma inédita pela InSight. O estudo revelou um núcleo irregular, menor que o da Terra, mas extenso em relação ao planeta. Nessa teoria, o material derretido se “espalha” à medida que Marte gira.<h2>Qual a importância das descobertas da sonda InSight?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/10/10135244312176.jpg" alt="(Fonte: NASA/JPL-Caltech)">(Fonte: NASA/JPL-Caltech)Conhecer a estrutura interior <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126816-lua-de-marte-vai-cair-sobre-o-planeta-sera-que-a-nossa-tambem-vai.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">e também a atmosfera de Marte</a> é fundamental para compreender como o planeta se formou e evoluiu. A grande questão até agora é que esses dados sobre o interior planetário ainda não estavam acessíveis. Nesse sentido, os dados da missão InSight representam um ponto de inflexão, pois permitiram separar informações do núcleo, do manto e da crosta.&nbsp;A análise dos sinais do RISE possibilitou uma medição inédita da chamada "nutação", que é como o planeta oscila devido à agitação do seu interior líquido. Isso eliminou de vez a tese de um núcleo totalmente sólido em Marte, estimando a existência de um núcleo líquido com "raio de 1.835 quilômetros, com margem de erro de 55 quilômetros, e uma densidade média de 5.955 a 6.290 quilos por metro cúbico", diz o estudo.&nbsp;"Resultados como este fazem todas essas décadas de trabalho valerem a pena", declarou em um release Bruce Banerdt, coautor do trabalho que se aposentou do cargo de principal pesquisador da InSight, após 46 anos de trabalho.&nbsp;</body>

thumb-image-2024-02-29T14:07:04.214Z

Marte está girando mais rápido e os cientistas não sabem por que

Imagem de Psicanálise é pseudociência? Livro reacende a polêmica sobre a teoria  no megacurioso

Livro recém-lançado por Natalia Pasternak e Carlos Orsi tem suscitado o debate sobre a validade científica dos estudos de Sigmund Freud

<head></head><body>Recentemente, o lançamento do livro&nbsp;Que bobagem! Pseudociências e outros absurdos que não merecem ser levados a sério, dos pesquisadores Natalia Pasternak e Carlos Orsi, levantou bastante polêmica por conta de algumas afirmações. E uma delas é a descrição da psicanálise como "pseudociência".A colocação joga luz a uma discussão antiga, que diz respeito ao debate em torno do trabalho de Sigmund Freud, o fundador da <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122618-psicanalista-psicologo-e-psiquiatra-qual-e-a-diferenca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">psicanálise</a>. Ao longo da história, há quem tenha categorizado a sua teoria de pseudocientífica e os que defenderam que os efeitos da psicanálise podem ser verificados empiricamente. Vejamos neste texto as diferentes visões sobre este tema.<div dir="ltr"><h2 data-e2e="story-promo-wrapper">O que é a psicanálise?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/07/07183916119427.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)</div>A psicanálise é um campo de estudo da mente oriunda dos estudos do psiquiatra suíço <a href="https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia/61953-freud-grande-influencia-para-a-psicologia-atual-era-viciado-em-cocaina.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sigmund Freud</a>, no século XIX. Ela foi desenvolvida de forma independente à psicologia (ou seja, um psicanalista não precisa necessariamente ser um psicólogo).Este campo tem como base o trabalho com o inconsciente, a parte de nossa mente que opera de modo "automático", de modo que não é possível controlá-lo. É neste "espaço" que ficam guardados memórias, impulsos e desejos reprimidos que, por vezes, interferem na nossa vida e em nossas ações sem que tenhamos consciência disso.Freud acreditava que uma boa parte das nossas memórias da infância ficava armazenada no <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121307-5-coisas-no-corpo-que-sao-comandadas-pelo-subconsciente.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">inconsciente</a>, moldando a nossa personalidade e causando influência na nossa vida, mesmo depois da chegada da idade adulta. Por isso, a psicanálise se utilizaria de métodos específicos para que se pudesse "penetrar", por meio da linguagem, neste lado mais inacessível da mente, de modo a conseguir entender e agir sobre aquilo que nos causa sofrimento.O psiquiatra suíço entendia a psicanálise como uma ciência natural, mas, ao mesmo tempo, definia-se, com certo humor, não como um homem da ciência, mas como "um conquistador, um aventureiro".&nbsp;Por conta disso, sua teoria encontrou vários críticos. O filósofo austríaco Karl Popper, por exemplo, postulou que a psicanálise seria uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124558-6-pseudociencias-que-precisam-acabar-de-uma-vez-por-todas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pseudociência</a> pois suas hipóteses não poderiam ser refutadas por métodos empíricos (ou seja, por experimentos feitos com bases científicas).&nbsp;Assim, para este pensador, ela estaria perto da superstição. Popper acreditava que a psicanálise podia ser usada para explicar a forma como uma pessoa se comporta sem dar margem a qualquer tipo de refutação, uma vez que não haveria formas de testá-la ou comprová-la.Um fator que também conspiraria em prol dessa concepção pseudocientífica é o fato de que as teorias de Freud nunca chegaram a ser contestadas ou desmentidas pelos estudiosos da psicanálise, quase como se ela estivesse protegida de qualquer crítica.Outros estudiosos — oriundos tanto das Ciências Naturais quanto Humanas — também defenderam a pseudocientificidade da psicanálise. Dentre eles, estão o psicólogo Steven Pinker, o linguista Noam Chomsky e o físico Richard Feynman.<h2>A defesa do caráter científico da psicanálise</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/07/07183952130429.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Mas há também os pensadores que defendem outra visão, que estende os critérios científicos para além dos parâmetros postulados historicamente pelas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125499-qual-e-o-gosto-da-agua-mais-antiga-da-terra-de-2-bilhoes-de-anos-cientista-responde.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Ciências Naturais</a>. É o caso do psicanalista e professor de Psicologia da USP Cristian Dunker. Segundo ele, a psicanálise até pode não se enquadrar no conceito de ciência específico tratado por Pasternak e Orsi — mas isso se deve ao próprio conceito, que estaria repleto de contradições e problemas."Temos evidências, participamos do debate científico, estamos na história da ciência. E pelas evidências e pesquisas que a gente dispõe, a psicanálise não é uma pseudociência", afirmou Dunker em matéria do portal Terra.Há estudiosos que seguem a mesma linha, dizendo que, mesmo que a psicanálise não siga o mesmo padrão de cientificidade de tratamentos médicos tradicionais, ela seria capaz de atingir níveis profundos da psique que outros métodos não conseguem.&nbsp;"Precisamos de uma ampla variedade de opções de tratamento para atender à enorme heterogeneidade da população humana e seus vários sintomas, e indiscutivelmente a psicanálise é uma opção útil", afirma a psicóloga clínica Anna Järvinen, em artigo na revista britânica The Skeptic.Assim, o próprio conceito de ciência precisaria ser encarado de maneira menos uniforme e engessado. "A própria concepção da ciência vai variar ao longo da história. O ataque à psicanálise é pautado num modelo de evidência científica estritamente de ordem empírica, demonstrável em termos de observação laboratorial. A ideia de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125513-4-filosofos-que-morreram-de-formas-bizarras.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">empiria</a> também está ligada nesse contexto a algo que podemos mostrar em termos físicos, ou seja, a evidência é de ordem material", explica o psicanalista e professor da UFPE Érico Andrade, em entrevista à BBC.Deste modo, invalidar a psicanálise como ciência também pode equivaler a desacreditar muitos outros métodos usados para a produção de conhecimento nas Ciências Humanas, uma vez que estas áreas — como, por exemplo, os estudos da Linguagem, da Comunicação, da Psicologia, da Filosofia, entre várias outras — não podem ser avaliadas pelos mesmos parâmetros empíricos usados, por exemplo, em um experimento executado na área da Saúde.</body>

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Psicanálise é pseudociência? Livro reacende a polêmica sobre a teoria 

Imagem de Por que às vezes sentimos a presença de 'pessoas invisíveis'? no megacurioso

Estudos indicam que, em momentos de grande estresse, é comum os seres humanos sentirem presenças inexistentes

<head></head><body>Você já sentiu que havia outra pessoa junto de você quando ninguém estava por perto – e não necessariamente acreditou que estava na presença de algum fantasma? Embora isso possa parecer algum tipo de alucinação bizarra, na verdade se trata de um fenômeno relativamente comum entre os seres humanos — sobretudo quem está muito estressado.&nbsp;Conforme relatado pela reportagem feita pela BBC, esse fenômeno costuma ser comum em quem está viajando ou se aventurando por ambientes isolados, como os alpinistas que escalam o Everest, e pode ser chamado de "fator do terceiro homem". Ficou curioso para saber mais sobre o tema? Veja só os próximos parágrafos!<h2>Efeitos psicológicos</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/28/28002932998004.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Dentro da <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/124414-7-abordagens-da-psicologia-e-suas-diferencas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">psicologia</a>, a experiência de sentir a presença de uma pessoa inexistente é conhecida como "presença sentida". Inclusive, tal fenômeno foi tema principal do livro Presence: The Strange Science and True Stories of the Unseen Other, do professor de psicologia da Durham University Ben Aldenson-Day.Alderson-Day descobriu que essas experiências não se limitam a pessoas em situações extremas. Ou seja, um indivíduo em situação ordinária também poderia ter a sensação de que alguém está dividindo o mesmo ambiente que ele, mesmo que essa pessoa não possa ver esse ser. Inclusive, não é algo tão incomum após <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/124123-como-nosso-cerebro-lida-com-o-luto.htm#:~:text=%E2%80%9CO%20trauma%20emocional%20do%20luto,em%20entrevista%20%C3%A0%20Live%20Science." rel="noopener noreferrer" target="_blank">luto</a> ou em pessoas com psicose.&nbsp;Para alguns, esse fenômeno pode ocorrer como parte da paralisia do sono, quando você acorda, mas não consegue se mover. Os pesquisadores possuem dificuldade de definir exatamente em que consiste uma presença sentida, uma vez que não é experimentada através dos cinco sentidos físicos dos seres humanos. No entanto, isso não faz parte objetivamente de ilusões que envolvem pensamentos.<h2>Busca por explicações</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/28/28002954143007.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Enquanto tentava entender mais sobre esse fenômeno, Alderson-Day acabou se deparando em algo que seria uma combinação de aspectos físicos e psicológicos. No caso de montanhistas e exploradores, a falta de oxigênio no cérebro pode desempenhar um papel fundamental, visto que é conhecido por induzir alucinações.Porém, também é preciso considerar aspectos de sobrevivência. Em algum sentido, é possível que essas pessoas estejam evocando a existência de alguém para tentar ajudá-los a sair de uma situação extrema. Um ponto importante é que alguns pacientes chegam até mesmo ouvir vozes inexistentes, o que possivelmente existiriam apenas para incentivá-los a seguir em frente.Em seus estudos, o professor da Durham University também pontuou que mulheres eram mais propensas a relatar essas presenças e mais propensas a considerá-las angustiantes. Essa é uma experiência mais comum em quem está sofrendo grande estresse físico, uma vez que as informações que recebemos de nossos sentidos nesses momentos podem levar à sensação peculiar de que alguém está conosco.Por fim, a maneira como alguém passa por uma presença sentida pode depender dos seus sentimentos e crenças pessoais — que alteram a percepção do evento. Para Alderson-Day, ainda é preciso mais estudos sobre o corpo e a mente humana para que esse fenômeno relativamente comum seja realmente compreendido.&nbsp;</body>

thumb-image-2024-02-29T14:07:03.168Z

Por que às vezes sentimos a presença de 'pessoas invisíveis'?

Imagem de Erupção vulcânica pode ter causado a Era da "Terra bola de neve" há 700 milhões de anos no megacurioso

Novo estudo sugere que uma erupção massiva pode ter iniciado a Era da 'Terra bola de neve', um dos períodos mais frios do planeta

<head></head><body>Uma erupção vulcânica colossal, que lançou lava suficiente para cobrir uma área três vezes maior que o estado do Texas, pode ter desencadeado um dos períodos mais frios da história da Terra há cerca de 717 milhões de anos, segundo um novo <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126797-como-foi-calculada-a-idade-do-planeta-terra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estudo</a>.Os pesquisadores analisaram amostras de rochas antigas encontradas na região de Mackenzie, no noroeste do Canadá, que são os restos de uma das maiores províncias ígneas do mundo. Essas formações geológicas são o resultado de grandes quantidades de lava solidificada que se espalharam por vastas extensões de terra ou oceano.<h2>Impacto climático de uma erupção rápida e intensa</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/26/26130547178227.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)A pesquisa, publicada na revista Nature Communications, revelou que a erupção ocorreu em um intervalo de tempo muito curto, entre 1 e 2 milhões de anos, o que pode parecer muito para humanos, mas é um tempo insignificante para um planeta. Isso significa que a liberação de gases vulcânicos, como dióxido de carbono e enxofre, foi muito rápida e intensa, alterando o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126805-dois-minerais-nunca-vistos-na-terra-sao-encontrados-em-meteorito.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">clima</a> global.Os autores sugerem que o aumento do dióxido de carbono na atmosfera causou um forte efeito estufa, aquecendo o planeta. No entanto, esse acontecimento também provocou o derretimento das calotas polares e o aumento do fluxo de água doce nos oceanos. Essa água doce reduziu a salinidade e a densidade das águas superficiais, dificultando sua mistura com as águas profundas.Como resultado, o transporte de calor dos trópicos para os polos diminuiu, e as regiões polares começaram a esfriar. Além disso, o enxofre liberado pelos vulcões formou partículas na atmosfera que refletiram parte da radiação solar, contribuindo para o resfriamento.<h2>A Terra bola de neve: um mistério geológico</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/26/26130454756226.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Esses fatores combinados podem ter levado à formação de uma camada de gelo global, conhecida como "Terra bola de neve", que durou cerca de 100 milhões de anos. Nesse cenário, quase toda a superfície do planeta ficou coberta por gelo, exceto algumas regiões equatoriais.Este evento é considerado um dos mais extremos e misteriosos da história geológica do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126811-astronomos-podem-ter-descoberto-dois-planetas-compartilhando-a-mesma-orbita.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">planeta</a>. Os cientistas ainda não sabem exatamente como ele começou e terminou, nem quais foram suas consequências para a evolução da vida.O novo estudo fornece mais evidências de que as erupções vulcânicas em larga escala podem ter sido um dos gatilhos para esse fenômeno. No entanto, os pesquisadores reconhecem que ainda há muitas incertezas e que são necessários mais investigações para confirmar essa hipótese.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:07:02.976Z

Erupção vulcânica pode ter causado a Era da 'Terra bola de neve' há 700 milhões de anos

Imagem de Dieta de plantas pode ter ajudado macacos a ficarem eretos, diz estudo no megacurioso

Segundo pesquisadores, os primatas acostumados a se alimentar de folhas verdes teriam sido forçados a ficarem de pé para buscar frutas nas copas de árvores

<head></head><body>Dois novos estudos trouxeram novas informações não apenas sobre a evolução inicial dos hominídeos, mas também sobre como as primeiras florestas gramadas apareceram dentro do continente africano. O primeiro documento, publicado na revista Science, sugere que a vida nas florestas abertas da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126730-vestigios-de-geleira-de-2-9-bilhoes-de-anos-sao-achados-na-africa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">África</a> e uma dieta rica em folhas podem ter influenciado os macacos a ficarem de pé.&nbsp;Há algum tempo, antropólogos já acreditavam que nossos ancestrais teriam desenvolvido um torso ereto para colher frutas nas florestas. Dessa forma, primatas maiores precisariam distribuir seu peso nos galhos que brotavam dos troncos e estender as mãos para pegar uma fruta. Como a execução dessa tarefa é mais fácil se o animal estiver de pé, eles se adaptaram. Entenda mais sobre o caso!<h2>Verticalização dos primatas</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/26/26173310018488.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Uma nova pesquisa feita com um macaco fossilizado de 21 milhões de anos, da espécie Morotopithecus bishopi, sugere que os primeiros primatas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126772-por-que-os-macacos-dessa-ilha-fazem-mais-sexo-com-machos-do-que-femeas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">macacos</a> realmente comiam as folhas em uma floresta sazonal, a qual possuía copas de árvores quebradas e áreas gramadas abertas. Por conta dessa paisagem, ao contrário das florestas fechadas, esses animais possivelmente foram impulsionados a adquirir uma estrutura vertical.Ambos os artigos a respeito do tema surgiram de uma colaboração de paleontólogos internacionais chamada Research on Eastern African Catarrhine and Hominoid Evolution Project (REACHE). Os estudos foram coordenados por Laura MacLatchy, paleoantropóloga da Universidade de Michigan.A pesquisa se concentrou em um lugar no leste de Uganda chamado Moroto. Nessa região, os pesquisadores encontraram fósseis em uma única camada de rocha, o que foi o suficiente para recriar o ambiente do Morotopithecus.<h2>Adaptando ao ambiente</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/26/26173344878489.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Ao observar a área de Uganda, a equipe de pesquisa descobriu que as plantas nessa paisagem sofriam de um fenômeno chamado "estresse hídrico", o que significa que elas viviam em períodos sazonais de chuva e aridez. Essas mudanças indicavam que os macacos teriam que depender de algo diferente das frutas para sobreviver.Portanto, essa descoberta sugere que o Morotopithecus&nbsp;provavelmente viveu em uma floresta aberta, pontuada por florestas de copas quebradas compostas por arbustos e árvores. "Esse contexto geral de ecossistemas abertos de florestas sazonais foram essenciais para moldar a evolução de diferentes linhagens de mamíferos, incluindo e, especialmente em nosso caso, como diferentes linhagens de macacos evoluíram", relatou o coautor do estudo John Kingston.&nbsp;Neste mesmo período histórico, a África Oriental viu uma grande mudança em sua topografia. Essa reviravolta resultou no clima regional e em sua vegetação conhecida hoje em dia. Acredita-se que essa mudança ambiental tenha favorecido animais bípedes terrestres, o que teria feito com que nossos ancestrais caminhassem no chão pelo fato das árvores estarem mais afastadas.&nbsp;Curiosamente, esses ambientes já estavam presentes pelo menos 10 milhões de anos antes da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125679-por-que-nem-todo-macaco-nao-se-transformou-em-humano-na-evolucao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">evolução</a> do bipedalismo. Na visão dos pesquisadores, isso é informação suficiente para que nós tenhamos que também repensar as origens humanas.</body>

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Dieta de plantas pode ter ajudado macacos a ficarem eretos, diz estudo

Imagem de Por que o ouro é um mineral tão "macio"? no megacurioso

Estudos científicos tentam compreender quais propriedades tornam o ouro o elemento mais maleável de toda a tabela periódica

<head></head><body>Um fato curioso sobre a tabela periódica é que o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122668-qual-a-origem-do-ouro-ele-teria-vindo-no-espaco.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ouro</a> é conhecido por ser o elemento mais maleável dentro dela. Inclusive, um estudo feito em 1977 pela Universidade de Leeds, na Inglaterra, provou que esse metal é tão maleável que pode ser martelado para se tornar mais fino que um comprimento de onda da luz visível.Então, como é possível um metal ser tão maleável assim? Para começar a discussão, precisamos primeiro distinguir a maleabilidade da suavidade. Somente assim, podemos entender todas as particularidades que fazem o ouro ser um elemento bastante único.<h2>Maleabilidade X suavidade</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/01/01015954421011.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)A maleabilidade é o nome utilizado pelos pesquisadores para medir o quanto um material pode ser martelado em uma nova forma sem quebrar. Enquanto outros metais tendem a se fragmentar quando batidos além de um certo ponto, um exemplar de 28 gramas de ouro pode ser martelado em uma folha de até 5 metros de comprimento.Além disso, as chamadas folhas de ouro podem medir 0,000127 milímetros de espessura — o que já é 400 vezes mais fino do que um fio de cabelo humano. Por outro lado, a dureza e a suavidade de um material normalmente significa o quão resistente ele realmente é.Com base na escala de Mohs, que mede o quão bem um material resiste a arranhões, o ouro não aparece nas primeiras colocações. Estudos mostram que o césio pode ser cortado até mesmo com uma faca de manteiga, o que o colocaria como o elemento mais macio pelo <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/121941-9-recordes-que-felizmente-nao-existem-mais-no-guinness-book.htm#:~:text=1.,tempo%20com%20um%20cachimbo%20aceso&amp;text=Na%20primeira%20edi%C3%A7%C3%A3o%2C%20Paul%20Lauderback,%C3%B3bvios%2C%20deixou%20de%20ser%20inclu%C3%ADdo." rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guinness World Records</a>. O mercúrio, por sua vez, é muito mais facilmente deformado do que o ouro.&nbsp;<h2>Propriedades do ouro</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/01/01020044610012.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)A maleabilidade do ouro é justamente o principal fator que faz com que muitos pesquisadores o considerem um <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123066-tabela-periodica-conheca-o-uso-pratico-dos-elementos-na-vida-real.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">elemento</a> extremamente macio. Porém, o que torna esse metal tão maleável? De acordo com os estudos, existem dois fatores em questão: sua estrutura atômica e a forma como seus átomos se unem.A estrutura atômica do ouro consiste em uma estrutura cristalina cúbica de face centrada. Nessa forma, cada átomo é cercado por 12 átomos vizinhos. O arranjo desses átomos em uma rede cúbica centrada na face permite uma deformação fácil sem interromper a estrutura geral.Além disso, o ouro é um metal, o que quer dizer que seus átomos são mantidos juntos por ligações metálicas nas quais os elétrons mais externos de cada átomo são livres para se mover pela estrutura geral.&nbsp;Essa nuvem de elétrons permite que os átomos deslizem uns sobre os outros facilmente, tornando o ouro um metal extremamente maleável.Para finalizar, o ouro não é um metal conhecido por se ligar quimicamente a outros elementos. Isso quer dizer que grãos de ouro não são manchados por camadas de óxido em suas superfícies. Esses óxidos tornam metais como o cobre e prata mais propensos a se fragmentar, o que atrapalha bastante na maleabilidade.</body>

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Por que o ouro é um mineral tão 'macio'?

Imagem de Evidência mais antiga de 'curry' fora da Índia é descoberta por arqueólogos no megacurioso

Segundo pesquisadores, o antigo processamento de especiarias no Sudeste Asiático revela rotas de comércio de ingredientes não conhecidas anteriormente

<head></head><body>Um grupo de arqueólogos trabalhando no sudeste da Ásia descobriu a evidência mais antiga da região de processamento de especiarias usadas nos pratos apelidados pelos ocidentais como "curry". Os indícios foram achados junto de restos mortais de pelo menos 1,8 mil anos, os quais revelaram novos detalhes sobre as rotas comerciais usadas no passado.Antes desse novo estudo, apenas algumas pistas limitadas de documentos antigos na <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/103541-7-coisas-sobre-a-india-que-nunca-passaram-pela-sua-cabeca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Índia</a>, China e Roma forneciam dados sobre os primeiros negócios de especiarias. Contudo, a pesquisa atual é a primeira a confirmar que essas especiarias de fato foram comercializadas e que existiam redes globais de comércio marítimo há quase 2 mil anos. Veja só!<h2>Busca por ingredientes</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Khanh Trung Kien Nguyen&nbsp;" data-fonte-url="https://th-thumbnailer.cdn-si-edu.com/Q1eadLJW5XrqeW7dTTYIp0ZA4wQ=/fit-in/1072x0/filters:focal(400x248:401x249)/https://tf-cmsv2-smithsonianmag-media.s3.amazonaws.com/filer_public/97/42/97422aab-1272-437d-82f5-98f107439b97/untitled-design-1-3-1400x862.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/27/27183228966652.jpg" alt="(Fonte: Khanh Trung Kien Nguyen/Reprodução)">(Fonte: Khanh Trung Kien Nguyen/Reprodução)Na cultura ocidental, a palavra "curry" originou-se por meio dos colonos europeus, que a utilizavam para se referir a qualquer tipo de prato condimentado à base de molho feito no sul da Ásia. O nome, por sua vez, provavelmente veio da palavra tâmil "kari", que pode ser traduzida como "molho".Logo, esse foi um apelido bastante genérico dado pelos colonos para tentar identificar a culinária sul-asiática. O novo estudo comandado pelo arqueólogo Hsiao-chun Hung, da Universidade Nacional da Austrália, examinou restos microscópicos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/74077-veja-como-o-sal-e-as-especiarias-ajudaram-a-temperar-a-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">especiarias</a> em 40 ferramentas de trituração no complexo arqueológico de Óc Eo, no sul do Vietnã, em busca de novas informações.O objetivo inicial dos pesquisadores era saber mais sobre a função das ferramentas de desbaste chamadas "pesani". Contudo, a análise do local revelou vestígios de oito especiarias em 12 das ferramentas de pedra utilizadas ali: açafrão, gengibre, gengibre-chinês, cananga-do-Japão, cravo, <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122751-por-que-a-noz-moscada-e-uma-droga-tao-poderosa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">noz-moscada</a> e canela.&nbsp;De acordo com Hung, isso confirma que as ferramentas eram realmente usadas para processar alimentos, mas também mostra um antigo comércio de especiarias — uma vez que vários desses ingredientes são nativos de regiões distantes. Os dados sugerem que pessoas já transportavam alimentos pelo Oceano Índico ou Pacífico muito antes do imaginado anteriormente.<h2>Rotas das especiarias</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/27/27183252097655.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Um ponto intrigante a respeito das novas descobertas é que ingredientes como o cravo vinham de um grupo específico de ilhas no leste da Indonésia. Portanto, no momento que você encontra evidências milenares desses alimentos fora de contexto, é possível imaginar que comerciantes já estavam viajando pelo mundo por redes marítimas.Além disso, escavações anteriores feitas em Óc Eo — localizada entre canais antigos no lado sudoeste de Mekong — sugerem que a cidade já esteve em um ponto de encontro para as principais rotas comerciais que se estendiam até o Mar Mediterrâneo. A maioria das ferramentas analisadas foi escavada pela equipe de pesquisadores entre 2017 e 2019, enquanto outras foram coletadas anteriormente pelo museu local.Por fim, os estudiosos também encontraram vestígios de coco, restos de arroz e algumas sementes excepcionalmente bem preservadas no local. Uma das sementes de noz-moscada recuperada durante as escavações data para 120 d.C. a 249 d.C., tornando-a o espécime mais antigo conhecido no sudeste da Ásia continental.As descobertas representam a evidência mais antiga de "curry" encontrada fora da Índia e também relevam que a história das receitas à base de especiarias no Sudeste Asiático são centenas de anos mais longa do que se tinha registrado historicamente.&nbsp;</body>

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Evidência mais antiga de 'curry' fora da Índia é descoberta por arqueólogos

Imagem de Fóssil de aranha de 310 milhões de anos é encontrado na Alemanha  no megacurioso

O espécime descoberto no sítio de fósseis de Piesberg é a primeira aranha da Era Paleozoica já encontrada na Alemanha

<head></head><body>Uma pesquisa publicada recentemente na revista PalZ identificou um fóssil de aracnídeo datado entre 310 e 315 milhões de anos como a primeira aranha da Era Paleozoica já encontrada na Alemanha. Além disso, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124745-nova-especie-de-aranha-gigante-e-descoberta-na-australia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">trata-se de uma espécie nova,</a> prontamente nomeada Arthrolycosa wolterbeeki em homenagem ao seu descobridor, o geocientista Tim Wolterbeek.Wolterbeek, que é pesquisador da Universidade de Utrecht, nos Países Baixos, retirou o fóssil da nova aranha dos estratos de Piesberg, na Alemanha, que datam do Carbonífero Superior (moscoviano), uma camada geológica que faz parte da Era Paleozoica. O espécime foi repassado ao especialista em fósseis de aracnídeos, dr. Jason Dunlop, do Museu de História Natural de Berlim.&nbsp;Usando uma câmera Canon EOS R, Dunlop fotografou o fóssil sob álcool para obter uma melhor visualização. Apesar de sua idade incrível, o fóssil apresenta uma representação quase perfeita da aranha paleozoica. Posteriormente, o especialista utilizou um estereomicroscópio para fazer desenhos interpretativos do espécime.&nbsp;<h2>Por que o fóssil foi identificado como de uma "aranha de verdade"?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/31/31181047279441.jpg" alt="(Fonte: Jason Dunlop/PalZ)">(Fonte: Jason Dunlop/PalZ)A aranha identificada no registro fóssil de 310 milhões de anos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126703-aranhas-gigantes-aterrorizam-minas-abandonadas-no-mexico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">foi chamada de "aranha de verdade"</a> para diferenciá-la de outra ordem de aracnídeos do paleozoico, chamados de trigonotarbídeos, parentes antigos e generalizados das aranhas.Diferentemente desses bichos alongados e espinhentos, a Arthrolycosa wolterbeeki possui algumas características comuns com as aranhas modernas, como oito pernas, dois segmentos corporais (cefalotórax e abdome), um par de quelíceras com presas, um par de pedipalpos (estruturas para manipular suas vítimas)&nbsp;e uma fiandeira de seda.&nbsp;Embora existam atualmente mais de 51 mil espécies recentes de aranhas (classe Arachnida: ordem Araneae) e um registro fóssil com 1.427 espécies extintas, as espécies carboníferas são raríssimas, limitando-se agora a apenas 12 conhecidas.&nbsp;<h2>Por que poucas aranhas carboníferas foram preservadas?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/31/31181746760448.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)A fossilização não é um processo tão simples como alguns podem pensar, pois requer algumas condições particulares para ser concluído. Para se ter um fóssil de aranha, é preciso que o corpo do animal — de estrutura delicada em sua maioria — seja coberto por sedimentos, como lama ou areia, logo após a morte.&nbsp;Uma indicação de por que isso não acontece muito com a A. wolterbeeki é a sua notável semelhança com as aranhas mesotheles atuais. De aparência primitiva, esses aracnídeos vivem em tocas subterrâneas para capturar suas presas. Isso limita suas oportunidades de fossilização, visto que raramente entram em conta com corpos de água necessários para preservá-las.&nbsp;Uma possível causa, quando se trata de aranhas fêmeas, seria sua conhecida tendência em levar uma vida sedentária. No entanto, a ausência de um palpo masculino nos fósseis do Carbonífero indica que também os machos não foram preservados. Seja como for, o fóssil de Piesberg se tornou agora um importante holótipo dos Araneae, ou seja, um espécime único e individual que se transforma em referência oficial de uma espécie nova. &nbsp;</body>

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Fóssil de aranha de 310 milhões de anos é encontrado na Alemanha 

Imagem de Conheça os cientistas que se opuseram ao Projeto Manhattan, criador da bomba atômica no megacurioso

Alguns trabalhadores perceberam o potencial destrutivo imenso da arma – e se recusaram a fazer parte do projeto

Enquanto observava a forma&ccedil;&atilde;o da primeira nuvem cogumelo nuclear sobre o deserto de Jornada del Muerto, no Novo M&eacute;xico, o f&iacute;sico <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126835-4-erros-do-filme-oppenheimer-em-relacao-a-vida-do-verdadeiro-cientista.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">J. Robert Oppenheimer</a> disse a si mesmo: "Agora eu me tornei a Morte, o destruidor de mundos".
Essa famosa cita&ccedil;&atilde;o, retirada de um antigo texto hindu chamado Bhagavad-Gita, traz uma quest&atilde;o relevante, por&eacute;m frequentemente negligenciada: por que Oppenheimer e seus colegas concordaram em criar uma arma que, al&eacute;m de acabar com a vida de centenas de milhares de cidad&atilde;os japoneses, poderia, um dia, extinguir toda a vida na Terra?
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126819-projeto-manhattan-como-cientistas-reagiram-a-1-bomba-atomica.htm" target="_blank" rel="sponsored">Projeto Manhattan: como cientistas reagiram &agrave; 1&ordf; bomba at&ocirc;mica?</a>
Dentre os cerca de 130 mil indiv&iacute;duos envolvidos no Projeto Manhattan, a grande maioria n&atilde;o fazia ideia do que estava realmente construindo. Como trabalhadores em uma linha de montagem, eles executavam suas tarefas especializadas sem jamais imaginar o quadro geral. Mas, aqueles que tiveram essa vis&atilde;o, possu&iacute;am suas pr&oacute;prias raz&otilde;es para continuar a empreitada.
<h2>Custo moral envolvido</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/27/27132152719289.jpg" alt="Bomba at&ocirc;mica Little Boy, lan&ccedil;ada sobre Hiroshima, no Jap&atilde;o, em 1945. (Fonte: GettyImages)" />Bomba at&ocirc;mica Little Boy, lan&ccedil;ada sobre Hiroshima, no Jap&atilde;o, em 1945. (Fonte:&nbsp;&nbsp;MPI/Getty Images)
Alguns envolvidos eram motivados pelo dinheiro &mdash; j&aacute; que os sal&aacute;rios do projeto eram supostamente superiores &agrave; m&eacute;dia. Outros agiam por patriotismo, buscando vingan&ccedil;a pelas vidas perdidas em Pearl Harbor. Havia, ainda, aqueles movidos pela curiosidade cient&iacute;fica. O qu&iacute;mico Glenn Seaborg, que chefiava a divis&atilde;o de plut&ocirc;nio, atra&iacute;a novos recrutas ao afirmar: '"Estamos trabalhando em algo mais importante do que a descoberta da eletricidade'". Essa declara&ccedil;&atilde;o quase sempre os deixava empolgados para fazer parte do projeto.
Precisamos dar um &ecirc;nfase ao termo "quase", pois alguns poucos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126819-projeto-manhattan-como-cientistas-reagiram-a-1-bomba-atomica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cientistas</a> consideraram que as promessas de fama e fortuna n&atilde;o valiam o custo moral envolvido. Quando abordada para participar do Projeto Manhattan, Lise Meitner, uma f&iacute;sica austr&iacute;aca creditada com a descoberta da fiss&atilde;o nuclear, respondeu: "Eu n&atilde;o quero ter nada a ver com uma bomba".
Ao lado dela, estavam o f&iacute;sico italiano Franco Rasetti, colaborador de longa data de Enrico Fermi, e o vencedor do Pr&ecirc;mio Nobel, Isidor Rabi. Embora Rabi tenha se recusado a se tornar vice-diretor de todo o projeto, aceitou ser consultor em uma capacidade limitada.
<h2 style="text-align: justify;">Mudan&ccedil;as de opini&atilde;o ao longo do projeto</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/28/fonte-wikimedia-commons-28160152378077.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />Los Alamos. (Fonte: Wikimedia Commons)
Alguns cientistas se juntaram ao Projeto Manhattan inicialmente, mas depois se opuseram quando entenderam o seu potencial destrutivo. Um exemplo &eacute; o f&iacute;sico polon&ecirc;s-brit&acirc;nico Joseph Rotblat, que chegou ao laborat&oacute;rio de Los Alamos em 1944 para liderar a divis&atilde;o te&oacute;rica, mas abandonou o projeto ainda no mesmo ano.
Isso aconteceu quando os cientistas descobriram que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/126770-operacao-valquiria-o-plano-alemao-que-tentou-matar-adolf-hitler.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Alemanha nazista</a>&nbsp;estava longe de desenvolver sua pr&oacute;pria bomba at&ocirc;mica&nbsp;&ndash; preocupa&ccedil;&atilde;o essa&nbsp;que foi uma das principais raz&otilde;es para a cria&ccedil;&atilde;o do Projeto Manhattan. Rotblat chegou a enfrentar acusa&ccedil;&otilde;es de espionagem sovi&eacute;tica por muito tempo, e s&oacute; foi autorizado a retornar aos Estados Unidos em 1964. No entanto, tais acusa&ccedil;&otilde;es n&atilde;o o impediram de continuar sua cruzada antinuclear. Em 1993, ele publicou um livro defendendo a desativa&ccedil;&atilde;o de todas as armas de destrui&ccedil;&atilde;o em massa do planeta.
<span data-fonte="Hulton Archive/Getty Images" data-fonte-url="https://www.gettyimages.com.br/detail/foto-jornal%C3%ADstica/adolf-hitler-german-dictator-ascending-the-steps-at-foto-jornal%C3%ADstica/2658539" class="img-fc"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/28/hulton-archive-getty-images-28160242557081.jpg" alt="Hulton Archive/Getty Images" />(Fonte: Hulton Archive/Getty Images)
Leo Szilard, um cientista h&uacute;ngaro-americano, foi mais um dos que acabaram se arrependendo do tempo que passou em Los Alamos. Ele foi uma das pessoas, juntamente com Albert Einstein, que ajudou a dar in&iacute;cio ao Projeto Manhattan. Em 1945, Szilard percorreu diversos departamentos coletando assinaturas para uma peti&ccedil;&atilde;o que tinha o objetivo de persuadir o presidente Harry Truman a n&atilde;o lan&ccedil;ar suas terr&iacute;veis cria&ccedil;&otilde;es sobre Hiroshima e Nagasaki.&nbsp;
A peti&ccedil;&atilde;o, assinada por mais de 70 especialistas, argumentava que, embora fosse necess&aacute;rio concluir rapidamente a Segunda Guerra Mundial com sucesso, qualquer ataque ao Jap&atilde;o n&atilde;o poderia ser justificado at&eacute; que o pa&iacute;s tivesse a oportunidade de se render. Al&eacute;m disso, os assinantes da peti&ccedil;&atilde;o acreditavam que os Estados Unidos, como a primeira na&ccedil;&atilde;o a possuir armas nucleares, deveriam dar o exemplo ao restante do mundo e se abster de utiliz&aacute;-las.&nbsp;
<h2>O arrependimento de Oppenheimer&nbsp;</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/27/27133543461313.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)" />(Fonte:&nbsp;Hulton Archive/Getty Images)
Com sua peti&ccedil;&atilde;o, Szilard criou uma inimizade com o governo federal, militares e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126752-oppenheimer-5-historias-incriveis-sobre-o-pai-da-bomba-atomica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Oppenheimer</a>, que assegurou que nenhum dos cientistas no laborat&oacute;rio de Los Alamos tivesse a oportunidade de assinar o documento. Oppenheimer acreditava que n&atilde;o havia sentido em desenvolver algo que nunca seria testado.
Durante seu discurso de despedida em 1945, ele afirmou: "Se voc&ecirc; &eacute; um cientista, n&atilde;o pode impedir uma coisa assim. Se voc&ecirc; &eacute; um cientista, acredita que &eacute; importante descobrir como o mundo funciona; que &eacute; importante descobrir quais s&atilde;o as realidades; que &eacute; importante entregar &agrave; humanidade o maior poder poss&iacute;vel para controlar o mundo e lidar com ele de acordo com suas pr&oacute;prias ideias e valores."
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126835-4-erros-do-filme-oppenheimer-em-relacao-a-vida-do-verdadeiro-cientista.htm" target="_blank" rel="sponsored">4 erros do filme Oppenheimer em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; vida do verdadeiro cientista</a>
Mais tarde na vida, J. Robert Oppenheimer experimentou uma mudan&ccedil;a de opini&atilde;o e passou a se opor ao surgimento das bombas de hidrog&ecirc;nio, alegando que eram ainda mais devastadoras do que as bombas at&ocirc;micas. No entanto, seus apelos, assim como os de seus colegas anteriores, vieram tarde demais. Rotblat n&atilde;o conseguiu persuadir os l&iacute;deres mundiais a concordarem com um desarmamento nuclear global e a peti&ccedil;&atilde;o de Szilard nunca chegou a Truman &mdash; o Secret&aacute;rio de Estado, James F. Byrnes, recusou-se a mostr&aacute;-la a ele.
E, assim, Hiroshima e Nagasaki foram <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/126799-as-5-das-maiores-explosoes-na-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">consumidas</a> pela fuma&ccedil;a e radia&ccedil;&atilde;o.

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